𝗗𝗘𝗦𝗔𝗕𝗔𝗙𝗢 - 𝑫𝒓𝒂𝒄𝒐 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚 𝒆 𝑴𝒖𝒓𝒕𝒂.𝑸.𝑮.

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𝗦𝗶𝗻𝗼𝗽𝘀𝗲: Draco acaba conhecendo Murta no banheiro dos monitores.

𝗔𝘃𝗶𝘀𝗼𝘀: gatilho.

𝙋𝙤𝙫: Draco Malfoy

Sai apressadamente da mesa de jantar e fui em direção ao banheiro dos monitores quando foi dado o toque de recolher.

Entro rapidamente no banheiro e tranco a porta, deixando a mochila em algum canto do local enquanto me sento no chão, sem dar importância se alguém fosse entrar ou tivesse alguém ali.

Fico longos minutos de cabeça baixa pensando em tudo que tem acontecido nos últimos dias, cada segundo parecia uma eternidade naquele maldito ano, talvez o pior ano da minha vida.

"Terei que matar Dumbleodore"

Lembro do momento em que meu pai deu a notícia como se tivesse acontecido a um segundo.

"É necessário"

"Ele ordenou"

"Quanto mais rápido você fizer melhor vai ser"

Mas ninguém perguntou o que eu achava, o que seria melhor pra mim, ninguém nunca pergunta.

Ouço barulho de coisas caindo e rapidamente me levanto e saco a varinha.

— quem está aí?- pergunto com a varinha apontada pronto para lançar um obviliate — QUEM ESTA AI?

— não pode me machucar- a voz feminina resmungou e sua voz ecoou pelo cômodo — não mais do que você está machucado.

Um vulto de uma garota voava na minha frente, ela tinha óculos, vestido escuro e os cabelos presos do lado da cabeça.

— você é um fantasma?

uma fantasma- ela corrige.– muito prazer, me chamo Murta-Que-Geme.

Sinto que fiquei mais pálido do que já sou, já vi muitos fantasmas antes mas nunca nenhum conversou comigo.

— desde quando está aí?

— desde que eu morri- ela murmurra e se "senta" em uns bancos que tinham lá. – eu costumava ficar no banheiro feminino mas as garotas eram cruéis comigo. Me maltratavam.

— por que as pessoas fariam isso?

— por que as pessoas não fariam? "A Murta não sete nada, vamos jogar um livro nela e ver se ela reage".

— você tem me visto sempre que eu venho aqui?– me sento ao lado dela.

— sim, ninguém costumava vir aqui para chorar, alguns vêm aqui pra se pegar. É nojento.

— eu imagino. – Abaixo a cabeça guardando minha varinha no bolso interno do uniforme.

— por que estava chorando?- ela questiona voando até o outro lado do banco. – pode me falar, eu não tenho ninguém pra contar.

Olho para ela por longos segundos, abaixo minha cabeça encarando o chão.

— você sabe meu nome?

— Draco Malfoy.

— os meus pais... são comensais.– A expressão do seu rosto fechou.

— Lucio Malfoy?

— isso, e Narcissa, nascida Blake.

— eu sei quem eles são, mas nunca soube que eles eram comensais.

— eu... eu me tornei um comensal, quando fiz 16 anos.

— por que se tornou comensal?– ela quase gritou voando alto e voltando.— desculpa.

— eu não tive escolha, se ele ordena, eles fazem, nós...

— é por isso que estava chorando?

— também, mas desde então, a minha vida virou outra, parece que nem sou eu vivendo, parece que é outra pessoa, um monstro.

— você não é um monstro.– ela afirma com raiva.— não tem culpa se obrigaram você, se nem te deram chance de escolher.

— eu tenho culpa, eu fiz muitas coisas na minha vida que eu não me orgulho.– apoio minha cabeça sobre meus braços.— humilhei muitas oessoas, julguei elas sem nem tentar conhecer, achava que eu era melhor por que tenho sangue-puro e sou rico, agora eu vejo que isso não adianta de nada.

— mas e agora? O que você vai fazer?

Olho para ela com os olhos marejados e abaixo minha cabeça.

— ele... eu preciso...

— ninguém vêm aqui, ninguém vai ouvir.

— eu preciso matar Dumbleodore.– sussurro mas foi alto o suficiente para ela ouvir.

— meu Merlin, eles não podem te obrigar a fazer isso. Seus pais...

— meus pai já fez coisa muito pior na vida dele, pra ele isso "é facil", e minha mãe... ela não pode fazer nada, ele me ameaçou, disse que eu não fazer isso eu... morro.

— ele quem?– ela perguntou se aproximando de mim.

— Voldemort.

Longos segundos se passam, um silêncio estranhamente confortável estava impregnado no ambiente.

— tem algo que eu possa fazer pra te ajudar?

— eu gostaria que tivesse algo que eu pudesse fazer, voltar no tempo, nunca ter nascido, qualquer coisa seria melhor que isso.

— não pense nisso, você é bom.

— eu gostaria que ao 11 anos eu tivesse uma visão, um sonho de tudo que tá acontecendo agora, eu teria feito tudo diferente.

— você pode fazer, não mate Dumbleodore, fuga, vá pra longe.

— eu pensei em fazer uma coisa, quando soube que viraria comensal, eu ia...– penso em alguma coisa para não falar o que realmente me deu vontade de fazer.— eu ia fugir

— por que não foi?– ela olha pra mim como se estivesse faltando a última peça do quebras cabeça.

— minha mãe. –olho para ela com lágrimas nos olhos. — ela é o único motivo, ela sabe, sabe que eu tentei... fugir, ela me implorou pra não fazer isso, e quando eu vi ela chorando no quarto dela, com uma foto minha, eu não consegui, eu só tenho ela e ela só tem a mim.

— então... não tem nada que se possa fazer?

— uma coisa que ninguém sabe, no 4° ano eu abri o armário do bicho‐papão sem ninguém por perto, ele é o Voldemort.

— eu não sei mais o que te falar, eu queria poder ajudar você.

— ano que vem...– seco minhas lágrimas.— eu tenho medo do que vai acontecer ano que vem.


Um da bossa doninha oxigenada 🥺❤

𝙸𝙼𝙰𝙶𝙸𝙽𝙴𝚂 𝙳𝙸𝚅𝙴𝚁𝚂𝙾𝚂 Where stories live. Discover now