Fogo e Fúria -𝐻𝑜𝑢𝑠𝑒 𝑂𝑓 𝑇ℎ𝑒 𝐷𝑟𝑎𝑔𝑜𝑛.

Capítulo V

O Reencontro.

O ódio é um sentimento hilário mas angustiante. Você o sente constantemente dentro de si, massacrando, empurrando seus órgãos e autocontrole para a escuridão. Ele pode lhe levar para o topo, ou, o destruir deixando em ruínas em questões de segundos. É um sentimento perigoso, sentido por aqueles que guardam memórias destrutivas no seu próprio interior, uma parte da alma sempre é dilacerada após o ódio penetrar a mente, aquela parte morre e muitas vezes, jamais é recuperada. 

Rhaella o sentia o tempo todo, a cada suspiro e bater de coração, ela podia sentir aquilo a comendo por dentro. Mas por algum motivo desconhecido, ela gostava da sensação de poder destruir qualquer coisa ou alguém. De sempre ver o lado ruim das pessoas e castigá-las quando necessário, aquilo a deixava viva, respirando. Saber que seu coração estava protegido de qualquer ameaça era o bastante para deixá-la feliz, de sorrir ironicamente para todos. 

O sentimento de ódio a consumia quando ela pensava em Aemond Targaryen, apenas o nome dele podia fazê-la querer queimar uma cidade inteira, cortar cabeças e arrancar línguas. Aemond despertava a fúria, o desejo por sangue, a sede por guerra e o prazer de vencer. Rhaella odiava saber que mesmo depois de dez anos, Aemond Targaryen ainda a fazia sentir sensações, mesmo que fosse ódio e repulsa. Ela deveria ser imune em relação ao Aemond, de todos os Verdes, ele seria o mais ignorado.

Mas, no fundo, Rhaella sabia que seria impossível, já que ambos eram Targaryen e compartilhavam o sangue do Dragão, sendo inquietos e caóticos por natureza e criação. 

Rhaella norteava Rhaego pela Baía da Água Negra. O coração da Princesa disparou quando os típicos tijolos vermelhos da Fortaleza Vermelha se mostraram diante de seus olhos atentos. Ela segurou firmemente as rédeas do seu Dragão e inspirou profundamente. 

— Vamos oferecer nosso carinho para os Portorrealense, Rhaego. —Rhaella disse ardilosa para seu Dragão, ela não necessitou ditar em Alto Valiriano; A ligação entre Dragão e montador era única e poderosa, o sangue Targaryen fazia qualquer coisa acontecer. Rhaego sempre sabia o que Rhaella sentia e pensava, e todas as vezes a obedecia imediatamente. 

O Dragão sacudiu seu enorme corpo e se dirigiu ferozmente para Porto Real. Rhaego destinou três voltas completas por toda Capital, Rhaella conseguia ver o medo e a admiração nos olhos dos moradores, sentia o fedor forte de suor e esgoto —o ar não era limpo como em Pedra Do Dragão, a poluição nas ruas da cidade era o que mais fazia Rhaella querer voltar para casa— Rhaego rugiu, um rugido tão alto que poderia ser ouvido até mesmo nas Terras da Tempestade, em Bosque Cortado. Ele cuspiu fogo, chamas quentes iluminaram as paredes das simples casas das ruas podres da cidade, Rhaego se mostrou exatamente como Rhaella imaginava, imponente e ousado. 

Alguns gritavam surpresos, outros se escondiam em estabelecimentos com o coração saindo pela boca. Ela e Rhaego tinham conseguido chamar a atenção necessária, visto que uma correria de soldados se dirigiu para o Fosso Dos Dragões e outra parte para dentro da Fortaleza Vermelha, completamente desesperados e ansiosos. Rhaego por si só, se conduziu para o limite do fim da cidade, chegando ao Fosso Dos Dragões. 

Uma pequena guarnição de guardas a esperava e dois guardiões de Dragões olhavam ilustres para a criatura de escamas extremamente negras. Rhaego pousou com perfeição em frente a parte externa do Fosso. 

Rhaella desceu graciosamente do Dragão, e observou os homens a comerem com os olhos. As expressões exibidas por eles não passavam de espanto, confusão. A pergunta sem coerência os deixavam tontos, Rhaella cruzou as mãos em frente ao corpo esperando que os guardas, finalmente, tivessem coragem para dizer algo. Apenas a respiração barulhenta de Rhaego pode ser ouvida, mas ao longe um homem montado em um cavalo se aproximou. A Princesa virou a cabeça e encarou a figura masculina que vestia os trajes de ferro, era Sor Harrold Westerling, Senhor Comandante da Guarda Real, os anos não o modificou muito, apesar que sua expressão exausta podia ser vista mesmo de longe.