Capitulo 5 - sentimentos entrelaçados

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Ao abrir os olhos, fui cumprimentada por uma luz intensa, quase invasiva. Inicialmente, tudo parecia embaçado, como se estivesse tentando emergir de um sonho. Meu braço imobilizado contribuía para uma sensação de confinamento, e a enfermaria se revelava gradualmente à minha visão turva.

Ao observar ao redor, encontrei Hermione,  Rony e Harry dormindo em cadeiras próximas. Ao tentar me mexer, uma onda de dor se espalhou por mim, escapando em um gemido involuntário. A presença deles, mesmo em sono, trouxe um conforto familiar.

Hermione era a única acordada, que  ao se aproximar, transmitia preocupação através de sua voz e toque gentil.

A luz intensa da enfermaria, que inicialmente me desconcertara, começava a revelar detalhes do ambiente clínico ao meu redor. Os sons suaves da enfermaria e as palavras de Hermione ecoavam, enquanto as expressões preocupadas de meus amigos ganhavam forma.

Enquanto trocávam palavras sobre o que havia acontecido como se eu não estivesse aqui presente, os sons da enfermaria e as palavras de meus amigos se misturavam em uma sinfonia única. O despertar na enfermaria tornou-se uma jornada gradual à consciência, marcada por sensações e conexões que se formavam na transição entre a inconsciência e a realidade.

⁃ S/N, por Merlim, que susto você deu na gente. Tá tudo bem? - Hermione se aproximou, acariciando meu rosto.

⁃ Sim, só estou com dor... - Respondi, e Rony  ajudou a me posicionar melhor, ajustando os travesseiros.

Hermione segurando minha mão, indagou:
⁃ O que você estava fazendo na floresta proibida? Como se chegou lá sozinha?

Fechei os olhos ao explicar:

— Não estava muito bem - era tudo o que eu conseguia responder desse momento, apesar de ser também a única coisa a qual eu me recordava daquele momento, não me lembrava de como havia conseguido vir parar aqui ou o que de fato aconteceu naquela floresta.

O olhar de Hermione expressou dúvida, mas ela não insistiu. Agradeci silenciosamente por isso. A enfermeira apareceu, informando que precisavam ir devido ao horário.

— Amanhã você terá alta, querida. Só passará a noite em observação. - A enfermeira disse, acompanhando os três até a porta. Harry se manteve calado assim como Rony, ambos demonstravam sua preocupação de uma forma diferente de Hermione, isso não me chateava.

Ao encontrar-me sozinha, a sombra persistente da tristeza ainda pairava. Meu braço, enfaixado e pouco cooperativo, limitava minha busca por uma posição confortável. Após algumas tentativas, encontrei um arranjo que aliviava parte do desconforto, e permiti que meus olhos se fechassem lentamente. Contudo, a serenidade foi interrompida por passos, uma intrusão indesejada em meu refúgio momentâneo.

⁃ O que você tá fazendo aqui? - Esbravejei, surpresa pela presença repentina.

⁃ já foi paparicada quantas vezes até agora desde que souberam que estava aqui? - Ele disse, avançando lentamente em minha direção.

⁃ Pouco me importa se estão me "paparicando" ou não. Só quero ficar sozinha. - Respondi, mantendo uma expressão firme.

Seus olhos acinzentados,, habituados ao desdém, fixaram-se em mim com uma intensidade momentânea. Parecia prestes a dizer algo, mas, em vez disso, optou por dar meia-volta e afastar-se da cama.

⁃ Fique à vontade para curtir sua solidão, S/N. Não é da minha conta. - Respondeu, e o som de seus passos ecoou enquanto ele deixava a enfermaria.

⁃ Já disse que não sou uma vadia rodada e mesmo se fosse, não é da sua conta, Malfoy. - Retorqui, desafiadora, embora o desagrado ainda estivesse latente.

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