Micaela e Endrick estudam juntos a longos dois anos, nunca foram próximos, apenas colegas de sala, mas uma novidade palmeirense acaba juntando os dois.
Assim que a Sociedade Esportiva Palmeiras anuncia sua entrada em uma nova área de esporte, a Gin...
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𝙈𝙄𝘾𝘼𝙀𝙇𝘼 𝙍𝘼𝙈𝙊𝙎
Já fazem dois dias desde que estive no CT palmeirense em busca da minha aprovação para a seleção. Se eu dissesse que não estava nervosa ou que não pensava nisso todos os dias, por favor me internem. Isso era o que ocupava minha mente, não conseguia mais estudar ou sequer pensar em outra coisa pra fazer.
Nesses dois dias, não ocorreram nada além de estudos, treinos e, principalmente, Júlia Morato extremamente falante. Contei o episódio da minha interação com Endrick, o que me gerou uma grande vergonha depois que parei para pensar.
Depois do jogador tanto insistir, deixei que me acompanhasse até a minha casa em uma longa caminhada, que para mim não foi nada de mais. Mas algo se deu por mim, eu e ele tivemos uma aproximação repentina, nunca, em anos, tivemos uma conversa por mais de dez minutos, mas enquanto caminhávamos e conversávamos, conheci o garoto pela "primeira vez".
- Com quantos anos você começou a dançar? - perguntou quando começamos a caminhar em direção a minha casa
- Desde os três anos - olhei para ele antes de que voltasse a olhar para as ruas movimentadas de São Paulo
- Uau - respondeu, apenas, e seguimos a caminhar em silêncio
Ao mesmo tempo que era estranhíssimo caminhar com ele, era reconfortante, como se aquele Endrick que cuidou de mim chorando no Centro de Treinamentos, fosse na verdade ele o tempo todo.
- Endrick, acabei de perceber um negócio. - perguntei quando estávamos perto de casa
- Diga.
- Eu te fiz andar na rua e você é famoso, isso foi perigoso - olhei para ele com o cenho franzido
- O capuz do moletom me salva um pouco - ele deu uma puxadinha
Não falamos muito depois, mas também não ficamos e um silêncio constrangedor, estava tudo normal, como melhores amigos há anos.
A pior parte foi a despedida, uma despedida meio sem jeito, vergonhoso. Ele me deu outro abraço mas pelo ombro, e depois falou para me cuidar. Demorei perceber que enfim, já tinha um carro o esperando, e não sabia quando ele havia solicitado.
Mas durante esses dois dias na escola, não conversamos muito sem ser um "Oi!" ou "Bom dia!", mas saberia que, sentados na mesa de jantar da sala de Júlia, teria que falar com ele agora novamente.
- Tá bom, tenho isso pra gente explorar - Júlia jogou muitos livros e diversos matérias didáticos, estremeci com medo de que quebrasse a mesa de vidro abaixo
