Prologue.

392 30 21
                                    

✟

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

22 de Março de 2021.

O som dos disparos faziam sua cabeça doer, o rapaz permanecia agachado enquanto as balas voavam por cima de sua cabeça, o homem ao seu lado, seu companheiro, atirava de volta com os dentes cerrados que logo se afastaram assim que sua boca se abriu emitindo um grito estrondoso e carregado de coragem, dor e cansaço.

O moreno olha o companheiro e abre mais os seus olhos, o grito cessa. Os tiros param de soar. E então, a noite cai sob seus olhos

23 de Fevereiro de 2024.
Dias atuais.

22:30PM, Montevidéu.
Blanco's House.

A mulher caminha até o outro lado da sala como uma gata, o nariz empinado e o peito estufado, uma verdadeira gata no cio. Eva faz uma careta ao ver a cena na tv e suspira esticando suas pernas e as colocando em cima da mesa de centro, ignorando o fato de ter esbarrando na garrafa de vinho e que por sorte ela não caiu ao chão.

A Morena estava com um casaco largo que obviamente não lhe pertencia, suas pernas estavam nuas e somente a calcinha era a peça de baixo, seu cabelo estava preso num coque alto e com alguns fios rebeldes soltos ou para cima.

"Igual um solzinho..." A voz ecoa em sua mente mas rapidamente desaparece assim que seu celular começa a tocar. Eva pega o aparelho e atende sem ao menos ler o nome do contato.

— Sinto muito, a senhorita Blanco está fora no momento. Deixe uma mensagem bonita. — Ela avisa apoiando o celular no ombro e no ouvido, seu olhar volta a televisão.

Agora a protagonista gemia altamente enquanto calvagava no colo de seu amante que segurava sua cintura e a ajudava nas subidas e descidas. Eva remexe seus dedos dos pés e umedece os lábios.

— Eva, abre a porta. Desliga essa televisão e para de beber! — A Blanco encara as janelas — Eu to na porta, jumenta! Está chovendo! — Eva respira fundo e se levanta indo em direção a porta, assim que a abre é surpreendida por uma sacola marrom sendo jogada em seu colo. — Por que não atende minhas ligações?!

— Eu atendi agora. — A outra caminha para dentro e retira seus sapatos.

— Como pode ser tão irresponsável?! — Eva fita a mais nova com o olhar lento — Que barulho é esse? — A menor para na sala e arregala os olhos — Eva!

A citada fecha a porta e adentra sua casa indo em direção a amiga, Eva encara suas vestimentas e sorri.

— cacete, você ta levando a sério esse lance de freira. — Lucía a fita incrédula, Eva encara a sacola ainda em suas mãos e sorri — Trouxe maçãs, obrigada.

— Por que não foi a igreja? — Eva a ignora.

Ela se vira e caminha em direção a cozinha. Lucia era sua amiga de infância, um ano mais nova, altura mediana, entretanto mais baixa que Eva, ela tinha olhos claros e cabelos ondulados e morenos, sua pele era branca e suas bochechas coradas naturalmente.

Lucia vestia uma meia calça preta junto de uma saia longa cinza que ía até metade de sua canela, ela usava uma blusa de mangas compridas brancas e seu cabelo estava preso em um coque baixo.

— Eva! — A mais velha suspira e se vira para a jovem. — Você me prometeu.

— Eu não quis ir, Lucía. Foi a minha decisão, não pode me julgar.

— Não posso te julgar pelo o quê exatamente? Por você ter virado uma viciada em álcool? Uma fumante sem fundo?! Uma ninfomaníaca sem nenhum respeito ao próprio corpo?! Uma mentirosa que faz promessas vagas?! — Ela solta, Lucía estava irritada e era nítido.

Eva fica em silêncio, ela se vira de costas outra vez, armazenando as palavras em sua mente que com certeza lhe assombrariam pelo resto da noite.

— Eu tentei ir. — A Blanco admite, Lucía respira fundo e solta. — Eu juro que tentei mas...assim que cheguei perto, não consegui.

Lucía prossegue em silêncio, ela se direciona até o sofá e se senta levando as mãos para a testa, um arfar sai de seus lábios junto de uma fungada.

— Eu só estou preocupada, Eva.. — Ela começa. — Você esta se afundando cada vez mais...isso me preocupa. Eu quero te ajudar, mas você não me permite.

— Eu não quero sua ajuda, não preciso. — Lucía a fita.

Suas sobrancelhas estavam juntas, arqueadas, demonstrando uma emoção que Eva não soube distinguir se era tristeza, decepção ou cansaço, ou os três juntos.

— Tudo bem. — Lucía diz por fim se levantando. — As compras dão para 1 mês. Boa sorte. — Eva a segue com o olhar e pisca assim que a porta se fecha com um bater forte.

A Blanco volta para a sacola e checa seu interior outra vez, não teve tempo de reagir, não teve tempo de chorar ou xingar, seu celular tocou outra vez e mais uma vez ela atendeu sem checar a identificação.

— Sim? — Murmurou retirando uma maçã de dentro da sacola e dando uma mordida, o som da fruta faz um sorriso surgir em seus lábios.

— Está livre esta noite? Estou com saudades. — Eva pondera, ela fita o sofá onde Lucía estava sentada por longos cinco segundos antes de focar na televisão desligada onde passava o filme adulto já visto e julgado mil vezes pela mesma.

— Pode vir, estou livre.

























































©𝒈𝒓𝒊𝒔𝒉𝒚𝒔𝒕 2024.

𝐂𝐀𝐓𝐇𝐎𝐋𝐈𝐂, 𝑒𝑛𝑧𝑜 𝑣𝑜𝑔𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑐.Where stories live. Discover now