CAPÍTULO DEZESSEIS

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POV CLARK:

Lexa me fitava genuinamente, como se esperasse minha resposta para poder seguir com qualquer ato. Seus orbes verdes pairavam de encontro às minhas pipilas dilatadas pelo nosso contato íntimo, dando espaço para o tom verde-água adentrar o ambiente. Uma cor diferente, somente nossa. Os dedos de Lexa acariciando meu rosto e traçando uma linha imaginária da mandíbula até a minha boca, só faziam com que eu a desejasse cada vez mais. Cada toque, por mais suave que fosse, da sua pele na minha, fazia meus poros todos eriçarem. Meu coração palpitava descompassadamente todas as vezes em que sentia seu olhar sob o meu, sua silhueta alinhada à minha. Eu e Lexa tínhamos algo diferente. Tínhamos uma história árdua, onde nem sempre existiram mocinhos, mas tudo o que me trouxe até ela me fazia questionar todos os meus ideias sobre a vida. A nada em que eu fui lançada poderia ter caído em qualquer lugar do planeta, mas caiu justamente ao lado de seu povo. Ao lado dela. E entrar naquela tenda, vê-la vestida daquele jeito, em seus trajes e pintura de guerra enquanto os olhos verdes apenas me traziam alguma certa segurança mesmo acabando de conhecê-la, só me prova que estávamos predestinadas a traçar um caminho juntas.
Eu sabia que havia fugido do meu povo para não encarar minha mãe e meus amigos depois do que fiz na montanha, mas sabia também que aquilo havia me levado aos braços da mulher por quem eu estava desesperadamente apaixonada.
Parte de mim acreditava que meus amigos nunca me permitiriam me desculpar, que eles jamais poderiam me perdoar pelo que eu fiz. Tinha certeza disso quando me lembrava do rosto de Jasper quando Maya morreu em seus braços por uma alavanca que eu havia puxado. Naquele instante eu soube que ele nunca iria me perdoar.
E havia, ainda, Bellamy. Meu amigo era importante demais para mim e isso era um fato incontestável, mas ainda assim talvez não houvesse mais o Bell que eu conheci ali, somente as sombras do que Pike o ensinara. Deixá-lo nas mãos de Kane havia sido uma boa escolha, eu tinha certeza. Ele saberia como tratar com o garoto.
Num instante, dei-me conta de que Lexa ainda esperava por uma resposta minha enquanto minha cabeça brevemente divagou para dois lugares em específico.
— No que você está pensando tanto? — A voz dela me trouxe à realidade. Por um instante, ouvir aquele som aveludado e seu perfume cítrico foram o suficiente para mim. Mesmo tendo tantos pesadelos com Wanheda. Hora ou outra eu teria de aceitar que essa também era parte de mim, obscura como fosse, e renegá-la ou abraçá-la eram as únicas opções possíveis. — Clarke?
— Eu só estava pensando que... Bom, talvez meus amigos não sejam mais meus amigos.
— O que quer dizer com isso? — Ela me olhou por alguns instantes, me analisando com cuidado e parecendo ler meus pensamentos. — Acha que seus amigos não vão te perdoar por conta de Mount Weather. Clarke, acha mesmo que Monty ajudaria a salvar alguém a quem ele odiasse? Acha que Octávia e Lincoln vieram até aqui só porque querem proteger Polis? E sua mãe, que teria tantos motivos para me matar, e até tentou, estaria aqui se não fosse você a razão pela qual ela ainda respira?
— Mas o Jasper e o Bellamy...
Senti seu queixo enrijecer quando toquei no nome do último rapaz. A postura ficando ereta, saindo de cima de mim.
— Algum problema? — Fitei Lexa sem nada entender, enquanto ela se levantava da cama e parecia aprumar a mesma postura de comandante. Quando me olhou, suas íris queimavam como brasa. Ela mantinha uma raiva que só era mais e mais nutrida pelo garoto a cada passo em falso que ele dava. E Bellamy andava na linha torta.
— Bellamy fez a escolha dele e pagará por isso. Eu permiti que seus próprios líderes a fizessem, retirando deles outras informações sobre os guerreiros de Pike que fugiram, para que ele não tivesse que passar pela minha justiça, a justiça do meu povo.
— E o quer que eu faça, Lexa? que te agradeça pela sua bondosa piedade? Ele é meu amigo! — Esbravejei. Como ela tinha coragem de falar desta forma comigo?
— Não parece que ele te vê apenas dessa forma! — Levantou o tom de voz. Ali, naqueles segundos que pareceram durar horas, eu entendi sobre o que tudo se tratava e, sinceramente, parecia ser a coisa mais sexy do mundo.
— Então está com ciúmes, Heda? — Me levantei, aproximando-me dela e retirando sua armadura, dando lugar às vestes comuns de guerreira apenas, o que deixava livre seu pescoço.  Prendi-a contra a parede, dando alguns beijos na curvatura de seu maxilar. Desci a língua até seu ponto pulsante e o chupei, mordiscando. — Então a comandante dos treze clãs está com ciúmes?
— Mas é claro que... — Coloquei meu joelho entre suas pernas entreabertas, pressionando o local e a fazendo oltar um gemido abafado. Em instantes tomei sua boca, explorando-a suficientemente até que o beijo se tornasse sufocante, mas não antes de que eu o terminasse sugando seu lábio inferior e a olhando nos olhos, que estavam ainda mais verdes lutando entre o tom caro e o escuro para saber quem venceria.  — É claro que não.
— Então não vai se importar se eu for vê-lo, certo?
De repente, a mulher agarrou minha cintura com tanta força que eu poderia jurar não ter mais os ossos naquele lugar. Ela me girou de costas para ela e eu aproveitei o momento para colar meu corpo ao dela ainda mais, dessa vez, de costas.
— Escute bem o que eu vou te dizer: — Ela mantinha seu respirar próximo ao meu ouvido, sua boca puxava o e soltava o ar eriçando a minha nuca. Ela sabia os efeitos que provocava em meu corpo, porque o conhecia como ninguém. — A única pessoa que pode te tocar de agora em diante sou eu!
