capítulo 7

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— Não se acostume, eu não vou te buscar sempre na escola.— Olhei pra Ethan com o canto do olho e Norah riu no banco de trás, junto com Abby.

— Isso não aconteceria se eu tivesse um próprio carro.— Ele revirou os olhos e me deu um olhar sarcástico e eu ri sem humor.

— Claro, quando você começar a trabalhar, talvez consiga um.— Ele abriu a boca incrédulo.

— Isso não é justo, você teve seu primeiro carro com 17 anos.—Eu sorri olhando pra ele e depois voltei meu olhar pra estrada.

— Tem razão, mas temos algo diferente.— Ele me olhou por alguns segundos antes de soltar uma lufada de ar divertida e eu bagunçar seu cabelo.

— Claro, todos sabem que você começou a estagiar cedo na empresa de advocacia da mamãe, e que com isso você ganhou um carro de presente.— Dei de ombros me gabando.— Também sabemos que você é a preferida da mamãe Verônica.— Revirei os olhos e olhei pra ele que tinha um sorriso no rosto.

— Vai me fazer te chamar de filhinho da mamãe na frente da sua namorada e da sua melhor amiga?— Ele arregalou os olhos olhando pra trás quando ouviu os risos. Pisquei pra ele e estacionei na frente de casa, onde eles ficariam.— Ei, Abby. Eu posso conversar com você um pouco?— Ela e Norah se entre olharam e Ethan me encarou por um tempo antes de descer do carro e ser acompanhado pela namorada.

— Eu não fiz nada de errado.— Ela se defendeu pulando pro banco da frente e eu ri da forma que ela falou.

— Não é isso.— Ela me olhou e eu encarei o volante.— Você tá bem? Tipo, realmente bem. Sabe que pode contar comigo pra tudo, não sabe?— Ela suspirou olhando pra fora da janela.

— Eu sei.— Ela disse desviando o olhar. Depois que encontrei Abby chorando escondida por comentários que ouviu de seu corpo, eu passei a dar uma certa atenção a ela, já que seus pais estavam mais ocupados em brigar do que em acolher a filha. Sempre pergunto se ela está bem e deixo o caminho livre pra caso algo aconteça ela venha até mim, é como ela fosse uma filha pra mim também, não mediria forças pra proteger-lá.— Está tudo bem, não é como se tivesse mudado da última vez, meus pais ainda não se resolveram depois da traição da mamãe e eu tento não me sentir mal por está no meio disso.

— Olha, caso queira, minha porta vai tá sempre aberta pra você.— Ela assentiu e eu me inclinei deixando um beijo em sua testa.— Vá, estão te esperando.— Abby sorriu pra mim e se virou saindo do carro.

— O que você tá fazendo aqui de novo?— Pergunto pra Florence, a loira estava sentada na minha cadeira com os pés encima da mesma.— Vou começar a achar que você quer um emprego.

— Eu só venho te fazer companhia.— A loira revirou os olhos e olhou pras unhas. Tiro o blazer e coloco encima da cadeira.— Acho que sua secretária não gosta tanto de mim, o que eu faço que suas secretárias me odeiam?— Florence me perguntou com a boca aberta em ofensa.

— Eu não faço idéia.— Dou de ombros prendendo o sorriso.— Quer dizer, a Hailee com toda certeza é por sua obsessão por ela.

— Eu não sou obcecada pela Hailee.— Ela se defendeu levantando as mãos.

— Ah, claro.— Coloquei as mãos pra trás.— Então você não sente nada em saber que ela está saindo com uma pessoa?

— Ela o quê!?— Eu ri quando Florence correu pra fora da minha sala e sorriu forçado pra Georgia antes de ir atrás de Hailee.

— O que deu nela?— A loira perguntou e eu entrelacei os dedos.

— Disse a ela que Hailee estava saindo com uma pessoa.— Georgia riu e estreitou os olhos.

— Você é má.— Eu sorri de canto e abri os braço.

— A perfeita tá sempre fazendo uma boa gestão, seja na cidade ou na vida amorosa das pessoas.

