Mônaco Grand Prix, hi

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Olívia Giaffone Barrichello.
Monte Carlo, GP de Mônaco.

A chegada do Grande Prêmio de Mônaco sempre tem um sabor especial, cercado de expectativa e emoção, uma ocasião em que a família se reúne para compartilhar a paixão pelo automobilismo. A casa do meu pai, que se tornou um refúgio desde o cancelamento do GP da Emília-Romagna, aguardava ansiosamente pela chegada de Dudu e Fefo, enchendo o ambiente de alegria e expectativas para os momentos que passaríamos juntos, tanto nos períodos de descanso quanto na emoção da corrida.

No entanto, a sombra dos recentes acontecimentos com Charles lança um véu sobre minha alegria. O anúncio de seu relacionamento com Alexandra, mesmo que de forma velada para o público, me afetou mais do que gostaria de admitir. Meus irmãos, sempre presentes, me encorajam a seguir em frente, mas a tarefa se mostra mais árdua a cada lembrança dele que insiste em permanecer em meus pensamentos.

Encontrá-lo no restaurante na noite anterior e optar por sair imediatamente foi um reflexo da minha necessidade de manter distância, uma decisão que meu pai apoiou sem questionar. A chegada dos meus irmãos, por outro lado, era o alívio que minha alma precisava, um lembrete de que havia muito mais na vida do que as mágoas deixadas por Charles.

Deitados na espreguiçadeira ao lado da piscina, Dudu finalmente abordou o assunto que parecia inevitável.

— Ainda tá mal com toda essa história do Charles, né? — Dudu me perguntou, sua voz carregada de preocupação.

— Queria poder dizer que não, mas mentir pra você não adianta nada. — Admiti, a sinceridade fluindo naturalmente entre nós.

— Já pensou em conversar com ele? Tipo, botar tudo em pratos limpos. — Dudu sugeriu, mais como uma possibilidade do que como um conselho definitivo.

— Conversar? Du, ele escolheu ficar com outra pessoa. Além do mais, senti que ele só me usou. — Respondi, firme na minha decisão, apesar da dor que ainda sentia.

Dudu, sempre o advogado do diálogo, tentou argumentar.

— Tem certeza que ele te usou? Sei lá, Olie... Você meio que sumiu, não deixou ele explicar nada. — Ele ponderou, buscando me fazer ver outro lado da situação.

— Dudu, eu não precisava ouvir mais nada. As atitudes dele já diziam tudo. — Disse, concluindo o assunto com a certeza de que havia feito a escolha certa para mim.

Dudu suspirou, deixando escapar uma última reflexão.

— Só espero que você não se arrependa de não ter dado a chance de ele se explicar, enquanto ainda tinha tempo. — Ele disse, preocupado.

A preocupação de Dudu era válida, mas, naquele momento, eu sabia que precisava seguir em frente, proteger meu coração das possíveis dores que uma conversa com Charles poderia trazer. Meu foco estava em curar, não em reabrir feridas.

A dor de saber que parte dessa confusão poderia ter sido evitada com uma conversa honesta me incomoda, mas a decisão de me afastar de Charles foi baseada na proteção do meu próprio coração. Ainda assim, as palavras de Dudu plantam uma semente de dúvida sobre se eu agi precipitadamente.

— Eu sei que você está tentando me ajudar, e eu valorizo isso, Dudu. Mas essa situação com o Charles, é complicada. A última coisa que quero é ser arrastada de volta para um lugar de incerteza e dor. — Explico, tentando dissipar a tensão.

— Tudo bem, Olie. Eu só não quero ver você sofrendo. Se precisar de algo, sabe que estou aqui. — Ele diz, oferecendo um sorriso reconfortante.

A presença de minha família sempre foi minha âncora, e saber que posso contar com eles me dá forças para seguir em frente, mesmo com o coração partido.

Bright Red || Charles LeclercWhere stories live. Discover now