Capítulo 13.

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Luana aceitou o convite sem pensar duas vezes, agora sabia que precisava rever seus antigos amigos, em um baile funk de rua seria o melhor lugar.

Combinou com Italo de que ele passaria na casa de sua mãe ás 00h, e dado o horário, lá estava ele buzinando incessantemente sua moto.

Italo sabia ser irritante e Luana sabia disso como ninguém.

- To saindo, inferno! - disse ela enquanto colocava seu tênis.

- Anda logo, cão, quero beber - Luana revirou os olhos e continuou colocando seu tênis calmamente.

- Sua sorte é que eu amo você, se não eu já teria te matado - ela trancou o portão, colocou o capacete e subiu na moto.

- Simbora!

Encontraram com seus amigos e partiram todos juntos de moto para o local, chegando lá subiram em uma escadaria que tinha em frente a uma loja que Luana não fazia ideia do que se tratava, muito menos Italo.

- Nossa, o pai ta lindo hoje - disse Italo, o que fex Luana revirar os olhos e olhar para ele com certa cara de deboche enquanto ele se admirava na imagem da camera do seu celular.

- Não amiga, ele não mudou nada - disse Tabata rindo da cara que Luana estava fazendo.

- Nunca vi se amar tanto igual a esse ai - disse Lucas antes de dar uma boa goladaem seu copo e acompanhar Barbara que não parou de dançar desde o momento que pisaram ali.

- Pai é lindo - repitiu.

- Ah não, Lucas troca de lugar comigo, não vou aguentar ele se amando a noite inteira - Lucas obedeceu e eles seguiram com o baile.

Dancinhas em grupo, e em meio aos agudos, relembravam da época em que iam para Tabacaria e paravam tudo com suas dancinhas malucas.

Luana pode sentir sua alma sair do corpo quando abriu os olhos e Matheus estava ali, na sua frente.

- Caralho, que susto, inferno - revirou os olhos - o que você quer?

- Não sabia que estava pela baixada.

- É porque isso não é da sua conta - Luana respondeu rispidamente e Matheus riu - ta rindo por que? Contei alguma piada?

- O que ta rolando, Lu? - Italo colocou a mão no ombro dela e ela apenas apontou para a pessoa que estava na sua frente - Aaaah, boa sorte - e se afastou.

- O Italo? É?

- Ele é meu amigo, Matheus, e isso também não é da sua conta.

- Ah, Luana, para por favor, isso faz muito tempo - ele tocou Luana pela primeira vez depois de anos, ela apenas olhava para sua mão segurando o braço dela, Luana se arrepiou por completo.

- E o que você espera de mim?

- Uma segunda chance - ele trouxe ela para mais perto de si, perto o bastante para que eles pudessem se olhar nos olhos, a partir daquele momento, parecia que não existia ninguém naquele baile, as ruas lotadas pareciam estar completamente vazias, sem musica, apenas os dois ali, se olhando fixamente, tentando guardar o maximo possível do rosto um do outro em sua memória.

- Ta bom - ela respondeu e ele a abraçou.

- Quer ir pra outro lugar?

- Como? E meus amigos? - ela se virou para ver eles, estavam os 4 com uma latinha de lança na mão e fazendo amizade com duas meninas que pareciam estar sozinhas - Vamos!

- Não vai avisar eles?

- Eu mando mensagem - e saiu puxando Matheus.

...

"Desculpa abandonar o baile, estou indo embora, te amo muito e obrigada por hoje, nos vemos amanhã antes de eu ir"

- Pronto - Bloqueoou o celular e esperou que Matheus fizesse o mesmo.

Ele levou sua mão até o som do carro, colocando para tocar "Ocean Drive - Duke Dumont".

- Porra, essa é a minha musíca preferida - Luana respirou fundo e encostou a cabeça no banco, se deixando consumir pelo som ainda na intro.

- Legal - Matheus sorriu, saindo com o carro.

Dirigiu até a avenida da praia, indo em direção à Santos.

Os dois se olhavam durante a musíca, sem saber muito o porquê dos dois estarem ali naquela noite escura com uma vista pro mar, Luana não acreditava em tudo aquilo, ela não sentia que estava com o coração preenchido por aquele momento, não sentia paixão alguma por aquele Matheus, e também não sentia ódio.

Ouviram o barulho de sirenes da policia e logo puderam ver algumas passando em direção contrária da pista.

Não se importaram.

- Sabe, Luana? Eu nunca vou deixar de amar você - ela revirou os olhos - é sério! Você é muito especial para mim e nunca vai deixar de ser, mesmo afastados depois desses anos, não teve um dia que eu não pensei em você, não pensei no que eu destrui. Aquela nossa conversa... ela me fez refletir muito, e eu estou diferente hoje, tanto por mim quanto pelo meu filho... e por você.

Nesse momento Luana se perguntou o que estava fazendo ali, se aquelas palavras eram sinceras, sem dizer uma só palavra, voltou seu olhar ao mar, vendo um raio o atingir.

Vai chover. Pensou.

Depois de furar o sinal vermelho, estavam em Santos e assim que Matheus avistou uma vaga estacionou o carro e saiu. Luana apenas acompanhou.

Ele encostou no carro e ela fez o mesmo, observando o mar ser coberto por nuvens.

- Lu, se você pudesse voltar no tempo, o que você faria?

- Acho que voltaria para o ensino médio, viveria tudo outra vez, os 17 foi a melhor fase da minha vida... e você? - disse com um sorriso enorme no rosto.

Matheus se desapoiou, e ficou na frente de Luana.

- Eu teria te beijado antes - Matheus olhava fixamente pra boca de Luana, o que a deixava nervosa.

- Eu...não sei...

- Posso? - ele se aproximou mais e lambeu os próprios labios.

Luana concordou e Matheus tocou suas bocas, assim como esperaram anos. Passou as mãos pela cintura de Luana para que ela pudesse ficar mais proxima, um beijo calmo mesmo de língua, mas com um poder sem igual, parecia um beijo perigoso, cheio de desejo mas também muitas incertezas, um beijo que a deixava excitada tanto pelo sabor quanto pela imprecisão dele.

Mas de alguma forma ela não conseguia sair dali, era óbvio que Luana não precisava de Matheus.

Mas ela queria...

Ao ouvir um trovão forte, se separaram e olharam para o céu, sentindo a água da chuva molhar seus rostos, correram para entrar dentro do carro.

- E agora? - Luana se virou para Matheus.

- Mc Donald's?

Vista do alto da favela - Mc Don Juan.Where stories live. Discover now