Estamos sentados em uma mesa perto da lareira, Jack achou melhor que sentássemos aqui já que ainda estou molhada graças a chuva persistente que cai lá fora.
O Fordgrill é um lugar aconchegante, as paredes de tijolos expostos e gastos dão o conforto ideal para o ambiente. O restaurante bar cheira a madeira velha, álcool e fritura.
Tudo aqui soa nostálgico. Lembro-me de vir jantar quase todas as noites aqui com minha mãe e os meninos. Meu pai chegava alguns minutos atrasado.
O homem passava pela porta e caminhava na nossa direção com um sorriso tranquilo nos lábios. Ele sempre beijava minha mãe e fazia um cafune em Adrian, que ainda era um bebê de colo, enquanto Adam se preparava para pular em suas costas. Eu recebia um rápido e suave beijo na testa, já me preparando para ver meu pai fazer uma volta ao redor da mesa para colocar meu irmão mais velho em seu devido lugar.
A cena se passa diante de meus olhos como uma lembrança dolorosa de quando as coisas estavam nos seus devidos lugares.
Respiro fundo e me volto para o cardápio que seguro. Apesar de saber todos os pratos disponíveis, não tenho ideia do que pedir.
O lugar está relativamente vazio, vejo apenas algumas pessoas sentadas no bar. Quando chegamos, foi notório que passaram a noite aqui. Sentei-me de costas para essas pessoas, com o intuito de não me pegar distraída os julgando pela bebedeira.
Bolo de carne e acompanhamentos,
Peixe com legumes,
Hambúrguer com batata frita,
Macarrão com suas variedades de molhos,
Frango frito com purê...
Sinto meu estômago roncar ao reler umas das opções. Já sei qual será o pedido.
Desvio os olhos rapidamente para o garoto na minha frente. Ele também segura o cardápio, mas sua atenção definitivamente não se encontra ali.
Ele parece encarar algo atrás de mim. No bar.
Sua expressão não é nada amigável. Consigo sentir o incômodo com a presença daqueles homens emanando de seus poros.
Não consigo entender o motivo para isso. Eles nem ao menos estão fazendo barulho.
O garoto respira fundo.
Um calafrio percorre minha espinha. Já vi esse olhar em seu rosto uma vez.
É bestial.
- Olá Amy - a voz animada é familiar aos meus ouvidos
Jackson desvia o olhar, esbarrando com o meu.
Engulo em seco tentando controlar meus nervos. Em questão de segundos, o garoto parece se acalmar.
Luto para abrir um sorriso sincero ao olha-lá, a mulher esta em ótima forma e sustenta um sorriso cansado no rosto
- Olá senhora Johnson - falo o mais animada que consigo.
A mãe de Emily trabalha aqui a um tempo. Sempre que venho ela me atende, mesmo que não seja uma de suas mesas.
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Eterno
VampireNa pequena cidade de Trunk Village, desaparecimentos sempre foram comuns, mas de um tempo para cá isso só aumentou. Os corpos muitas vezes não são encontrados e quando são, estão sem vida. No meio desse caos existe Amy Jones, uma adolescente que só...