Só resta a morte

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Na manhã de sexta-feira, a capital decretou uma quarentena, todos os moradores que não tinham uma função indispensável, estavam proibidos de sair de suas casas.

O Distrito 12 se transformou em um cenário de guerra, civis armados esperavam por mais guardas, e os matavam com todo seu ódio, por que a raiva sobressaia sobre o treinamento de seus opressores.

O Distrito 11 estava contido, os pacificadores mantinham crianças como reféns em gaiolas grandes para obrigá-los a se submeterem ao regime, e os moradores se comportavam sem opções.

O Distrito 10 avançou tão severamente contra seus guardas que todos foram mortos, eles assumiram a estação de trem e destruíram tudo que pertencia à Capital.

No Distrito 9 os pacificadores tomaram vantagem, mas a luta era constante, a sorte não estava ao lado daquele povo.

O Distrito 8 e 7 estavam lutando de igual para igual, com estratégias e coragem, todas as crianças foram escondidas por um grupo da resistência.

O Distrito 6 foi ousado demais, eles lutaram com tanto ódio nas primeiras horas, mas foram aniquilados durante a madrugada.

O Distrito 6 não existe mais.

O 5, o 4 e o 3 ainda lutavam, alguns pacificadores viraram reféns, e as coisas não iam bem para a Capital.

O Distrito 2 e o 1 já foram contidos, faltou força para resistir...

Clarke foi escoltada e forçada a seguir alguns guardas, de sua casa até a sala presencial. Ela aguardou por horas até que Snow finalmente aparecesse, a voz surgiu atrás dela, e ela estava no lugar dele, no trono de um rei, mas não usava a coroa que ele usava nessa tarde.

Ele a ignorou nos primeiros minutos, apenas andando até uma prateleira e pegando uma garrafa de bebida, servindo um vinho para si, observando o céu maravilhoso pela janela, o sol iluminava a sala e a deixava em um clima de verão, como um dia tranquilo e feliz. Os humanos não estavam na mesma energia que a natureza.

Talvez você não sirva para ser quem eu queria que fosse, afinal — ele finalmente falou, sentando-se em uma poltrona há alguns metros de distância, bebendo um pouco da taça. Ela tinha mil respostas mas escolheu o silêncio, então Snow prosseguiu — Me faça entender porque você escolhe a eles, e não a mim.

Realmente não sente nada por eles? — Clarke tentou um contato visual, mas Snow só ignorava — Acredita de verdade que são inferiores?

Já ouviu falar sobre Lucy Gray? — suspirou e parou de evitar o contato visual — Matei ela quando percebi que ela era igual ao que você se tornou hoje.

Clarke sorriu de maneira desafiadora, seus olhos não sorriram junto, sabia que precisava tomar cuidado com a língua, usá-la na hora certa

Eu amei a Lucy — Snow sorriu da mesma forma, pegando Griffin desprevenida e desmanchando o sorriso dela — Mas sim, eles são inferiores, eu acredito nisso pois eu vi isso, eu vivi isso, tenho um conhecimento que você jamais terá — Snow deslizou uma das mãos livres para dentro do paletó, retirando uma pistola semi automática, a deixando apontada para Clarke, mas não como uma ameaça iminente — Passei os últimos dias pensando se devo te matar ou te ajudar.. você é minha sobrinha, e eu a amo, e gosto de pensar que você também me ama como seu familiar, mas eu não acredito mais nisso — Snow a tirou da mira

Sentimentos não importam em uma guerra, você me ensinou isso — Clarke não sabia se era capaz de amar alguém tão ruim, um dia o amou, claro, quando ainda era uma criança e não entendia o peso da maldade humana.

Clexa: Jogos VorazesWhere stories live. Discover now