Cap XII

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Meus pés estavam a formigar e senti minhas pernas enfraquecendo a ponto de colidir meus joelhos ao chão. Meu rosto inexpressivo, e meu coração parecia falhar. Minha respiração se tornou difícil de maneira que meus olhos ameaçaram encher de água até que fosse transbordar.
Sentei ao chão e puxei os joelhos para perto de meu corpo, foi a primeira vez que eu agi como uma criança assustada.
Era apavorante saber que aquela garota que sonhava correr livre estava presa em trevas, era demais para mim.
_Você está reagindo como se eu tivesse a matado, falou quebrando o silêncio entre nós
_Cala a boca, murmurei
_Por favor, dei a ela uma chance de ver as coisas diferentes, dei poder a ela, respondeu sutilmente
_Cala essa boca
_Querido, não trate sua titia como a vila da história
_Eu disse para calar essa boca! Gritei e quase pulei em sua garganta
Seja quem for o novo senhor divino, deve saber o quanto queria mata -la naquele momento.
_Que grosseria, acho que teremos que aprender algo sobre bons modos
_Você não se cansa de ser irritante?
_Se isso te deixar assim humm... Murmurou me analisando _Furioso, respondeu achando a palavra _Não, eu não me canso, concluiu
_Solta ela, sou o que procura ou parte do que seja
_Tentador, porém ela te tem em mãos. Seu lindo coraçãozinho, claro infelizmente não o literal
_E um acordo?
_Uhhh, interessante e seria sobre o que ?
_Uma troca
_Estou ouvindo, respondeu abrindo um sorriso do qual eu adoraria arrancar
_ Eu vou com você, mas tem que solta-la
_Não sei se gosto disso, respondeu pensativa
_Ou isso, ou ficará aqui até vir um grupo grande de anjos
_Hahaha você é tão bom com piadas! Gargalhou
_Então aguarde, sua maldita!
_Ta bom, isso foi divertido enquanto eu irritava você
_Eu nem comecei com você, te farei pagar pelo que fez
_Chega! Respondeu fazendo a sala tremer e uma rachadura se aproximar
Rachadura qual, separou as linhas que a prendia em um círculo com anagramas.
_Melhor assim, respondeu deixando seus olhos amarelados ativos
_Sua...
_Olha a língua, respondeu me lançando para o outro lado da sala me fazendo bater com tudo na parede _É como dizem dormindo até parecem anjos, foi a última coisa que lembro antes de apagar totalmente com um chute no rosto como nocaute
Minha cabeça estava rodando, meu corpo ainda dormente e minhas mãos notei elas presas por correntes suspendendo em cima da minha cabeça. Estava aparentemente sentado em alguma espécie de cadeira, senti inúmeras vezes meu corpo querer cair para o lado.
Meu corpo apresentava sonolência, exaustão e estava pesado.
_Sua maldita, respondi tentando manter os olhos abertos
_Querido sobrinho, eu sou um demônio! Sério, o que você esperava? Que eu ia ser tudo rosa e com arco íris?
_Então, ela continua...
_Sim, o que eu posso dizer se eu gostei dela! Sorriu
_Pode ter certeza, que quando eu me soltar e eu sei que eu vou, irei te matar com minhas próprias mãos!
_Isso é uma ameaça querido?
_Uma promessa!
_Hahahaha boa sorte! Respondeu cantarolando
Ela saiu e me deixou um tempo sozinho, era um lugar com pedras rústicas, e escuras, quase uma caverna. A iluminação era pouca, e havia muitas correntes e grades com pessoas feridas em seus interiores.
Tentei conversar com elas, mas acho que aquele lugar e as feridas que carregavam, significava que morriam de medo de qualquer coisa ao seu redor.
_Voltei, falou animada _E adivinha? Trouxe uma visitinha para você
_Você só pode estar brincando, resmunguei
_Não, não! Seria muita falta de consideração se eu fizesse isso com o meu senhor, falou dando espaço para algo que vinha nas trevas
_Senhor?
