Capítulo único

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Capítulo único: Refúgio

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≪ 06:30 - Sexta-Feira.

Acordei com o barulho ensurdecedor do despertador, e resolvo abrir os meus olhos. Dou de cara com um teto de um marrom sujo, só para pensar nas mesmas coisas de sempre ...

Meu dia a dia é um cotidiano irritante, eu acordo e me deparo com essa cor estranha, que mais parece querer o meu mal do que meu bem, e tenho mais um dia entediante e sem cor.

Olhei para o lado encontrando o sujeito cujo teve ao trabalho de me despertar. Ele poderia simplesmente me esquecer, Ignorar que eu estou aqui, esse camarada realmente se importa tanto em me acordar no mesmo horário? Talvez devesse arrancar suas pilhas e voltar a dormir, fingir que esse frio não existe ...

E nem o mundo há minha volta..

Com grandes números vermelhos ele me mostrava que era 6 e meia da manhã, me fazendo lembrar que eu tinha mais um dia desgastante antes de entrar no verdadeiro inferno chamado escola. Levei meus dedos em direção ao objeto gelado, deslizando e achando seu botão de desligar. Quando o fiz me dei conta do quão silencioso era sem ele me perturbando.

Consegui escutar o som dos carros passando, os pássaros sufocando de tanto gritar, a madeira rangendo de dor por conta do frio e as pessoas rindo baixo com seus colegas.

Não vêem que estão me incomodando?

Meus olhos dourados vão de encontro ao meu celular que agarrei sem demora e o liguei. Havia uma mensagem nele, cliquei calmamente e vi que nele dizia " Dia X " Era um lembrete.

Ah ... É verdade, aquele evento é hoje ... Como pude me esquecer de algo tão importante? Acho melhor me apressar ...

Tirei a grossa coberta de cima de mim e deixando meu celular de lado pisei no chão.

Gruhni, era gelado, não tinha reparado que eu estava sem meia ...

Suspirei profundamente ao sentir o vento gelado ir de encontro a minha pele, passei minhas mãos lentamente em meus braços tentando me aquecer, estremecendo meu corpo pequeno no processo.

Ah ... Eu deveria simplesmente fingir uma doença e dormir até tarde ... Mas não posso, hoje é um dia importante, não posso perder um segundo dele.

Comecei a caminhar até o banheiro que ficava perto do meu quarto, Abri a porta lentamente até encontrar um espelho, ele estava meio sujo e trincado no canto. Com muita hesitação me encarei no espelho, meus olhos estavam inchados, aho que eu chorei ontem, que estranho, não me lembro muito bem ...

Levei meu dedo indicador alisando o vidro gelado, formando desenhos na minha cabeça enquanto fitava meus olhos sem vida e minha boca entreaberta, parece até um peixe morto.

Quando que eu comecei a agir assim? Também não me lembro, talvez esteja precisando tomar um remédio de memória, sei lá...

Parei o que estava fazendo no espelho e passei minha mão no meu cabelo afagando um pouco, ele continua rebelde como sempre, sinceramente não adianta pentea-lo, não vai valer a pena.

Ou foi isso que eu pensei, mesmo assim peguei um pente e dei uma ajeitada nele, apenas para dizer que eu fiz alguma coisa, ele continuou arrepiado.

Antes de sair do banheiro fiz minhas necessidades e segui rumo a cozinha. Acendi a luz pois estava um breu - manhã de hoje estava nublada. Parecia que ia chover, deduzi ao ver as nuvens negras se acumulando novamente, elas estavam explodindo de vontade chorar e molhar as pessoas andando sem proteção na rua, pensei que seria melhor levar um guarda chuva.

≫••• ᖇєfúgισWhere stories live. Discover now