Capítulo 23: Tudo por dinheiro

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Os irmãos de Hermínia que moravam próximos ao senhor Edival foram comunicados através de recados sobre a última notícia. Isso era importante, todos juntos tinham mais forças.

Enquanto isso, Júlia, Edival e João Pedro seguiram de Jeep até onde era a habitação da família de Chico vaqueiro.

- Não tem ninguém aqui. - constatou João Pedro.

- Vamos olhar os rastros e ver se chegamos a algum lugar.

Edival resolveu seguir por um caminho a esquerda que aparentemente não teria nada, que se abria e fechava, impedindo a passagem do carro, mas que os levaria depois de quase uma hora a um barracão.

...

No barracão.

- Encontraram nós. - sussurrou Inês.

Rodolfo e Chico ficaram frente a todos, estando munidos de pedaços de pau de jucá.

- Não façam barulho. - Sussurrou Chico.

Todo mundo estava controlando até a respiração e Juliete rezava mentalmente.

- Irmã... Está aí? Sou eu, Júlia.

Juliete se ergueu com o chamado, mas sua sogra a conteve, tampando sua boca. O medo era enorme naquele local.

- Não tem ninguém do mal aqui. Estamos em missão de paz.

Juliete reconheceu a voz de João Pedro.

- Chico sou eu, o Edival Borges. O senhor já trabalhou para mim, sou homem de vergonha e não tem ninguém para lhes fazer mal.

Chico resolveu sair do barracão e logo atrás dele veio Rodolfo. Juliete veio assim que foi chamada e abraçou a irmã, juntas choraram muito.

Toda a história foi novamente contada e causou pavor aos ouvintes. Era muito terrível para ser verdade, mas Júlia jurou que não mentia.

- Tem coragem de denunciar vosso pai?

Juliete olhou para Júlia e viu a irmã balançar a cabeça positivamente.

- Tenho coragem e Júlia também tem.

- Então tem que voltar conosco e dá sua versão a polícia. Isso é um crime muito grave.

Juliete estendeu a mão para seu amor e ele segurou entrelaçando os dedos.

- Rodolfo virá comigo. Eu preciso dele.

- Por mim, não tem problema. Quando estiverem prontos, também estamos.

Todos ficaram prontos e partiram dali no veículo.

...

Na casa de Edival.

Quando eles chegaram, três dos cinco irmãos de Hermínia estavam ali. As meninas se surpreenderam ao reconhecer os tios, havia muito tempo que não se encontravam.

Juliete e Júlia lhe contaram tudo que aconteceu. Juliete não escondeu os últimos acontecimentos, tão pouco que esperava um filho de Rodolfo.

- Seu pai nos privou de conviver com vocês meninas. Eu sinto muito. - disse um.

- Mas se isso tudo for verdade, vou arrancar os olhos daquele miserável. - outro falou.

- Ele só quis minha irmã por dinheiro. Com ela morta, ele vendeu tudo que ela herdou do papai. Bandido! - outro exclamou.

Enquanto a família discutia os próximos passos, Rodolfo tinha o rosto fechado.

- Por que me parece chateado? - perguntou João Pedro.

- Juliete vai casar comigo. Só quero que saiba disso.

- Eu não quero casar com Juliete. Isso nem passa mais por minha cabeça. Só quero ajudar as meninas. Elas precisam disso, principalmente a Júlia. Não precisa sentir ciúmes, Juliete te ama vaqueiro. Acredite.

- A situação é muito preocupante, não sei o quê pode acontecer se aquele diabo for preso. Ele não vai aceitar.

- Se os irmãos da Hermínia não rasgarem ele, prisão será o de menos vaqueiro... O de menos.

Era uma situação delicada e um plano foi traçado de forma fria.

...

História de um vaqueiro Where stories live. Discover now