capítulo 18

165 20 10
                                    

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

Volteiii





Narrador (Soraya)

Ao chegar de viagem na casa de Simone, deixei Madu na minha cama e fui arrumar minhas coisas, pois perto de Simone eu não queria ficar nunca mais. Ela já me machucou muito, parecia que eu não era ninguém para ela, apenas mais uma das suas ficantes, e eu não era isso. Minha mãe não me criou para isso.

Ao voltar para perto da cama, a encontrei dormindo. Como eu iria deixar minha pequena? Mesmo que ela não entenda, ela vai fazer falta para mim, e eu para ela.

Mas não iria embora hoje, e sim amanhã de manhã quando Simone fosse para a empresa.

Eu estava no quarto de Madu e estávamos no chão brincando. Madu estava se esforçando muito para tentar andar, e eu estava ajudando.

Depois de muito tempo tentando, ela se levantou e deu seus primeiros passinhos.

Madu: "Mamãe."

Ela falou a palavra completa dessa vez. Quem sabe isso não é um sinal de que eu não posso deixá-la aqui sem mim.

Mas eu não queria ficar ali e ter que olhar na casa de Simone. Como ela pode fazer isso? Claro, né, uma burra de dezenove anos achando que a Simone, uma mulher madura, iria querer algo sério comigo.

Já eram nove horas da noite e Madu estava morrendo de sono, mas não dormia de jeito nenhum. Comecei a cantar e andar com ela pelo quarto, com apenas a luz do abajur acesa.

Acordei às seis da manhã e fui ao quarto de Madu. Cheguei perto do berço e ela estava dormindo como um anjinho.

Madu foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos meses. Foram cinco meses com essa pequena e foram os melhores momentos e dias. Não tenho nada do que reclamar dela.

Soraya sussurrando: Eu vou embora, mas eu volto para ver você, meu amor. Eu não vou te esquecer e espero que você não me esqueça.

Sai do quarto e avisei Márcia que não iria mais ficar ali, falei que estava indo embora, mas que voltaria para ver Madu.

Ela ficou curiosa para saber o que tinha acontecido.

Peguei minhas coisas e simplesmente fui embora, deixando para trás a saudade que vou sentir da minha pequena.


Mãe de Soraya: Calma, minha filha, vai ficar tudo bem. Você é forte e vai superar isso.

Soraya: Eu sei, mãe, mas é difícil. Eu a amo tanto, e dói saber que não é recíproco.

Mãe de Soraya: Às vezes, as pessoas não correspondem ao nosso amor da maneira que esperamos. Mas o importante é que você se ama e valoriza quem você é.

Soraya: Eu sei, mãe. Obrigada por estar sempre aqui por mim.

Mãe de Soraya: Sempre estarei ao seu lado, minha querida. Agora, venha cá, vamos tomar um chá e conversar mais um pouco.

Soraya: Isso seria ótimo, mãe. Eu realmente preciso de um pouco de conforto agora.

Soraya respirou fundo e decidiu abrir seu coração para sua mãe. Ela contou tudo sobre seu relacionamento com Simone, desde o momento em que se conheceram até os recentes acontecimentos que a levaram a decidir partir.

Mãe de Soraya ouviu atentamente, oferecendo palavras de conforto e apoio ao longo da narrativa. Quando Soraya terminou de contar tudo, a mãe a abraçou com carinho.

Mãe de Soraya: Minha querida,  saiba que eu estarei aqui para apoiá-la em todas as suas decisões.

Soraya: Obrigada, mãe. Significa muito para mim ter você ao meu lado.

Mãe de Soraya: Nada é mais importante para mim do que ver você feliz e realizada.

Soraya organizou as coisas que havia trazido para seu quarto, tentando manter-se ocupada para não pensar nos recentes acontecimentos. No entanto, assim que terminou de arrumar suas coisas, sentiu-se sobrecarregada pela tristeza que a invadia.

Deitou-se na cama e permitiu-se chorar em silêncio, as lágrimas escorrendo silenciosamente por seu rosto. Cada lágrima era uma expressão de sua dor, uma tentativa de aliviar o peso que carregava em seu coração.

Com o passar do tempo, o choro gradualmente acalmou seus pensamentos tumultuados, e Soraya finalmente adormeceu, envolvida pela exaustão física e emocional daquele dia tão desafiador.


Narrador (Simone)

Cheguei em casa e não vi Soraya na sala, o que era estranho, já que ela geralmente estava brincando com Madu nesse horário. Decidi verificar no quarto da Madu, mas para minha surpresa, nem Soraya nem Madu estavam lá. Com um aperto no coração, fui em direção ao jardim e avistei Márcia com Madu no colo. A pequena estava chorando muito, o que aumentou ainda mais minha preocupação.

Me aproximei rapidamente e peguei Madu no colo, tentando acalmá-la enquanto conversava com Márcia.

Simone: Onde está a Soraya?

Márcia: Ela me disse que iria embora, Simone.

Simone: O quê? Como assim? Por que ela faria isso?

Márcia: Eu não sei, ela não me disse. Apenas afirmou que estava indo embora.

Fiquei chocada com a notícia de que Soraya havia partido sem dizer uma palavra sequer. Minha mente estava uma confusão de emoções e perguntas sem respostas. Como ela pôde ir embora assim, tão repentinamente? O que havia acontecido para que tomasse essa decisão sem ao menos me avisar?

Enquanto tentava acalmar Madu, que chorava angustiada nos meus braços, eu tentava processar tudo aquilo. Soraya tinha se tornado uma parte importante da nossa vida, e sua ausência repentina deixava um vazio doloroso em nosso lar.

Decidi que precisava descobrir o motivo dessa partida abrupta. Rapidamente, liguei para Soraya, mas o telefone dela estava desligado. Enviei mensagens, mas não obtive resposta. A incerteza e a preocupação tomaram conta de mim, e eu me senti perdida diante da ausência da mulher que havia se tornado tão importante para mim e para Madu.

Dentro de mim, uma voz dizia que havia algo mais por trás disso tudo, algo que Soraya não havia compartilhado. Eu só esperava que ela estivesse bem, onde quer que estivesse, e que eventualmente pudéssemos esclarecer tudo e retomar nossa relação de alguma forma. Mas, naquele momento, só me restava acalmar Madu, cuidar dela e lidar com a dor e a confusão que essa partida inesperada havia deixado em mim.

Meu coração é teu Where stories live. Discover now