— Eu não sou sua propriedade, não tenho que seguir suas ordens. — Eu continuei, ainda a instigando.
— É, sim. Você é a comandante da morte, a lendária wanheda... — Até que ela me deu uma leve mordida na lateral de meu pescoço, sendo um de meus lugares mais sensíveis, e me fazendo umedecer o sexo apenas com um gesto. — Mas acima de tudo, você é a minha mulher.
Aquelas palavras me deixaram com as pernas frágeis e fracas para andar. Mesmo assim, eu não perderia esse jogo. Se ela pensava que estava ganho, havia se enganado.
— Ah, é? Então me prova!
Apenas o meu desfio foi o suficiente para despertar justamente o desejo que eu queria naquela mulher. Em segundos, ela me girou de frente novamente para si, me tomando no colo com as pernas uma de cada lado do seu quadril e me beijando intensamente. Sua língua explorava a minha e, quando juntas, me eletrizavam. Finquei meus dedos em seu cabelo quando ela levantou minha blusa e levou seus lábios até meu seio, massageando o outro. Sua língua fazia círculos no bico do meu peito, quando logo depois ela deixou uma leve mordida no lugar. Eu gemi baixo em seu ouvido e a instiguei ainda mais:
— É tudo o que você tem, comandante?
Lexa me olhou no fundo dos olhos, suas íris penetrando as minhas com tamanha intensidade que eu não saberia dimensionar. Seu olhar demonstrava desejo supremo, mas eu podia enxergar um brilho que me dizia que tudo o que estava acontecendo era muito além de algo carnal, era um sentimento amplo e avassalador. Eu sentia a mesma coisa, como se meu coração fosse pular para fora do peito enquanto o sentia bater na garganta. Amar Lexa era algo tão novo, mas ao mesmo tempo parecia extremamente natural, como se eu já o estivesse fazendo há tanto tempo que estava acostumada com a reação que o verde daquele olhar causava em mim. Mesmo assim, eu nunca de fato me tornaria imune aos seus efeitos em mim.
Lexa me guiou até a cama novamente, depositando meu corpo sob os mantos de pele animal tão confortáveis quanto o peso de seu corpo sobre o meu, ela parecia leve como uma pluma. Entretanto, mesmo que não fosse dessa forma, eu suportaria qualquer que fosse seu peso para tê-la tão próxima a mim.
Seu rosto colava-se ao meu, nossos lábios não se desgrudavam nem por um instante, exceto quando precisamos parar para respirar. Suas mãos exploravam meu corpo, descendo delicadamente sobre minha cintura, fazendo os pelos em meu corpo arrepiarem. Minha comandante depositava beijos desde o espaço entre meus seios, até a barra da minha calça, retornando a me fitar como se pedisse permissão para continuar a partir dali. Eu apenas troquei meu olhar com o dela, entregando-me em total devoção.
— Você pode me dominar o quanto quiser fora da cama, Clarke... — Dizia, enquanto arrancava minha calça juntamente a calcinha. Então, sussurrando para que apenas eu pudesse ouvir, continuou:  — Mas quando estamos nela, sou eu quem domina você.
Lexa voltou a sua atenção para o meu sexo, que à essa altura já se encontrava melado e pulsante. Depositou beijos em minhas coxas, espalhando mordidas por ambas, me fazendo desejá-la ainda mais. Eu a queria com todas as minhas forças. Suas palavras apenas intensificavam e davam sabor ao meu querer tão gigantesco.
— Lex, isso é maldade... — Gemi baixinho enquanto ela depositava seus últimos beijos cada vez mais perto do meu ponto de prazer, tornando aquilo tudo uma tortura interminável.
— Não, amor. Isso é a prova do quanto eu te desejo cada dia mais.
E então, sem precisar dizer mais nada, nos tivemos ali, naquele espaço tempo quase interminável. Cada toque da minha mulher fazia com que meu corpo reagisse ainda mais descontroladamente, já não me obedecendo. Quando Lexa subiu e me beijou com o meu gosto tudo o que eu queria era implorar para que ela jamais me abandonasse, dizer que jamais deixaria que outra pessoa me tivesse daquela forma. O que tínhamos era especial. Lexa era especial. E ela só me provava isso cada vez em que nos amávamos apenas em troca de olhares, e não só na cama.
Deitamo-nos uma do lado da outra, respirando ofegantes e entrelaçando nossas mãos num aperto quase que suplicante para que nenhuma das duas ousasse sair daquele lugar. Ela se virou de lado, aficando de frente para mim e sustentando o peso de sua cabeça no braço esquerdo, enquanto sua outra mão fazia carinho em meus cabelos. Eu me virei para encará-la, sorrindo feito boba a cada vez que percebia tudo o que tinha em minhas mãos.
— ninguém nunca vai me ter como você me tem. — Sussurrei mais para mim mesma do que para ela, mas foi lindo quando vi brotar em seu rosto um sorriso imenso, cheio de paixão. O brilho nas orbes verdes se fazia cada vez mais presente sempre que eu me mostrava ser dela, somente dela. Assim como sabia que ela era minha.
Naquele instante eu sabia que nem a guerra ou mundo caindo em ruínas seria capaz de nos afastar. Nada teria força o bastante para fazer com que o imã que me levava direto à Lexa se rompesse. Éramos uma só, em corpo,  alma e coração.
— Temos raízes fortes, Clarke. Nada e nem ninguém irá tirar você de mim de novo. Nem mesmo os deveres de Heda.
Eu sorri. Lexa se declarava cada dia mais e de uma forma diferente para mim, o que só fazia meu peito se elevar em emoção. Eu a amava tanto que seria capaz de enfrentar qualquer coisa para estar ao seu lado. Desta vez nenhum muro poderia ficar entre nós.
Meus olhos pesavam conforme a noite se passava. de alguma forma eu tinha medo que, ao acordar, tudo aquilo houvesse sido um sonho, mesmo sendo tudo tão real. A mulher ao meu lado parecia ler meus pensamentos enquanto me observava.
— Durma, Clarke. Eu estarei aqui quando você acordar.
E assim, abraçada a mulher que roubara em tão pouco tempo meu coração, permiti que minhas pálpebras se fechassem e o sono viesse ao meu encontro.

