cap. 17

2 0 0
                                    

Boa leitura.

Eulália.

O celular despertava novamente enquanto eu me arrumava para mais um dia de escola, vesti minha habitual roupa preta, que consistia em uma legging preta a blusa de manga comprida também preta com o desenho de uma rosa vermelha estampado no centro da blusa. Calcei meus tênis e repuxei meus cabelos em um rabo de cavalo alto, molhando os fios para dar menos volume, rumei para a cozinha indo tomar meu café da manhã, larguei a mochila no sofá e me servi me sentando à mesa para comer.
Ouvi uma voz atrás de mim, meu corpo se arrepiou por completo, eu já sabia quem era, vovó sentou na cadeira vazia a minha frente, suas roupas brancas sempre iluminadas por sua aura incandescente.

--- bom dia, vovó. Oque a trás aqui hoje?- pergunto calmamente, já estava me acostumando com sua presença.

--- bom dia querida.- ela sorriu.--- você acha que venho aqui só para trazer avisos?- vovó dizia enquanto me olhava séria.

--- toda vez que a senhora aparece é porque algo vai acontecer.- digo ao me levantar e lavar minha xícara.

--- admito que apareço quando precisa de amparo, mas hoje estou aqui apenas para te guiar até a escola.- sua voz soa firme mas ao mesmo tempo gentil.

--- tudo bem, já estava de saída.- rumei ao banheiro escovar os dentes, me olhei no espelho vendo que novamente meu reflexo estava borrado.

Eu sabia que meu mundinho ainda estava cinza e continuaria assim por um bom tempo, suspirei vendo que ainda estava com aquela sensação de peso sobre os ombros, eu deveria mesmo sair de casa hoje? Talvez eu devesse me isolar por um tempo novamente, mas eu ainda deveria ir naquele passeio da escola, era hoje, depois de conseguirem adiar por uma semana eles finalmente conseguiram aquele passeio, suspirei novamente reunindo coragem para sair do banheiro e seguir até a cozinha. Peguei um pacote de biscoitos e coloquei na mochila, pegando as chaves acabei ouvindo batidas na porta, coloquei a mochila nas costas e abri a porta dando de cara com Paul, ele estava ali na minha porta, de todas as pessoas que eu esperava ele seria a última que eu imaginaria encontrar na minha porta essa hora da manhã.

--- Paul? oque está fazendo aqui?- perguntei surpresa com sua aparição.

Vovó estava ao meu lado e pelo jeito ela estava analisando Paul, eu conhecia bem minha avó para saber tudo sobre ela.

--- que menino bonito filha. Olha que pitelzinho.- vovó falava ao meu lado, eu não esbocei nenhuma reação, não poderia falar com ela agora.

--- oi, Eulália. Eu vim, bom eu....vim te ver, ver como você está depois de ontem.- Paul disse, ele parecia nervoso ao falar, oque era engraçado para alguém como ele.

--- veio me ver? Porque?- indago confusa, o encarando desconfiada.

--- você se machucou ontem por minha causa, e eu me senti culpado então vim te ver.- ele se explica rapidamente, podia jurar que vi algo em seus olhos.

--- seu avô me disse a mesma coisa quando éramos jovens, estou começando a gostar desse jovem.- vovó argumenta, me deixando envergonhada, tentei disfarçar pois Paul não podia ver vovó.

--- eu estou bem, não foi nada demais a culpa também foi minha.- tranquei a porta com a chave a colocando na mochila, mantendo distância dele.

--- foi culpa sua sim! Minha neta não teria se machucado se não fosse você.- vovó reclamava enquanto estava de frente com ele, mesmo sabendo que ele não podia ouvi -la.

--- sua perna ainda dói?- Paul perguntou, ele parecia preocupado, será que estava mesmo?

--- não dói mais.- disse ao abrir a garagem e retirar minha bicicleta do lugar.

Por você vale a pena lutar.Where stories live. Discover now