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Soraya...


Me encontrava um pouco ansiosa, logo mais terei aqui a Janja, Simone me disse que ela viria me visitar qualquer dia, e esse dia chegou, estou andando de um lado e para o outro, minha amada saiu para a lida, e deixou-me aqui, cheia de saudade como sempre, mas que sempre volta para mim, sempre.

_Eu abro para a senhora_ diz Esmeralda.

Alguém havia batido na porta, sei que devia ser Janja, me aproximo mais então do meio da sala, passo as mãos na roupa que uso, a porta é aberta, e ali vejo ela, parada, cumprimenta Esmeralda e logo entra, nos olhamos e sorrimos uma para outra, de forma tímida.

_Janja_ digo.

_Pequena sol_ ela dá alguns passos.

_Vou trazer alguns biscoitos e chá_ diz Esmeralda e segue para a cozinha.

Olho para aquela mulher de óculos, seu cabelo tá um pouco mais curto agora, e posso dizer que já até aparece alguns fios brancos, será que passamos tanto tempo assim sem nos vermos?

_Posso te dar um abraço?_ ela pergunta.

_Claro que sim_ ando até ela.

Ao me aproximar mais, quebro a nossa distância, ela me envolve em seu abraço caloroso, minhas mãos param em sua costa, recebo seu carinho e faço o mesmo com ela.

_Quanto tempo pequena_ ela diz.

Eu não consigo no momento expressar nada, com isso eu fico calada por enquanto, e ela também não fala mais nada, o silêncio agradável toma conta da sala, fico em seu abraço por longos minutos.

A lembrança do nosso último encontro vem em mente, e eu quero chorar, estranho como tudo aconteceu tão rápido, e como ela me fez seguir sua idéia, mas diante de tudo, não consegui lhe odiar.

Se não fosse por Janja naquela manhã, eu não sei por onde estaria uma hora dessas, não posso esquecer que ela me acolheu e me deu seu amor, o pouco tempo que passei ali a tive como uma mãe.

_Chore não pequena, chore não_ ouço ela dizer.

A gente ainda não se separou, continuamos nesse abraço, beijo seu ombro e me afasto devagar, ela limpa as lágrimas que molharam meu rosto e faz um carinho em minha bochecha.

_Vamos sentar_ a chamo.

_Você está tão linda_ ela diz com um sorriso.

_Ah Janja, nunca me senti tão bem cuidada_ digo com um sorriso.

_Percebe-se isso mesmo_ ela sorri.

_Mas eu jamais esqueci dos seus cuidados comigo quando me acolheu_ a gente fica em silêncio.

Lembro de cada momento que passei ali com ela, das conversas, risadas, das lágrimas que dividíamos em algumas noites juntas, quando descobri sua história senti vontade de protegê-la desse mundo.

Assim como eu, ela também fora abandonada por seus pais, mas ela não teve ninguém para lhe acolher como eu tive, pelo contrário, ela sofreu muito e ainda sofreu diversos abusos, tanto sexuais como psicológicos, de pessoas maldosas.

_Estou feliz de você está onde está hoje, você merecia_ ela fala.

_Quem dera que todos pudessem ter tido essa oportunidade_ digo.

Vejo Janja baixar sua cabeça, tirar seu óculos e limpar uma lágrima, fico comovida em vê-la assim triste.

_Eu estarei indo embora_ quando ela diz isso, meu coração se aperta.

Nosso DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora