Capítulo 36 (revisado)

86 21 142
                                    

O cheiro de poeira e papel velho me abraçam, assim que o silêncio da biblioteca me invade. 

Respiro fundo sentindo minha cabeça zonza e pesada. 

Eu sou uma delas...

Sou uma da irmãs e, mesmo assim, tiraram meus poderes, minha vida e o meu amor

As lembranças tomam minha mente, gradativamente. Em ondas fortes que me deixam fraca.

Consigo nos ver reunidas jantando em uma salão de paredes pedra cinza, rindo e brindando por tudo o que tínhamos. 

Lembro-me de como eramos diferentes umas das outras, mas de uma forma ou outra, nos completávamos, como um todo. 

Éramos o poder das luas, com a luz da estrela. 

O peso toma meus ombros quando redordo-me da dor da traição percorrendo os olhos doces de Violet. 

Justo ela...a que mais tinha afeto por mim.

Posso ver claramente a feição das três, quando viram-me com Chris. Eu o acudia, a transformação nem havia se completado...

Lembro-me como minhas outras duas irmãs me rejeitaram... de como tudo tornou-se ira em segundos. 

O ódio palpável...

Violet me perdoou, ela nem queria se casar com Chris. Lembro que ficou feliz por ver que eu finalmente me sentia em casa... Mas as outras duas não me perdoaram e ainda fizeram a cabeça da garota, contra mim.

Lembro-me dos olhares amargurados e de como tudo tornou-se frio entre nós. , principalmente, lembro-me das torturas. 

Arrancavam-me a pele e me viam sangrar, gargalhando da minha dor...dia após dia.

Além das palvras sujas e mórbidas que lançavam contra mim. 

Violet, mesmo em seus dias mais tristes, ainda ajudava-me  na recuperação, cuidando dos meus ferimentos, para que as ouras os abrisem de novo no dia seguinte. 

Consigo recordar-me de como continuei as amando, mesmo que não fosse mais recíproco...

Fecho os olhos com força e a sensação da magia percorrendo meu corpo, me toma.

Era dominante e...sufocante.

Mas quando deixava-a sair do aperto dentro de meu peito...

Sentia-a fluindo por mim, por dentre meus dedos, sútil e doce. Dourada e brilhante, escorrendo de mim para o mundo. 

E mesmo aquilo não sendo um terço do quanto existia dentro do meu corpo, a sensação de usar ao menos um pouco... 

Céus, era libertador. 

Fecho os olhos, sentindo toda a imensidão do que eu fui. 

Consigo ver claramente agora, esse tempo todo, o cansaço, a indisposição....

Era a abstinência, a falta de algo vital em meu corpo.

Eu implorava, silenciosa e dolorosamente, por... magia.

Como eu pude não perceber isso antes...?

Abraço meu próprio corpo, encolhendo-me quando lembro da dor ardente do dia em que tomaram os poderes de mim.

Queimava de dentro para fora, como fogo sendo feito e refeito dentro do meu peito...

Tudo ficou vazio e escuro. Um buraco na minha alma.

A sensação que tenho é que vivi a vida toda com uma neblina diante de mim. E agora, consigo ver tudo.

Repiro fundo engolindo o choro preso em minha garganta.

EternoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang