Um Pequeno Apaixonado | JIKOOK

❤️🐰Cabelo de Algodão-doce🐰❤️

Antes de qualquer coisa, deixe-me contar o que anda acontecendo.

Me chamo Park Jimin. Tenho 22 anos e faz menos de um mês que me "aposentei" como cuidador de pequenos.

Claro, devem estar se perguntando o motivo. Estresse e cansaço. Essas são as razões pelas quais desisti desse lindo e puro mundo.

Jamais deixarei de adorar meus baixinhos e baixinhas, mas ir para lá e para cá, rodar a cidade toda e até viajar para outro estado me deixou biruta.

Pretendo começar a trabalhar logo para iniciar a faculdade novamente. Antes de começar a ser cuidador, engressei no curso de pediatria. Amo crianças. Deu para perceber, né? Mas tive que parar tudo para cuidar do meu sobrinho, que havia sofrido um assalto a mão armada na época.

Em consequência do trauma, ele passou a agir de maneira mais infantil em determinadas situações. Eu só tinha 17 anos na época, enquanto ele tinha 13. Não entendia o que estava ocorrendo com ele, então decidi pesquisar. Foi aí que conheci o termo Age Regression.

Fiquei bastante tempo focado nas pesquisas e comecei a me especializar no assunto. Fiz um breve curso de cuidados infantis e aprendi a lidar com os pequenos. Li também sobre psicologia infantojuvenil, para entender melhor o que se corria na pequenina mente deles.

Minha tia, vendo que eu possuía bastante conhecimento sobre a situação do filho, pediu para que eu tomasse conta dele durante as regressões. Em troca, ela me pagava um valor.

Aos poucos, mais e mais pequenos surgiam. Como eu era muito jovem, não cuidava de pessoas adultas. No máximo, adolescentes de até 15 anos. E fiquei assim por 5 anos.

Bem no início, minha tia criou um perfil no Instagram destinado aos meu "trabalho". Eu só não imaginava que faria tanto sucesso.

Um milhão de seguidores em dois anos. Dá 'pra imaginar? É muita gente!

Postei o aviso de "aposentadoria" com muita dor no coração, mas garanti que não sumiria do perfil e continuaria postando sobre desenvolvimento infantil e regressões. Recebi muito amor e apoio dos meus seguidores. Porém, uma mensagem no direct me chamou a atenção.

Um rapaz em desespero me implorou para cuidar do irmão caçula dele. Vou explicar.

Pelo que entendi, ele precisa urgentemente voltar a trabalhar para pagar as contas e o aluguel da casa. Seu irmão entra no pequeno espaço mental em dias específicos da semana. E esses dias são os que ele precisa ir trabalhar.

Então, falando com alguns seguidores meus, ele entrou em contato. Eu sei que não devemos confiar em desconhecidos, mas senti muita empatia por eles. Depois dele pegar todas as minhas informações necessárias, nos encontramos pessoalmente.

Seu nome é Jeon Namjoon. Ele estava visivelmente esgotado, mental e fisicamente. Me contou que seu irmão, em regressão, não passa dos 2 aninhos. Ou seja, ele demanda muita atenção.

Conciliar o trabalho com os cuidados do irmão o proporcionou várias noites mal dormidas e bastante estresse.

Namjoon me disse que o caçula também é autista. Vi sua expressão murchar. Assegurei que não tinha nada demais e me dispus a ajudá-lo. Foi a primeira vez, durante nossa conversa, que o vi sorrir com sinceridade.

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Estou parado em frente a residência dos dois, carregando minha famosa mochila. Nela sempre tem coisas para qualquer emergência. Pequenos são imprevisíveis. Digo por experiência própria.

— Oh, Sr. Park. É tão bom lhe ver! — Namjoon me diz ao abrir a porta e liberar espaço para mim entrar.

— Digo o mesmo, Sr. Jeon! Onde está o baixinho? — Indago ao colocar meus sapatos no tapete. Ele sai do meu campo de visão. Há um cercado no meio da sala. Dentro ele, vários brinquedos bem pequenos, um coelhão de pelúcia branca e um serzinho tímido olhando diretamente para mim.