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📍 Morro do Alemão, Rio de Janeiro
Katrina's pov
23 de Janeiro de 2023

- Katrina on

Tudo parece estar em câmera lenta, uma angústia no peito estranguladora. Várias pessoas ao mesmo tempo, umas brigando, outras chorando, outros bravos, e no fundo mesmo, eu não ouço nada...
Não faço a mínima ideia do porquê o europeu está aqui com os homens dele, só sei que o medo me congelou. A frieza me consumiu, nem uma expressão há em meu rosto, a não ser seriedade; Leona falou comigo em tom de repreensão quando perguntei quanto tempo a Brisa vai ficar aqui e decidi ficar quieta.

Cruzo minha pernas e começo a olhar para o céu pela janela, pensamentos dos mais diversos passam pela minha cabeça... Sinto uma necessidade absurda de socar ou atirar em algo, gritar, chorar; Ramon senta na cadeira vazia a minha direita, já que o europeu estava do meu lado esquerdo, e passa o braço pelo meu ombro, em um lapso de loucura eu encosto minha cabeça nele e permito com que o mesmo me dê um leve abraço.

O homem fala bem baixinho no meu ouvido:

- Ela vai ficar bem, eu prometo...

A fala me fez voltar a realidade, a Brisa pode morrer a qualquer instante.
Me desprendo do rapaz e levanto, quando ia começar a andar, uma mão me puxa.

- Tem um dos invasores vivo, você tem minha autorização para falar com ele.- Era o europeu, mas... Diferente?! Não sei, não me importa agora, eu só preciso de ar.

...
⚠️⚠️⚠️ (pode conter gatilhos)

Estou em um lugar bem vazio e, por incrível que pareça, cheio de mato. Sento no chão e posso ter o prazer de olhar o céu azul, bem limpinho e ali, mesmo que eu tentasse prender, o choro me consome.

As memórias vem à tona... Minha casa invadida, eu escondida no duto de ar, minha mãe morta em meu colo, meu pai já morto sendo levado, a Brisa atirada no chão baleada...

Quando vai ser eu ao invés de alguém que eu amo?

Como posso me permitir amar alguém sendo que sou uma marca de morte?

O choro se torna incessante, a raiva e tristeza fervem o meu sangue a ponto de começar a gritar e socar a árvore ao meu lado. Seu casco era duro e da minha mão começa a escorrer sangue, mas era estranho porque eu simplesmente não sentia dor, sentia alívio, prazer...

O grito era reconfortante, mas ao mesmo tempo istérico. Me parecia como algo que eu guardava a muito tempo em meu peito saindo e se tornando livre.

Me machuco o bastante para ferir seriamente minha mão e garganta, enfim paro me sento no chão e ali fico durante horas, no frio, encolhida, machucado ardendo e pensando em como tudo poderia ser diferente se eu não existisse...

...

Era tarde da noite quando chego em casa e vou direto tomar banho. Meu corpo todo ardia, minha mente fervia, mas a água parecia limpar tudo e acalmar a alma, lágrimas caiam de meus olhos e minha mente foi ao hospital junto a Brisa... Será que ela estava bem? Alguma sequela? Se nós tivéssemos ficado no México...

Saio do banho e me enrolo em minha toalha, meus olhos veem o meu reflexo no espelho. Meu rosto inteiramente inchado e vermelho, eu simplesmente precisava dormir.

Faço um simples curativo com gase em meu machucado recente e enfim me visto, coloco um conjunto íntimo preto e me jogo em minha cama, me cubro com uma coberta de pelos e durmo na esperança de que tudo se resolvesse amanhã, inclusive meus fantasmas do passado...

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Heyy, lindoooss!!!

Novo cáp na área, gostaram???
Esse foi mais curtinho, porém mais pesado 👀😔

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XOXO 💋

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⏰ Last updated: Feb 18 ⏰

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