Legado Kuran [Kaname x Leitor Masculino]

4: Aquilo que perdemos

4: Aquilo que perdemos

M/n olhou para os olhos arregalados de Kaname contra a porta. Sua pele tremia sob seu toque e seu olhar parecia come-lo vivo, como se estivesse o devorando lentamente como um lobo em uma noite fria.

Aproximou o rosto lentamente até o pescoço do moreno apenas para sentir a fragrância de seus cabelos castanhos escuros, eram cheirosos e Kaname cheirava a rosas em um campo de primavera; daquelas que M/n manchou de sangue no meio de uma guerra.

Desceu para a pele pálida e gelada. Suas presas doeram com a vontade de morde-lo e saciar sua sede infernal, sua garganta estava seca a procura daquilo que há anos não bebia; pelo seu auto controle e pelo impulso, afastou-se antes que machucasse seu irmão.

Kaname o olhou pensativo. Quantos anos você esteve tentando se manter limpo de sangue? Já mordeu humanos para superar sua sede? Ou atacou caçadores com sua espada?

O homem apenas puxou o Kuran mais velho de volta a seu pescoço, dessa vez, prendendo M/n contra a porta e deixando seu pescoço próximo ao rosto do macho Kuran que apenas pigarreou quando teve a chance de provar do seu próprio sangue. Lambeu a pele de Kaname antes de rasgar sua pele com suas presas, bebendo do aroma e gosto doce que o homem tinha a oferecer.

Era rico e agradava seu paladar, deixava seu coração tranquilo e calmo. Fechou os olhos puxando Kaname pela a cintura a ponto de colar seus corpos um no outro enquanto sua outra mão puxava os fios da nuca de Kaname, tomando gota por gota até vasculhar suas lembranças atrás do dia que seus pais morreram.

Uma lágrima escapou dos olhos do homem mais velho quando avistou seus pais se sacrificando por Yuuki e temendo que te encontrassem no além mundo; seu coração bateu erroneamente enquanto retirava as pressas do pescoço de seu irmão e cambaleou até a janela abrindo a varanda em busca do ar da noite.

Seus pensamentos corriam soltos lembrando de ver o rosto de sua mãe ensanguentado enquanto havia uma pequena Yuuki desmaiada ao lado do corpo de sua mãe agora morta. Havia sido sua culpa, sua culpa de ter abandonado sua família e se tivesse ficado... Rido jamais teria atacado sua família.

Yuuki, sua amada princesa, teria crescido com liberdade fora daquele porão. Seu irmão jamais teria morrido e o ancestral continuaria dormindo por mais décadas; ele riu em desgraça. Sua culpa de toda a sua família cair em ruínas sendo devoradas lentamente pelo abraço apelativo da morte.

Ele viu nas memórias de Kaname seu pai, seu honorável pai, se transformando em cristais e depois cinzas. Sua mãe desaparecendo lentamente depois de se sacrificar… e ele? Ele estava no meio de um campo de batalha matando pessoas a sangue frio.

Kaname observou as janelas do escritório racharem a medida que o homem Kuran apertava com força o parapeito da varanda, assim como as luzes piscavam mostrando o poder que havia no chefe da família Kuran.

Antes que seu poder descontrolasse, M/n se jogou da varanda do escritório de Kaname. A queda parecia ser em câmera lenta, indo devagar enquanto seus cabelos ventavam imaginando o alívio da morte; ele desejava morrer como um humano morreria ao cair daquela altura.