_Sim, diga oi ao papai!
Uma sombra negra e de olhos avermelhados caminhavam devagar em minha direção, sua presença era forte e seu olhar era maligno. Jamais em minha vida pensei que veria algo assim.
_Lucifer? Falei e o mesmo parou no limite da sombra que ainda cobria seu rosto
_Oi filho, respondeu abrindo um sorriso sádico do qual os prisioneiros tremiam em suas celas
_Então é você...
_Sim Liam, sou eu! Orgulhoso? Brincou
_Você é horrendo, essa fase que anda por aí não é tão ruim, mas a sua verdadeira é...
_Exotica, não é? Sempre gostei de ser único!
_Quem mais pode vê-la? Perguntei olhando o pacote todo
_Todos a quem eu permito, e anjinhos é claro.
_Então eles... Falei olhando para os que estavam presos com feridas por todo o corpo principalmente nas costas
_Sim, eles precisam de uma amostra para entender a grandeza da qual estão diante
_Um dia no spa não te faria mal, debochei
_Você tem um grande espírito, mas saiba que aqui nada que é bom resiste por muito tempo, respondeu se aproximando
_Serei uma excessão
_Claro que sim, você é meu filho! Aqui é seu reinado, lute ao meu lado criança!
_Ta meio tarde para bancar o pai do ano, não acha? Você tem outros dois, coloque um deles.
_Eu até poderia, mas você é mais forte e quero o melhor aqui!
_Dispenso, cuspi
_Posso oferecer inúmeras coisas, incalculáveis!
_Não, não faço negócios com gente da laia dela, respondi olhando para Amber a pessoa que me levou até ele e fez Sofia demônio
_O que pensa em fazer? Perguntou me analisando
_Me soltar, e principalmente matar vocês, mas a mais especial será ela e ela sabe o porquê.
_Minha irmãzinha? Hahaha quer então a cabeça dela?
_Farei melhor, farei sentir cada dor que minha amiga sentiu, respondi tomado por raiva
_Quer saber o que ela passou meu filho? Perguntou me encarando diretamente
_Eu tenho uma ideia mais ou menos
_Vou te dar um presente, como seu pai, acho que vai gostar
_Eu não quero nada de você, respondi olhando com repulsa
_E isso? Perguntou me soltando e prendendo tanto eu quanto Amber no mesmo espaço
_O que está fazendo? Perguntou ela desesperada
_Um presente para meu caçula, afinal quem não gosta de agradar um filho, respondeu sentando em nossa frente como se fosse apreciar um espetáculo
_O que está tentando? Perguntei
_O que queria, não queria a cabeça dela? Então pegue! Respondeu fornecendo facas para ambos
_Você só pode estar brincando, meu senhor! Por favor, pediu a mesma que evitava ficar próxima
_Você vão deixar que eu a mate? Sem intervir?
_Tudo pelo meu filho
_Hahaha gargalhei sendo preenchido por um êxtase intorpesente, uma raiva se instalou em meu corpo e a cada vez que eu puxava o ar para meus pulmões sentia a adrenalina vindo para meu cérebro
_Não chegue perto, eu vou matar seu filho, senhor Lúcifer! Falou sorrindo
_Não sei se eu tenho tanta certeza disso, minha cara, meu filho está com sangue nos olhos
_Vamos nos divertir, titia, hahaha falei antes de correr em sua direção com minha faca direcionada para seu peito
_Essas coisas não me machucam, só a minha casca
_Erro meu, crianças! Falou mudando a minha faca para uma com desenhos e escritas em sua lâmina
_Lúcifer?! O que está pensando? Gritou furiosa
_Em diversão, abriu um sorriso largo do qual seus dentes se mostravam um pouco pontiagudos
_Que tal um acordo? Tentou a mesma
Sorri e avancei passo por passo, enquanto a mesma evitava proximidade.
Será que é assim que um serial killer se sente?
É viciante...

Os demônios que habitam em mimWhere stories live. Discover now