INEVITÁVEL

Capítulo 2

Thauan 🧨🦅
27 anos

OITO MESES DEPOIS

Observei a movimentação do local e estava mais cheio do que nunca.

O som alto tocando, pessoas bebendo e se divertindo, droga sendo vendida e garotas dançando pra todo lado.
Meus aliados comigo na área vip, os melhores whisky e bolso transbordando de dinheiro.

Que saudade que eu senti do baile do Complexo.

Depois de 1 ano fora eu finalmente voltei.
Ir pra um lugar novo é bom, mas não existe nada melhor do que as suas origens.

- Que saudade eu tava de tu, seu delícia !

Marquinhos apareceu, me abraçando por trás.
De todos os caras ele era o único que eu ainda não tinha visto e infelizmente ele apareceu.

- Como você é capaz de ir embora e me deixar aqui? - Ele disse e até parecia bravo e realmente chateado - Só vou te perdoar porque eu te amo.

- Sai fora, Marcos ! Viadagem do caralho.

Arranquei os braços dele de mim e o empurrei fazendo ele me soltar e ele começou a rir.

- Finalmente apareceu né ? Veio pra ficar ?

Ele perguntou e dessa vez veio pro meu lado, me dando uma visão melhor dele. O cara tava forte, parece que nesses últimos tempos ele malhou bastante e deixou de ser aquele franguinho.

- Sim. O General disse que precisava de mim aqui e eu vim.

- Só por isso? Pensei que voltou porque tava com saudades de mim.

- Claro, princesa. Já estava louco de saudades de você. - Entrei na onda dele que riu todo faceiro.

Me apoiei na grade de segurança e continuei a observar o local, até que meus olhos bateram nela. Estava tentando evitar vê-la aqui, mas era impossível. Ela conseguia se destacar em qualquer lugar que estivesse.

Eu poderia reconhecer aquela Rapunzel dos cabelos pretos em qualquer lugar do mundo.

Ela continuou com os cabelos cheios, grandes até a cintura e pretinho, do jeito que eu sempre me amarrei. Sempre fui vidrado no cabelão dela, inclusive eu amava puxa-lo enquanto ela empinava de quatro pra mim.

Lembrar disso até energizou o meu corpo. Era incrível como ela ainda conseguia me excitar sem fazer esforço algum, mesmo depois de tanto tempo.

Uma amiga dela a cutucou e falou algo em seu ouvido. Com certeza a avisando sobre mim, pois no mesmo momento ela se virou e olhou pra cima procurando e logo seus olhos acharam os meus.

Não conseguia descrever o que seus olhos me transmitiam. Talvez surpresa ? Raiva ? Nada ?
Nos encaramos por pouco tempo, pois logo ela se virou novamente, ignorando a minha presença. Nada mais justo depois que eu a abandonei.

Me perguntava se ela ainda sentia todo aquele amor por mim depois de 1 ano. Se eu ainda tinha poder sobre ela, se eu ainda conseguia a desmontar só com um olhar como antigamente. Eu tinha ela nas minhas mãos.

- Já conversou com ela ? - Marquinhos disse ao meu lado, me fazendo sair dos meus pensamentos e desviar meu olhar dela pra olhar pra ele.

- Não e acho que nem vou. - Voltei a observar ela de longe - Como ela está ? - Perguntei.

Fazia tempo que não recebia informações sobre ela. Na verdade eu que pedi pra não me falarem nada dela. Queria focar no que eu fui fazer, sem lembranças pra me atrapalhar.

- Muito bem, pelo que você tá vendo. Diria até que tá na melhor fase. Não sei oque aconteceu com ela, acho que ela cansou de sofrer por você. - Riu. - Chegou tarde, irmão.

Neguei com a cabeça, me segurando pra não mandar ele se fuder.

- Não me importo. Prefiro assim. Não quero ninguém choramingando por mim. Que bom que ela entendeu.

- Você não se sente mal ? - Perguntou e eu o olhei arqueando a sobrancelha. - Por ter causado tudo isso a ela.

- Tudo oque ?

- Como assim "O que"? Você não viu as fotos que eu mandava dela pra você ? A mina se acabou legal depois que você foi embora, Falcão. Ela ficou tão magra, já tava quase perdendo aquele corpão dela. A cara sempre de quem tinha chorado a noite inteira. Fora que eu só via ela indo e voltando do trabalho. Não vivia pra nada. Parecia uma morta-viva.

Eu sabia de tudo isso, até mesmo antes de ir embora eu imaginei que talvez ela ficaria assim.
Eu me sentia culpado por isso? Sim. Odiava ter que causar isso nela, mas fazer o que ? Não iria deixar de fazer o que tinha que fazer por causa dela.

Mas que bom que aparentemente ela superou isso. Mas saber que provavelmente ela me esqueceu, me causava um sentimento estranho. Mas foda-se.

- Bom, o importante que doeu mas não matou né ? Pelo visto já passou. Tornei ela mais forte, deveria me parabenizar.

- Você é tão filha da puta, irmão. - Ele riu e envolveu seu braço no meu pescoço, me puxando pra perto dos caras que estavam bebendo em uma mesa.

O que importa é que eu consegui realizar o que fui fazer e o principal, voltei rico pra caralho !