Intrusos de madrugada

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Observava Charlie com a toalha enrolada na cintura enquanto eu escovava os dentes apoiada na pia.

Eu já estava bem acostumada com o corpo dele e todos os calafrios que ele me causava, mas ainda sim, adorava olhá-lo e apreciar essa sensação se espalhar pelo meu corpo.

Ele me olhou, distraído enquanto secava o cabelo com outra toalha, e piscou pra mim antes de deixar a toalha em sua cintura cair, virando de costas para mim, vestindo a cueca.

Ia fazer um comentário nada puritano, mas me concentrei em terminar de escovar os dentes e cuspir a pasta na pia. Tínhamos acabado de tomar banho depois dele me fazer gozar três vezes, e consequentemente, meu cabelo colar na nuca com o calor que me fez sentir.

Isso era o suficiente para não me animar de volta ao vê-lo seminu.

— Lindinha — ele me chamou, enquanto eu enxugava a boca.

— Oi — olhei meu reflexo no espelho, limpando a boca com a toalha.

— Estou com frio — disse, manhoso.

Ok, talvez pudesse me animar de volta.

Sorri e ajeitei meu cabelo antes de sair do banheiro. Charlie estava deitado, com as mãos atrás da cabeça, me esperando para assumir meu lugar de costume em seu peito.

— E o que eu posso fazer por você, meu amor? — andei calmamente até a cama, desligando a luz do quarto.

Charlie rapidamente ligou o abajur e se sentou, me aguardando em expectativa.

— Sobe no meu colo.

Estendeu a mão e eu segurei, sendo puxada para ele.

Seu corpo quente me envolveu e eu pousei a mão em seu peito, me inclinando levemente para beijá-lo.

— Pensei que eu era gelada, como posso te esquentar? — sussurrei contra seus lábios.

— Você me faz sentir calor rapidinho.

Sorri abraçando seu pescoço, beijando seu maxilar várias vezes.

— Lindinha — sussurrou, tocando minha coluna e eu inclinei meu corpo ainda mais sobre o dele.

Me ajeitei em seu colo, o deitando por baixo do meu corpo, e suspirei beijando seu peito, subindo pelo ombro e pescoço até voltar aos lábios.

— Não está com sono?

— Para de querer me fazer dormir sempre — sorri, mordendo seu lábio inferior — é madrugada de sábado e eu quero aproveitar meu namorado.

— Estou só checando — ele sussurrou apertando minha bunda — se bocejar vai ver só — rimos.

Ele raramente me deixava comandar tanto tempo antes de perder o controle, mas daquela vez me deixou ali em seu colo, beijando e acariciando todo pedaço de pele que aparecia na minha frente.

Os toques já estavam ficando mais intensos, e minha respiração mais pesada quando um barulho no lado de fora nos fez parar.

Olhamos ao mesmo tempo para a janela fechada e bati os olhos rapidamente no relógio na cabeceira de Charlie, eram mais de quatro da manhã, não era muito comum ter movimentações do lado de forma àquela hora da madrugada, mesmo que fosse uma madrugada de sexta-feira.

Charlie tocou minha boca, pedindo que eu ficasse quieta, antes que eu falasse algo, e paramos completamente para ouvir.

Agora dava pra ouvir perfeitamente que o barulho se tratava de pessoas, quebrando os galhos a cada passo que davam. E sim, pessoas, no plural.

(Sem) Medo - IIHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin