Prólogo

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Ainda lembro da frase, aquela maldita frase ainda ecoa na minha cabeça mesmo após dois meses

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Ainda lembro da frase, aquela maldita frase ainda ecoa na minha cabeça mesmo após dois meses. Eu jamais imaginei escutar ele falar aquilo para mim, com aquele tom de voz, muito menos com aquela frieza no olhar que o deixou irreconhecível. Ironicamente meu carro está parado em frente à boate onde nos conhecemos, mas eu não estou aqui para olhar esse lugar e voltar no tempo, o pneu do meu carro furou e estou esperando meu irmão chegar aqui e me ajudar. Sim, eu podia trocar o pneu, mas eu tenho uma entrevista de emprego importante e não posso sujar minha roupa, e meu irmão é mecânico assim como meu pai e então ele não vai se importar.

— Ainda tem tempo de sobra? — me viro em direção à voz e sorrio ao ver meu irmão saindo do seu carro.

— Sim, mas não muito!

— Eu faço isso rápido — ele me garante com seu sorriso encorajador.

Grazie,Samuele.

Ele aperta uma das minhas bochechas apenas para me irritar, ele nunca sabe como agir quando alguém é grato por algo que ele faz. Meu irmão é o melhor do mundo, sim, ele é, e eu digo isso para todo mundo. Samuele sempre cuidou de mim e me acobertava das travessuras que eu fazia, mas isso era para me proteger da nossa mãe... Ela nos deixou quando eu tinha treze anos, é um assunto delicado para mim e para o Samuele, mas principalmente para mim. Desde então, o nosso pai fez os dois papéis em casa, ele não deixou que sentíssemos falta dela, e eu sou muito grata pela vida dele e do meu irmão, os dois homens da minha vida.

Os únicos homens que eu sei que nunca vão e jamais iriam me machucar ou abandonar...

— Prontinho — ele limpa uma mão na outra — vou levar esse pneu e deixá-lo novinho, cuidado no caminho.

Grazie, mais uma vez — ele franze a testa.

— Está nervosa, não é?

— Dá para perceber?

— Você repete muito um agradecimento ou fica no mundo da lua quando fica nervosa. E fez os dois, troquei o pneu enquanto você não parava de olhar a fachada dessa boate.

— Você acertou,eu estou nervosa sim. — Cruzo os braços e o encaro —e se os pais da garota não gostarem de mim ou do modo que eu trabalho?

— Qual é sôsô... você foi e é a melhor ginasta que eu já conheci na vida! A preferida desse ramo.

— Eu era a preferida. — Dou uma entonação no "era".

— Ainda é, se não fosse, eles não teriam te procurado! — eu respiro fundo — vai dar certo!

— Eu espero, isso vai ser ótimo para mim— sorrio para ele sem mostrar os dentes.

— Você ainda sente falta dele, não é?

— Melhor eu ir — ignoro sua pergunta — eu ligo para você!

Solto beijos no ar e entro em meu carro antes que esse assunto se arraste e acabe comigo com os olhos cheios de lágrimas e meu irmão irritado com ele outra vez, e eu não estou afim de chorar lembrando das coisas que o Luke me falou. Eu não queria chorar sempre que me lembro de tudo, mas é quase impossível! Quando eu percebi o quanto eu estava entregue, já era tarde demais, eu já tinha falado as três palavras mais difíceis e aterrorizantes da minha vida e recebi um desprezo em troca.

Sob as luzes dos holofotes- duologia Apenas irmandade Livro 01Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora