CAPÍTULO NOVE

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Lexa descansou o rosto nas mãos suadas pelo desconforto em saber que Freya retornara.
“Eu devia prever que ela contava com isso esse tempo todo. Mas quem imaginaria que o sangue da Clark não coagularia com o meu, a tornando blodmust? Era uma chance quase impossível, mas aconteceu.” — Pensou.
Em alguns minutos, Indra retornou. A mais velha carregava uma expressão de surpresa e medo, mas também o ar de quem estaria disposta a tudo pela sua Heda. A mulher era a lealdade em carne e osso.
— Heda, o que faremos agora? Precisamos detê-la antes que seja tarde demais... — Suspirou e engoliu seco para o que tinha de falar a seguir. — Ouvi dizer que uma criança blodmust nasceu em Azgueda, Roan a está mantendo em segurança, mas...
— Com Freya à solta ela não esperará antes de passar para outro corpo, quando dermos um jeito de recuperar a Clarke.
— Não há outra chama. Ela não pode sair deste corpo a menos que... — Fez uma pausa, não acreditando no que iria falar. — A menos que faça possessão.
Lexa levantou-se, eufórica e tensa ao mesmo tempo.
— Não! —Gritou, fazendo com que Abby entrasse na tenda rápido. — Isso não pode estar acontecendo. Ela não pode estar de volta!
— Ela quem e por que estão tão preocupadas? — Indagava, inconformada. — Lexa, o que houve com minha filha? Por que ela falou aquilo?
— Porque não é mais a sua filha, Abby. — Indra se adiantou, percebendo que a comandante não sabia exatamente o que dizer. — O espírito e a consciência de Clarke ainda estão intactos, mas ao tentar torná-la nitbleda, o sangue dela não suportou a mistura. Por isso, ela se tornou uma blodmust.
— Nitbleda? Blodmust? Que história é essa e como assim aquela não é a minha filha?! — Dizia, apavorada.
— Às vezes me esqueço que não são da nossa cultura. — Disse Lexa, pegando uma de suas adagas e cortando levemente sua própria mão, mostrando seu sangue escuro para a mulher à sua frente.
— Mas o que diabos é isso? Foi isso que aconteceu com Clarke?
— Este é o sangue da primeira comandante. Ele vigora até hoje em alguns de nós, escolhendo-nos para governar nosso povo.
— São escolhidos pela cor do sangue?!
— Não pela cor, mas pelo que ela significa. — Indra disse. — Mas o que aconteceu com Clarke é muito mais raro que isso. Acontece que o sangue dela não suportou ser substituído pelo da comandante, para torná-la nitbleda. Logo, os dois tipos sanguíneos se misturaram, tornando ela uma blodmust. Em resumo, são seres de extremo poder e seu sangue é de tom marrom escuro, quase negro. Por isso se torna difícil distingui-los dos nitbledas. Quando uma criança blodmust nasce, ela é sacrificada em prol de um bem maior...
— Espera, espera. Está me dizendo que vocês matam crianças só por terem nascido impuros aos seus olhos?
— Não se trata de pureza, Griffin. Trata-se de não permitir que Freya retorne e tome seus corpos. As crianças devem ser sacrificadas antes dos oito anos de idade, ou a rainha de sanguedakru os possui.
— Certo, agora acredito que estamos todas ficando loucas. Possessão? É claro que isso é impossível!
— Não, não é. Quando Freya pisou em terra e comandou o exército sanguedakru, tomando os outros clãs apenas por poder, Polis quase foi à ruína. — Abby, por favor entenda: essa mulher é de máximo poder. Ela é capaz de influenciar mentes ao seu favor quando está presente, como se estivesse em todos os corpos, tornando tudo uma mesma e imensa consciência. — Respirou fundo, querendo chorar. — Mas seu poder aumenta ainda mais quando em contato com a chama. Por isso ela vai tentar chegar à mim. Clarke precisa receber a chama para que possamos unir nosso exército contra ela e...
— Mas de jeito nenhum! Se o que está dizendo é mesmo real, o que você pensa que estará fazendo ao expor a minha filha a este perigo? Ela é só uma criança!
— Ela deixou de ser desde que acordou com o sangue de trezentos dos meus homens nas mãos. E mesmo assim, eu a acolho com décimo terceiro clã em minha colisão. Acolho todos vocês. Mas agora, os clãs precisam saber que existe uma prova de que Clarke é tão Heda quanto eu. Ou então...
— Então o quê? Eu sei das suas regras, Lexa. Sei que um exército não pode se unir ao outro desta forma. E sei o que sente pela minha filha. — Afirmava, em tom agressivo. Deu um profundo respiro e se acalmou. — Mas se gosta mesmo dela, deixará que tome sua própria decisão. Você é um alvo, ela não tem que ser. Essa guerra não é nossa.
— A guerra tornou-se sua desde o momento que Wanheda assumiu o risco. Tiraremos Freya de dentro dela à qualquer custo. Mas ela irá receber a chama, quer você queira ou não.
Abby saiu da tenda depois de fuzilar Lexa com os olhos. Não aceitava o que estava prestes a acontecer, e não iria corroborar com aquilo.


“Vamos lá, pense em alguma coisa!” — A comandante tentava se esforçar ao máximo para ter sua amada de volta, mas nada saía de suas ideias

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“Vamos lá, pense em alguma coisa!” — A comandante tentava se esforçar ao máximo para ter sua amada de volta, mas nada saía de suas ideias.
— Heda, ela precisa receber a chama, ou estamos todos perdidos e...
— É isso! Indra, você é um gênio. Mande cavaleiros irem atrás do melhor com essa tal tecnologia a qual o povo do céu tem acesso. Diga para que venha preparado com seus equipamentos. Iremos salvar a Clarke.

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