As brechas na parede do quarto permitiam que o sol adentrasse o ambiente, levando aos cabelos da morena um tom mais claro que o habitual, uma cor única assim como quando o verde e o azul misturavam-se

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As brechas na parede do quarto permitiam que o sol adentrasse o ambiente, levando aos cabelos da morena um tom mais claro que o habitual, uma cor única assim como quando o verde e o azul misturavam-se. O rosto angelical repousava na cama, enquanto eu me permitia fitar e fixar cada detalhe dele em minha memória. Uma mecha de seu cabelo tampava parte de sua face, e delicadamente a coloquei para trás de sua orelha com carinho. Lexa era linda, uma beleza que ia além do seu corpo, era sua alma quem irradiava sentimentos tão puros que inebriavam qualquer pessoa ou lugar.
Por um instante tive ciúmes de Cóstia, ao mesmo tempo em que sentia que o que nos mantinha uma ao lado da outra era extremamente mais forte e poderoso do que qualquer coisa que eu pudesse sentir. Era avassalador.
— Bom dia, Clarke.
Sua voz docemente se encaixava em meus ouvidos. A sonoridade que eu tanto conhecia, sempre me era um doce diferente a cada palavra.
— Bom dia, comandante. — Brinquei.
— Sabe que ao seu lado nada mais sou que eu mesma, puramente uma mulher apaixonada. — Ela se declarava ainda mais, e eu só era capaz de me perder em suas palavras. — Mas temo que precise ir. O sol já brilha no alto e seus amigos me esperam para discutirmos uma resposta à situação com Azgueda.
— Não podemos ficar aqui nem mais um pouco? — Murmurei, fazendo biquinho feito uma criança.
— Sabe que era tudo o que eu queria. Mas não posso ignorar que teremos decisões importantes a tomar hoje, e que o que você disse na noite anterior pode realmente ser a nossa saída da escuridão.
— Tudo bem... Então te vejo na sala do trono?
— Sempre que quiser, amor.
Lexa se levantou, vestindo suas roupas e indo em direção à porta, quando alguém a abriu. A morena de olhos claros olhava, estática, aquela cena. Eu ruborizei e tive a certeza que a comandante também.
— B-bom dia, Heda.

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Oiiiiin, filhas de Heda. Como vcs estão? O que acharam do capítulo?

Comentem muuuito e votem pq sou carente desse afeto.

Volto em breve.

Bjs,
Thay.

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