3 • New Name

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Lawrence acordou primeiro e se levantou para andar um pouco, mesmo que fosse só naquela sala, ele precisa se movimentar.

Diaz acordou pouco tempo depois e permaneceu em silêncio, foi até a janela e ficou parado ali, hipnotizado pelo que estava vendo.

— Nada mudou,Não é? —  Robby disse o assustando.

— Será que o Castelo inteiro está igual também?

Robby deu de ombros e voltou para a cama.

— Por que nenhum outro aluno veio pra cá? Agora as pessoas não se machucam?

Robby sorriu com o comentário do moreno, mas ele estava certo;não era normal estar tão vazia a Ala Hospitalar.

— Eu não escutei nenhuma voz de aluno também.

— Os alunos vão chegar amanhã para o início do ano letivo Senhor Lawrence... — a voz da Professora Andrews cortou e ela deu um sorriso de canto que não passou despercebido pelos dois garotos. — Vocês estão mais calmos? O diretor quer ver vocês depois do café da manhã.

Os dois garotos apenas permaneceram em silêncio enquanto viam elfos domésticos vindo em suas direções com bandejas de comida.

— Comam e depois subam para a sala dele, a senha ainda é a mesma. — A Bruxa saiu da sala os deixando sozinhos novamente.

— Diaz, você acha que nós vamos conseguir voltar?

— Para o bem do seu pescoço, eu acho bom nós voltarmos.

Os dois garotos comeram sem dizer nada, não havia o que falar, nem se quer uma diferença na Ala Hospitalar para que se tornasse assunto, tudo estava igual o que fazia eles duvidarem se realmente estavam tanto tempo assim no futuro.

Diaz terminou primeiro e foi em direção da porta mas recebeu um protesto na mesma hora.

— Onde pensa que vai?

— Encontrar o velho e ir embora. —  Robby sorriu com escárnio na mesma hora.

— Por acaso você sabe a senha da sala do Kreese? — Miguel fez menção de responder mas fechou a boca, de fato ele não sabia a senha — Então, eu acho bom você sentar e esperar que eu termine de comer, depois nós vamos para a sala dele. Juntos.

Diaz serrou os olhos mas sem outra alternativa, voltou para a cama.

Por provocação, Lawrence enrolou mais do que o normal para comer, cada mordida que dava em suas torradas pareciam ser a coisa mais perfeita do mundo, ao beber seu suco de abóbora ele parava a cada pequeno gole só para admirar o copo, ele podia sentir os olhos irados do moreno nele mas isso só servia como incentivo para provocar ainda mais.

— Eu juro que vou fazer você engolir até a bandeja se você continuar enrolando.

— A hora da refeição deve ser um momento de paz, não é pra comer desesperado, nem ficar fazendo ameaças desnecessárias.

— Acontece, Senhor Pacifista, que eu estou sim desesperado e vou realmente te fazer engolir tudo isso se você continuar enrolando.

— Tá bom, tá bom, vamos logo. —
Robby se levantou rindo do garoto, talvez ele gostasse de ver o loiro irritado.

Os dois garotos foram andando pelos corredores e não pararam um segundo de reparar no castelo, estava identifico, sem uma mudança se quer.

Assim que chegaram nas gárgulas, Miguel ficou encarando, esperando que Robby dissesse logo a senha, mas o moreno ficou quieto, cabisbaixo.

— Não me diga que você não sabe a senha.

— Não é isso, é que eu me lembrei de uma coisa importante. — Robby ficou aflito na mesma hora — Esquece, vamos entrar logo. — Ele se virou para a Gárgula e finalmente falou — Cobra Kai.

—  Cobra Kai? Essa é a senha do grande Kreese? — Miguel disse com desdém enquanto passava pela passagem.

Dentro da sala estavam Kreese e os professores Silver e Andrew. Pelas suas caras eles estavam aflitos, notícias boas não teriam.

— Sentem-se garotos, acho que temos algumas coisas para conversar.

Os garotos se sentaram nas cadeiras em frente a grande mesa e não passou despercebido por nenhum dos dois o quanto Silver estava olhando para Robby, não com desprezo como eles estavam acostumados, na verdade, ele parecia preocupado.