— E sua vida amorosa?— Ela perguntou cruzando os braços. Olhei pra ela de cima a baixo e sorri de lado, tentando não gaguejar na resposta.

— Não tenho, mas caso queira estou aberta a começar uma.— Arquei a sobrancelha sugestiva e Georgia riu.

— Está dando encima de mim, prefeita?— Eu sorri pra ela.

— S/n!— Pisco algumas vezes virando meu rosto pra Florence, que estava com as bochechas vermelhas.

— Bom, esse é meu momento de se retirar. Bom trabalho Georgia.— Pisquei pra ela e corri em direção ao meu escritório com Florence atrás de mim.

— Era tudo mentira?— Eu olhei pra ela confusa e Florence soltou uma lufada de ar irritada.

— Não! Calma... Era, era tudo mentira.— Coloquei as mãos pra trás soltando uma risada e a loira se jogou no sofá.

— Eu te odeio.— Eu concordei com a cabeça.

— Eu sei, você só ama a Hailee. Florence cadelinha.— Apertei a bochecha de Florence e ela deu um tapa na minha mão.

— Olha quem fala, a pessoa que é apaixonada pela outra durante 15 anos, e pasmem, depois de ter sido rejeitada.— Mudei minha expressão ficando séria e cruzando os braços.— O que? Perdeu a graça?

— Srta. Lodge.— Hailee abriu a porta olhando diretamente pra mim e fingindo que Florence não estava na sala.— Podemos ir?— Eu assenti pegando o blazer.

— Onde vão?— Florence perguntou e Hailee revirou os olhos olhando pra ela.

— Não te interessa.— Abri a boca olhando entre as duas e Florence fechou a cara.

— É apenas um almoço de negócios, precisamos melhorar o lazer daqui. Trazer mais alegria a essa cidade.— Florence balançou a cabeça enquanto Hailee esticou o braço pra me puxar.— Não vamos demorar, Flor.— Soltei um beijo pra ela e pisquei o olho pra Georgia enquanto passava por ela.

— Ela tá realmente tentando flertar comigo?— Georgia perguntou a Florence e minha amiga riu.

— Sim, ela está.— Minhas bochechas coraram e eu soltei um suspiro quando estava do lado de fora da câmara.

— Porque você odeia a Florence?— Hailee estralou a língua e sorriu fraco.

— Eu não odeio ela, eu gosto dela.— Ela segurou minha mão brincando com meus dedos.— Mas eu não suporto ela.

— Bom, isso não é odiar?— Hailee negou enquanto colocava o cinto de segurança.

— Não, eu gosto dela. Mas aquele jeito dela fez com que eu agisse assim em forma de segurança.

— Então ela tem seu coração?— Hailee riu.

— Não ficaria com ela nem se ela fosse a última pessoa na terra.— Gargalhei e Hailee me encarou seria.

— Você estava falando sério?— A morena concordou e eu arregalei os olhos.

— Eu gostar dela não quer dizer que eu me entregaria a ela, ainda mais pelo jeito dela de agir quando alguém cita um relacionamento sério, não me deixaria machucar desse jeito.— Abri a boca concordando.

— Entendido, quem sabe ela não muda por você?— Hailee negou e eu olhei pra ela por alguns segundos antes de olhar pra estrada novamente.

— Não acredito nisso, as pessoas podem sim mudar, mas Florence não mudaria por mim.

— Bom, não podemos afirmar o que não sabemos, apenas Florence pode afirmar se ela mudaria ou não, e com ações, palavras as vezes são falhas.— Tinha que contar a Florence isso, ela é louca por Hailee, mas a cabeça dura dela age pela mesma explicação de Hailee, ela tem medo de se machucar.

— Ela é obcecada por mim.— A morena afirmou e eu ri concordando.

— Sim, digamos que sua foto é o papel de parede dela.— Hailee me olhou com a boca aberta e eu concordei.

— Meu Deus, eu tenho uma stalker?— Eu afirmei.

Georgia Millier (Sem revisão) Where stories live. Discover now