finally, Mônaco

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Olívia Giaffone Barrichello.
20 de março de 2023.

—Eu agradeço muito pela carona, Charles. Isso significa que vou conseguir aproveitar um tempo a mais com meu pai e meus irmãos. — Expresso minha gratidão assim que me acomodo no assento luxuoso do avião.

—Você parece ter uma conexão muito forte com sua família, não é? — Charles se mostra genuinamente curioso sobre minha vida, buscando conhecer um pouco mais enquanto se acomoda na poltrona em frente à minha.

—Minha família é uma bagunça adorável. Amo todos eles, apesar das nossas peculiaridades. — Respondo com um sorriso ao pensar neles.

—Bagunça adorável? Como assim? — ele pergunta confuso.

—Bem, meus pais se divorciaram há alguns anos, e isso meio que dispersou todo mundo. Meus irmãos passaram um tempo no Brasil com minha mãe, enquanto eu fiquei nos Estados Unidos com meu pai. Ele em Orlando, eu em Miami por causa da universidade. E agora, cada um de nós está espalhado pelo mundo. — Explico, sentindo um misto de tristeza e amor pela minha família.

—Isso soa bem interessante. Me conta mais sobre você e sua família. — Ele incentiva, cruzando os braços e me olhando com interesse.

—Meu pai é meu porto seguro, minha rocha. Minha mãe, por outro lado, é a força da nossa família, sempre nos motivando. Queria passar mais tempo com ela, mas nossos encontros são raros. — Compartilho, sentindo uma pontada de saudade.

—E seus irmãos? Você parece realmente ligada a eles.

—Eduardo, o Dudu, sabe tudo sobre mim. Somos muito parecidos. — Digo, rindo ao lembrar de nossas aventuras. — Já o Fernando, o Fefo, é minha joia preciosa. Daria tudo por eles.

—Acho que vou ter o prazer de conhecê-los, não é? — Ele pergunta, um sorriso gentil iluminando seu rosto.

—Com certeza. Fefo te admira muito; ele ficaria nas nuvens. Dudu também adoraria te conhecer.

—Então vamos fazer isso acontecer. — Ele propõe, ainda sorrindo.

—E sobre sua família? O que você pode me contar? — Agora sou eu quem pergunta, interessada em saber mais sobre ele.

—Ah, minha família... Meu pai nos deixou há alguns anos, e todos nós ainda sentimos muito a falta dele. Minha mãe faz o melhor que pode, mas a ausência dele é sempre sentida. — Charles compartilha, seus olhos marejando levemente. — Meus irmãos também são meu tudo.

—Sinto muito pelo seu pai. Imagino o quanto é difícil conviver com essa dor... Mas me fala mais sobre seus irmãos. — Encorajo, querendo desviar do assunto sensível.

—Lorenzo é o mais velho e sempre o mais responsável. Ele costuma me acompanhar em algumas corridas. Arthur, o caçula, é um tanto irritante, mas o amor que sinto por eles é imenso. — Ele diz, perdido em pensamentos por um momento.

—Tenho a impressão de que vou me dar bem com o Arthur. — Comento, já antecipando futuras conversas.

—Ah, sem dúvidas. Vocês dois teriam muito o que conversar... especialmente sobre mim. — Charles brinca.

—Você realmente se acha, não é? Por que acharia que lembraríamos de você? — Retruco, divertindo-me com a provocação.

—Porque eu sou inesquecível, Olivinha. — Ele devolve, mantendo o jogo de flertes leves.

Naquele momento, qualquer reserva que tínhamos um contra o outro pareceu desaparecer, dando lugar a uma conversa genuína e divertida. Pela primeira vez, vi o Charles que havia conhecido no início: sorridente, com um brilho especial nos olhos, um homem capaz de quebrar as barreiras que eu havia erguido.

Bright Red || Charles LeclercWhere stories live. Discover now