— Sinto informar que o livro que você mencionou antes não esta mais na escola, mas nós vamos pedir uma cópia para alguns aurores de confiança, com certeza logo teremos ele em mãos, mas se você se lembrar do modo de voltar que estava no livro, talvez poupe muito mais tempo.

— Esse é o problema, não estava escrito nada do tipo, a folha estava solta, e não tinha nada atrás, as poucas coisas legíveis eram os ingredientes.

Miguel o olhou com descrença na mesma hora. Era possível essa situação piorar ainda mais?

— Se você se lembrar dos ingredientes eu posso procurar em minhas anotações para ver se encontro algo que ajude, eu não me lembrava que nessa idade você era tão imprudente — Silver disse com um tom sereno, quase com nostalgia, os dois garotos não deixaram de se encarar com expressões de dúvida estampadas em suas faces.

— Enquanto não descobrimos como levar vocês de volta, nós concordando que a melhor alternativa é que vocês fiquem em Hogwarts, mas com nomes diferentes, usaram os sobrenomes de suas mães e o nome, bom, deixarem que escolham, mas se lembrem de que não pode ser algo tão complexo, o risco de errarem o nome pode ser grande — Kreese disse, fazendo os dois garotos ficarem extremamente confusos com tudo.

— Vocês tem algo em mente? Se me permitem, tenho duas ideias de nomes que podem servir — Andrew disse com um sorriso de canto, e sem ter resposta, continuou falando — Rowan  e Matheus. Me lembro de terem feito piadas com esses nomes antes da formatura, acho que agora entendo o motivo.

— Espera, deixa eu ver se entendi, por culpa do testa rachada aqui, nós estamos presos e vou ser obrigado a adotar outro nome?

— Exatamente, mas será por pouco tempo, cada segundo que vocês passam aqui é um risco enorme que correm.

O moreno estava ficando vermelho de raiva.

— Eu vou te matar , Lawrence. — os três adultos riram na mesma hora e os dois garotos ficaram sem entender nada.

— Faz tempo que não escuto vocês se tratando assim, chega a ser nostálgico. — Kreese disse com um sorriso nos lábios e os outros dois adultos apenas concordaram.

— Diaz, nós não temos muita escolha, e parando pra pensar, Rowan Keene não é um nome tão ruim.

O moreno pensou por um tempo sobre esse novo nome e então se deu por vencido.

— Matheus Salazar também não é, mas não é a mesma coisa de ser um Diaz.

— Eu não vou nem discutir com você. Mas professor, como vai ser amanhã? Nós vamos para nossas casas e vamos fingir que sempre estudamos com eles? Não sei se vai dar muito certo.

— Não, Lawrence... — Silver começou a falar mas os dois adultos restantes o olharam com alarde e ele mudou a expressão e o tom de voz — Nós achamos melhor vocês serem apresentados como alunos transferidos de Durmstrang, e vão passar pelo chapéu seletor novamente, só para manter o disfarce.

Não tinha muito o que eles decidirem, os adultos já tinham tudo planejado. Seguiram por algumas horas repassando coisas que eles não deviam comentar e o que deviam falar, Robby permaneceu quieto em boa parte do tempo, ele não parava de pensar que foi imprudente e que se queria que a guerra entre ele o moreno acabasse, ele poderia ter tentado conversar com ele, e não usar uma poção antiga e desconhecida, logo ele que sempre era horrível em poções achou que seria capaz de fazer tal coisa, uma hora de gritos e algumas palavras verdadeiras poderiam ter resolvido tudo. Ou talvez não, Diaz estava fora de si, conversar com Lawrence era a ultima coisa que ele iria querer fazer.

A reunião acabou um pouco depois da hora do almoço e os dois garotos resolveram ir andar pelo castelo, não tinham muito o que fazer a não ser aceitar que nos próximos dias eles teriam que voltar a estudar mas com pessoas totalmente estranhas e tecnicamente, bem mais novas do que eles.

Diaz - Lawrence's? - KiazOnde histórias criam vida. Descubra agora