Capítulo 25 (revisado)

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Fecho os olhos e tento imagina-lo. 

Seu toque, sua voz, seu cheiro, sua presença.

Falho miseravelmente. 

Parei meu carro no acostamento, o mais longe que pude da casa de Jackson, onde minha amiga se sinta mais segura. 

 O que me complica é que tudo o que consigo pensar e sentir aqui dentro, é a respiração da Emily. 

Passo a mão no rosto tentando me tranquilizar. 

Céus...

- Conseguiu? - minha amiga pergunta em um sussurro.

Respiro fundo e sorrio para ela. 

-Não. - ela assente e olha para frente, disposta a esperar o tempo que for.

Não posso reclamar de Emily. A garota deve estar mais nervosa do que eu e mesmo assim, espera pacientemente ao meu lado. Apenas aceitando a loucura que estou fazendo. 

Minha amiga não conseguiu passar mais de vinte minutos na propriedade dos Whitmore. Não a julgo, e nem poderia.

Ela não tem culpa de nada do que está acontecendo. O minimo que posso fazer é tornar tudo mais simples possível, ela merece isso. 

Não vou conseguir aqui dentro. Preciso de ar. 

Se isso não der certo, não sei o que iremos fazer. 

Passo as mãos no rosto novamente e tiro o cinto.

- Já venho! - é tudo o que digo antes de sair do carro. 

O frio me me recepciona com um beijo suave sobre a pele. Me encolho na camada grossa de roupa. 

Encosto-me no capo do carro. O vento sussurra em meus ouvidos, a folhagem da mata fechada ao meu redor movimenta-se tranquilamente com ele.

Fecho os olhos e respiro fundo.  O cheiro suave da umidade me ajuda a raciocinar. 

Ok, talvez isso dê certo. Preciso que funcione. 

Imagino Ele, novamente. 

Sua pele um pouco queimada de sol com pequenas sardas preenchendo as bochechas, seu nariz reto, seus olhos fundos e a cor de sangue fluido correndo por sua íris. 

Posso sentir meu corpo formigando nos locais em que Ele tocou. Como uma corrente elétrica percorrendo toda minha pele

Não preciso de muito esforço para lembrar-me da sensação de seus lábios, delicadamente, sobre meu pescoço, de senti-lo me mordendo. 

Como não ficou marcado? Como raios aquilo pode ser tão...bom?

Suspiro, a minima memória sobre ele me deixa atordoada.

"Onde você está?" - murmuro vasculhando minha mente, esforçando-me para traze-lo até mim. 

Como ele pode parecer alguém que conheço a tanto tempo?

Como posso não temer sua presença da mesma forma em que todos parecem fazer?

Sua estrutura esguia e imponente...

 Por que sinto-me assim com ele?

Um frio percorre minha espinha. A memoria de seu cheiro me consome brutalmente.

Me seguro como posso no capo do carro.

"Como posso encontra-lo?"

Evitei pensar nele. Lutei contra todos os meus instintos e aqui estou eu, forçando-me a acha-lo.

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