19.

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🗣️ Lari.

alguns dias depois....

2ª rodada do campeonato paulista.

Ituano x Corinthians

Eu e o Yuri estamos "juntos", nada assumido publicamente, mas alguns amigos já estavam sabendo.

De uns dias pra cá, o Yuri está....hm

Diferente.

Ele tá quieto, afastado e isso me preocupa muito, tanto no profissional quanto no pessoal também.

— Lari, tem falado com o Yuri? - Wesley disse chegando do meu lado, junto com o Caetano

— Claro né juvena - Respondi dando risada.

— Não maluca, falando sério, ele tá estranho, vocês brigaram? - Caetano perguntou também.

— Eu não consegui conversar com ele ainda, ele tá fugindo de mim - dei de ombros.

E é verdade, tentei falar com ele esses dias, mas ele tá fugindo, e eu não sei o que fazer.

— Vamos, 10m pra entrar em campo - Mano gritou avisando.

Fomos fazer a nossa oração antes de entrarmos em campo e sem nenhuma palavra a ser trocada.

Mas quando chamamos na zona mista, eu puxei ele pra um cantinho, ele ia falar alguma coisa mais eu o interrompi.

— Olha aqui — Peguei nas duas mãos dele— só me escuta, não sei o que tá passando nessa sua cabeça, mas sei que deve estar complicado, ó, independente de qualquer coisa, eu vou estar aqui pra você, sempre. - puxei ele pra um abraço
— Bom jogo vida - dei um selinho rápido nele.

— Eu te amo - foi a única coisa que ele disse antes de voltar a fila, e eu subi também pro banco.

Ele já tinha falado isso, na mesa, mas dessa vez aqui, sei lá, foi diferente.

Ele me ama, ele disse, com todas as letrinhas, só pra mim.

O jogo começou, e olha, saudade do meu Corinthians que jogava bem, sei lá, nada da certo.

O jogo acabou 1x0 eles, com a torcida xingando todo mundo

Descemos pro vestiário, e fomos pro CT, e de lá iria embora com o Yuri, por que o Gustavo não estava relacionado então ele não foi.

— Vamos? - Yuri parou do meu lado, e eu assenti.

Entramos no carro, e eu fui no banco de trás com ele, enquanto os pais dele estavam na frente.

Fomos o caminho todo no silêncio até chegar na casa dele,

— Desculpa estar estranho com você esses dias, mas meus pensamentos estavam e estão me corroendo - ele disse assim que sentamos no sofácom os olhos brilhando, e eram de lágrimas.

— Amor, eu já te disse que você pode contar comigo, eu vou estar aqui sempre, lembra? Eu sei que não sou a melhor pessoa pra dar conselho, mas eu posso te ouvir quantas vezes for preciso, me fala, o que tanto você tá pensando meu bem - disse fazendo carinho na mão dele.

E por um momento, estávamos só nós dois ali, esquecendo completamente dos pais e os irmãos dele.

— To pensando em um monte de coisa, em mim, em nós, no Corinthians, na cobrança, em tudo, eu não to sendo suficiente em nada que eu faço, não tô sendo suficiente com você, com a Ysis, dentro de campo, não sou suficiente pra torcida, eu não sou suficiente em nada Larissa - ele disse, enquanto algumas lágrimas caíram.

— Yuri, que papo torto é esse fe não ser suficiente? Você não começa com esses não, tá maluco? Você sabe que não joga sozinho né? Você sabe que toda a sua família te acha incrível, e que se foda quem não acha, se blinda dessas coisas, porque quanto mais você tiver criando essas coisas na sua cabeça, vai ser pior.
Você é mais que suficiente Yuri, por mais que a fase não seja boa, você não se esconde, você não se acanha, pelo contrário, você corre, busca, nada disso é culpa sua, e você sabe disso.

— Eu não sei, tudo me parece ser culpa minha, tudo e eu não sei como lidar com isso Larissa - ele diz

Ele me chamando de Larissa, me causa coisas.

Coisas ruins

Não gosto que me chama de Larissa, ainda mais ele, e me faz até lembrar que tan todo mundo aqui, prestando atenção, então eu preciso respirar e pensar.

— Yuri Alberto Monteiro da Silva, se você me chamar mais uma vez de Larissa eu juro que eu subo nessa escada e pulo de lá - vi ele me olhar assustado, e vi a Maria soltar uma risadinha-
Vamos jantar, e depois nós vamos procurar uma psicóloga pra ti, pra todos, e eu não quero ouvir um não, isso inclui você, sua mãe, seu pai, seus irmãos, cunhados e se precisar, até seus cachorros, e é isso. - essa altura do campeonato já tava todo mundo me olhando.

Fodeu.

— Mas.....é - ele tentou falar.

— Mas nada, não tem essa opção que não querer, não to falando isso como sua amiga, namorada, ficante ou sei lá como tu me enxerga, tô falando como profissional, que tem como dever cuidar do jogador, e é isso que eu vou fazer, cuidar de você, não só por que eu quero você jogando bem, mas é porque eu amo você, e amo sua família, e eu sei que quando tá ruim pra você, tá ruim pra todo mundo, e é por isso que eu vou cuidar de vocês, e se vocês não quiserem, eu entendo - olhei pros pais do Yuri- mas ele vai, ele vai buscar ajuda, ou é por conta própria ou vai ser no CT - olhei pra ele de novo.

— Meu Deus, onde você tava esse tempo todo? - Tainá disse.

— Larissa....Lari, desculpa - Flávia disse soltando um riso.
— Nós iremos fazer o que achar que é melhor pro nosso filho, e creio que ele vá querer também, não é Yuri? - ela cerrou os olhos pra ele.

— Três coisas, não te chamo mais de Larissa, você é minha mulher, e sim, vamos procurar juntos - ele juntou meus lábios, mas logo soltou.
— Pera ai..... tu disse que me ama? - ele fez uma carinha tão linda, e com os olhinhos brilhantes.

— Amo muito- disse ainda olhando pra ele.

— Vocês ouviram né? Ela disse que me ama - ele disse olhando pro pessoal e logo começou a me rodopiar no colo fazendo o pessoal rir.

— Me coloca no chão menino, tô tonta já - disse dando batidinhas no braço dele.

— Casa comigo vai - ele disse, e eu quase me engasguei.

— Para de maluquice, nem me pediu em namoro ainda quer casar, ó o tipo do seu filho Flávia - disse cruzando os braços.

— Yuri meu filho, não foi isso que eu te ensinei - o Carlos disse dando risada.

Minha pessoa - Yuri Alberto Onde histórias criam vida. Descubra agora