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Abaixei os óculos escuros e observei o carro vermelho parar do outro lado da rua, arqueei uma das sobrancelhas ao ver a pessoa que eu procurava, sair do veículo.

—Aqui, a sua xícara de café! — a garota sorridente, que não aparentava ser muito mais nova que eu, falou enquanto colocava a xícara em minha frente.

— Obrigada! — lhe lancei um sorriso meigo e a vi sair, voltando para o outro lado do balcão, para fazer alguma tarefa escolar.

De forma rápida, Brian já estava adentrando o local, passando o olhar pelo ambiente de forma rápida, se sentou no banco ao meu lado e eu o observei de soslaio, bebericando meu café.

— Atum com pão branco sem casca? — a garota que me atendeu anteriormente perguntou.

— Como é que tá o atum? — o loiro perguntou, folheando uma revista.

—Todos os dias você vem aqui e pergunta como está o atum. Estava horrível ontem, estava horrível anteontem. E adivinha? — a garota fez contato visual com ele — Continua igual.

— Eu quero o atum. — afirmou

— Pão sem casca?

—  Exatamente!

A garota largou o lápis sobre o caderno e se virou para preparar o pedido de Brian. Atrás dela, numa sala, era perceptível um homem careca.

Observei seus movimentos: se levantou, pegou algo para beber, se virou em direção a nós e, pelo visto, fez contato visual com Brian; se virou e fez o caminho de volta para onde estava antes: sentado de costas para nós.

A garota de antes de aproximou do balcão e deixou o sanduíche de atum em frente ao loiro.

— Obrigado!

A garota o encarou enquanto ele se abaixava para abocanhar o sanduíche e num movimento rápido, virou a revista para que pudesse ver do que se tratava.

Tentei esticar o pescoço para também ver o que era, mas foi inútil, porque nossa atenção se voltou ao barulho de carros na rua.

Três carros estacionaram de forma extremamente sincronizada, me fazendo arquear a boca e balançar a cabeça em concordância.

De cada carro, saiu um homem, e se reuniram ao redor do carro azul, de longe não dava pra entender muito bem sobre o que falavam, então resolvi ignorar.

— Você aceita mais um café? — a garota perguntou assim que virei o rosto para ela.

Balancei a cabeça em concordância e a garota sorriu, pegando minha xícara e sem demorar, a trazendo cheia de café novamente.

— Obrigada...— agradeci, dando espaço para que ela me dissesse seu nome.

— Mia!

— Obrigada, Mia! — agradeci corretamente e tirei os óculos do rosto, os colocando sobre o cabelo.

Ao olhar novamente para Mia e Brian, observei que eles se empenharam em uma conversa, então o loiro não se deu conta de que era eu que estava ao seu lado.

Ele tá querendo é ver a Mia pelada. — alguém comentou ao entrar no estabelecimento e eu quase me engasguei com o café.

— E aí, galera? — Mia cumprimentou os homens que entraram no estabelecimento.

— E aí, Mia, tudo bem? — um dos homens perguntou e a menina balançou a cabeça em concordância.

Um homem tatuado sentou do outro lado de Brian, metendo a mão em uma cumbuca com sachês de sal e açúcar, vanzendo o objeto bater o prato de Brian.

RUN OR RUN - DOMINIC TORETTOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora