Capítulo 10

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Sila deu entrada no hospital com dor torácica, sensação de engasgo, tontura, náusea e falta de ar. O médico disse que ela teve um ataque de pânico e queria mantê-la ali por 12h para observação. Adormecida, não pude falar com ela. No fundo, mesmo sendo mesquinha, Sila tinha razão em eu estar indeciso e ser rude com ela, não era justo. Minha cabeça estava girando, Dulce não saia mais dela, e a noite quente que tivemos ficava voltando.

Ela teve alta pela manhã, e insistiu para que ficasse lhe fazendo companhia em sua casa. Olhava para o relógio a cada meio minuto, pensando que Dulce estava me esperando naquele café.

P.O.V. Dulce

Depois de uma hora e meia esperando naquele café, decidi me conformar que Christopher não ia aparecer e que eu tinha bancado a tola. Anos depois e ele ainda me fazia de idiota! Enfurecida, bato a porta do carro e aperto o volante. Tudo piora quando o vejo passando abraçado a Sila em direção a um restaurante. Filho da mãe!

P.O.V. Ucker

Aceitei levar Sila para almoçar algo leve porque no fundo estava me sentindo muito culpado por ter traído ela, mas não parava de pensar que faltei ao meu encontro com Dulce e que ela provavelmente jamais falaria comigo de novo.

Só consegui ficar livre perto das oito da noite de sábado, e fui direto para a casa de Dulce, tocando insistentemente o interfone. Ezgi, a babá de Lara, me informa que ela me mandou embora dali. Merda! Mas não vou mesmo! Pulo o muro, vou até o lugar onde sei que é a janela dela, puto da vida ao notar que ela mandou remover a treliça:

Ucker: DULCE! - Começo a gritar - DUUUUUUULCE! - Nada - DULCEEEEEEEEEEEEE. Eu sei que está aí! DULCE!


P.O.V. Dulce

Estava andando no corredor, acabo de passar pelo quarto da minha filha, Lara está com seus headphones e o tablet, balançando a cabeça no ritmo da música que ouvia. Em seguida, comecei a ouvir meu nome sendo gritado no gramado:

Ucker: DULCE! - corro até minha janela. Christopher está ali.

Dul: Mas que diabos é isso? - digo pra ele.

Ucker: Eu vim falar com você!

Dul: E eu te mandei embora! Saí daqui!

Ucker: Não vou sair!

Dul: Pois então fique aí fora!

Ucker: Mas vou ficar gritando até você decidir me ouvir!

Dul: Você não se atreveria!

Ucker: Ah é? DULCEEEEEEEEE! DULCEEEEEEE! - ela parecia mesmo disposto a ficar berrando ali por muito tempo. Temerosa de que meus vizinhos, ou pior, Lara ouvisse, faço sinal para que ele vá até a porta da frente e vou atender. - Obrigado - ele diz, assim que passa para dentro.

Dul: O que você quer aqui?

Ucker: A gente ia conversar, lembra?

Dul: Isso foi há muitas horas atrás! E... - ouço um barulho lá em cima. Ai meu Deus, Lara não podia encontrar com ele aqui. - Vai embora, Christopher! - digo baixo.

Ucker: Não até falar com você! - solto um grunhido de raiva e frustração.

Dul: Tá! Vem logo! - ele me segue pela escada. Na seguido meu quarto fechado, volto-me para ele. - Fala de uma vez!

Ucker: Eu não pude ir hoje de manhã.

Dul: Imagino bem o porquê.

Ucker: Acontece que tive um imprevisto.

Él Regalo Más GrandeWhere stories live. Discover now