I need your loving | Short |

o n z e

🩵 L I S A 🩵

Ainda estava sentada em cima da tampa da privada, os comprimidos no chão eram de uma caixa derrubada em cima da pia. Maravilha era o que dizia, e agora eu entendia o significado da palavra, ao todo tinham umas 6 pílulas no chão. Já que o outro pote estava em uma das minhas mãos e na outra continua uma barra de maconha prensada.

Eu chorava. Chorava sufocada. Não é que eu não soubesse onde os meus pais gastavam o dinheiro, mas quando as coisas surgiu realmente na frente dos meus olhos, tudo mudava.

Agora para além de escutar a porta sendo esmurrada eu escutava também gritos.

- abre a porta lisa.

- devolve isso que eu levou.

- abre ou eu arrombo essa merda.

- não seja sonsa, Lisa. Você sempre soube.

- agora dá essa merda, já nos deixou nervosos o suficiente, precisamos disso.

Eram vozes másculas e femeninas, meus pais.

Lisa: vocês são podres, vocês caíram que nem patinhos. Entraram para esse mundo para trazer dinheiro para casa, mas só se enterraram no negócio. - disse chorando - eu não tenho culpa de vocês terem sido expulsos. Ou melhor na versão de vocês eu tenho. Foi por conta da gravidez. Foram abandonados e tiveram que se virar. E eu entendo. Mas não entendo como foram capazes de perder tudo novamente.

- não perdemos, temos você. Sem você não teríamos as drogas.

- já que ficamos sem nada por sua culpa, então agora nos faça ter tudo.

Essas palavras me magoaram, embora eu soubesse que era pelo o efeito das pílulas que tomaram mais cedo. Que foi quando eu vi tudo e então me tranquei no banheiro.

Lisa: pois bem, então agora fiquem sem nada novamente. - eu disse me levantando e jogando tudo dentro da privada.

Quando dei descarga a porta foi arrombada e os dois apareceram, minha mãe começou a chorar desesperadamente alegando que o mundo dela tinha ido por água a baixo.

Já meu pai me olhava com um olhar assombrado que me fez arrepiar.

- você é uma tremenda otária - se aproximou - amanhã quero a mesma quantidade em cima da mesa da cozinha. Ou você tá fodida.

Depois desse episódio tudo acalmou. As drogas eram consumidas na mesma por eles. Mas me pediram perdão pelo ocorrido e agora consumiam bem menos, até que estava tranquilo.

Outro episódio surgiu em minha mente. Claramente era outro dia, as roupas agora eram de verão e meu cabelo estava maior.

Agora as brigas não eram mais comigo e sim apenas entre eles os dois. Ou era sobre quem consumia mais, ou porque as coisas desapareciam, ou porque não tinham conseguido dinheiro para o vício.

Porém, daquela vez as coisas ficaram feias e eles iam partir para o violência um com o outro e eu me meti no meio.

Tudo aconteceu meu rápido, apenas senti a mão do meu pai acertando um soco na minha cara e ao mesmo tempo minha mãe quebrado os pratos que estavam em cima da pia e senti os cacos me acertando.