XVII. As lendas do Sul

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I.

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A voz de Izuku é a coisa mais linda que ele já ouviu. Vestido de negro, com pedaços de armadura inimiga, cabelo verde revolto e um pouco mais longo que quando partiu. Furioso, seus olhos verdes brilham na escuridão, e Katsuki jura que estão prestes a lançar raios.

O príncipe não chega sozinho, mas Katsuki mal nota seu acompanhante, uma mulher de capacete. Concentrar-se em algo além de Izuku é impossível, enquanto ele avança sem plano, apenas com força bruta. Enquanto isso, a outra figura semeia o caos entre os prisioneiros. Hanta e Denki são os primeiros a se libertarem, mas Katsuki mal consegue se concentrar neles enquanto luta.

Izuku aterrissa em Shigaraki, e sem a ameaça do feiticeiro sobre ele, Katsuki pode reagir mais facilmente. Himiko e Dabi atacam, ele sente uma queimadura na perna, mal consegue chutar, mas consegue. Por um momento, Katsuki é apenas um emaranhado de braços, pernas e dentes, até que Izuku deixa cair com toda a sua força a espada sobre as correntes. Liberta primeiro os braços, depois os pés. Com golpes afasta a bruxa e Dabi.

—Kacchan!

A forma desesperada como ele diz faz Katsuki querer envolvê-lo em seus braços e garantir que tudo está bem.

Mas não está.

Katsuki se levanta, suas pernas tremem. Ele se apoia em Izuku, ouvindo um gemido do príncipe.

Ele está machucado.

Mas não têm tempo para isso.

—Minha espada —rosna.

Está no chão, mais longe. Izuku entende e o cobre. Coloca-se entre ele e Dabi, Himiko e Shigaraki. Katsuki se força a caminhar até ela e pegá-la. Ele se rende à sua adrenalina para sobreviver. Não há tempo para nada.

Na batalha, tudo desaparece. Katsuki sabe disso. Só tem sua vida e o inimigo à sua frente.

Ele se lança contra Shigaraki assim que tem a empunhadura da espada firme. Os grilhões ainda pesam em seus pulsos e tornozelos; alguns elos das correntes soam enquanto se move. Mal tem tempo de virar para Izuku, que tenta manter a bruxa longe.

O feiticeiro sempre o impede com magia, só fazendo Katsuki ficar ainda mais irritado. Ele precisa encontrar uma maneira de vencê-lo.

Ele perde a concentração quando ouve um golpe seco atrás dele e se vira a tempo de evitar que Magne caia sobre ele.

Mina olha para o corpo com um sorriso de satisfação.

—NÃO! MAGNE! —grita o homem loiro.

—Ia te matar —informa Mina, e Katsuki mal pode agradecê-la quando Shigaraki o ataca novamente.

—CUIDADO! —grita Izuku.

Tudo para um momento quando Denki levanta o braço e, com um grito que corta a noite, lança um raio que destroça tudo.

—ABAIXO! —grita.

E Katsuki não pensa em nada antes de agarrar Mina pelo braço não quebrado e puxá-la para si, esticar um braço para puxar Izuku pela roupa e se jogar no chão para se proteger dos pedaços de teto que caem. Só quando fica imóvel percebe o quanto dói onde Shigaraki o tocou, ou a queimadura na perna e a marca da mão de Dabi no pescoço. Além disso, seus pulsos estão praticamente em carne viva depois de tentar se libertar dos grilhões tantas vezes.

Olhos verdes, olhos vermelhos (BAKUDEKU-Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora