Capítulo 33 - Figlia

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HADES AMBROGETTI

A mulher permanece muda a minha frente, apenas chora. Maldita desgraçada, minha vontade é de puxar o gatilho, mas sua morte não será assim tão rápida, ela tem que sofrer, e muito. Tira a arma de sua cabeça e a pego pelo braço de forma rude, a levo para dentro da casa enquanto os soldados permanecem fora. Apenas eu e meus irmãos entramos.

- Onde está a menina? - pergunto novamente apertando seu braço, ela geme de dor, mas não responde.

-Porque segura um termômetro? - questiona agora Nefertari que puxa o objeto da mão da Camila. Minha irmã não espera uma resposta e sai andando por um corredor.

-Por favor, por favor. - repete enquanto chora. - Nos deixe em paz, não faça nenhuma tolice. - aperto ainda mais seu braço e a sacudo.

-TOLICE? SUA DESGRAÇADA, mas não se preocupe, sua morte não será aqui, você irá sofrer e muito, isso é uma promessa.

-HADES. - minha irmã grita, fico em alerta, jogo a Camila no chão, e peço que um soldado entre para segurá-la.

Saiu correndo pelo corredor, e a encontro no primeiro quarto a direita, a porta está quase totalmente aberta. Assim que entro vejo primeiro a Nefertari, olho em seu rosto, ela está sorrindo enquanto seu rosto está cheio de lágrimas, ela dá um passo para o lado e vejo a pequena criança na cama, não consigo ver seu rosto. Minha irmã se senta na cama e coloca a mão na testa dela, dou a volta na cama e a cada passo que dou sinto medo, não sei, mas acho que tenho medo que não seja ela, não sei se aguento, mesmo pela reação da minha irmã. Mas mesmo com medo eu continuo andando, até que vejo seu rosto.

-Ela está muito quente. - minha irmã diz, mas só consigo olhá-la.

Dio, eu reconheço cada traço, suas sobrancelhas, sua bochecha rosada, seu cabelo, Santo Cristo, eu estou realmente acordado?

-Sofia. - sussurro e me sento na cama, coloco a mão em seu rosto, e noto que realmente está quente. - O que ela tem? - questiono atordoado, e a criança abre os olhos, e olha para mim.

Esses olhos, meu Deus! Se ainda me restava alguma dúvida, ela acaba de cessar. É minha filha, seus olhos são inconfundíveis, minha filha está viva e bem a minha frente.

-Babbo. - diz com a voz muito baixinha, sorriu abertamente e beijo sua testa.

-Minha filha, sou eu. Você vai ficar bem, eu prometo. - ela fecha os olhos, parece que está delirando. - Temos que levá-la ao médico. - digo pegando-a no colo, sinto meu coração acelerar em tê-la novamente em meus braços.

-Hades, temos que tirá-la daqui, ela tem de ir para a Itália, aqui não é seguro. - diz Apolo.

-Mas ela está muito quente meu irmão. - respondo sentindo-me perdido a abraço contra meu peito.

-Fratello, ninguém sabe que sua filha está viva, e é melhor que continue assim, precisamos sair desse país quanto antes, confie em mim. - fala olhando em meus olhos, e noto que ele também está emocionado. Todos estamos, é tudo tão irreal, é um milagre.

-Ela está muito quente. - repito sem saber o que fazer, quando a tenho em meus braços a encontro assim, doente. Eu vou matar a Camila, tudo isso é culpa dela!
Nefertari vem até mim e segura meu rosto, fazendo com que eu olhe apenas para ela.

-Olha para mim irmão, irei dar um antitérmico para ela, e ligarei para o nosso médico, informarei como ela está, ela vai ficar bem, nunca colocaríamos nossa sobrinha em risco, o mais seguro é fazer o que o Apolo diz. - balanço a cabeça positivamente. - Agora precisa se manter firme, não seja o babbo da Sofia, seja o capo-bastone. - fala me olhando duramente. - Tem que agir, não travar.- ela tem razão, olho para o rosto da minha filha, não é mais o rosto de uma bebê, mas, ao mesmo tempo, é igual. Por ela não posso falhar novamente. Respiro fundo.
Controle-se Hades.

HADES - LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora