𝐄𝐍𝐓𝐑𝐀𝐏

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"⁠𝙳𝚎𝚜𝚌𝚘𝚗𝚏𝚒𝚎 𝚍𝚘𝚜 𝚌𝚘𝚛𝚍𝚎𝚒𝚛𝚘𝚜, 𝚙𝚘𝚛 𝚋𝚊𝚒𝚡𝚘 𝚍𝚊 𝚙𝚎𝚕𝚎 𝚖𝚊𝚌𝚒𝚊 𝚎 𝚋𝚛𝚊𝚗𝚚𝚞𝚒𝚗𝚑𝚊 𝚙𝚘𝚍𝚎 𝚎𝚜𝚝𝚊𝚛 𝚘 𝚕𝚘𝚋𝚘 𝚏𝚊𝚖𝚒𝚗𝚝𝚘."
𝙼𝚊𝚛𝚢𝚊𝚗𝚗𝚎 𝚂𝚌𝚑𝚛𝚊𝚖𝚖.

Quando eu tinha nove anos, minha mãe me contou uma história triste sobre sua irmã que morreu no dia do Halloween

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Quando eu tinha nove anos, minha mãe me contou uma história triste sobre sua irmã que morreu no dia do Halloween. Ela sempre chorava muito nessas épocas, o que era para ser uma tradição engraçada de fantasias e doces, se tornou um momento triste para nossa família.

Eu odiava ver minha mãe chorando, quando descobri o motivo e a culpada, me ceguei. A sede de vingança contra a pessoa que fez minha família sofrer foi tão grande a ponto de eu perder meu senso do que era certo ou errado.

A culpada pela ruína emocional de minha mãe não anda mais por essa ilha, mas posso sentir sua alma nos atormentando todos os dias.

Hanna é o mais próximo que posso chegar da minha vingança. Minha mãe sofreu todos os dias a morte da sua irmã.

Hanna pagará todos os dias pelo mal que sua mãe nos fez.

Nem sempre a odiei. Nós estudávamos na mesma escola, crescemos nos mesmos ambientes, então sempre tive acesso a menina magricela que vivia se escondendo pelos cantos. Hanna era extremamente introvertida, e isso chamava muito a minha atenção. Quanto mais ela tentava se esconder, mais eu a procurava e tentava tira-la das sombras.

Poético que hoje eu seja uma das pessoas que mais a força a se esconder.

O que aconteceu hoje, não devia ter acontecido. Ethan foi exposto e ele é um irmão. Se isso foi uma tentativa de provocação, aceitamos com todo o prazer.

Não estava nos meus planos terminar meu dia em Greenwood atrás de um possível namorado da menina estranha.

Isso me lembra o único cara que teve a coragem de se meter entre nós. O idiota apanhou tanto que sumiu no outro dia da ilha.

Nosso recado foi claro: ninguém toca em Hanna, apenas nós.

Por isso já rolo o taco de basebol na minha mão. O cara que se atreveu a enviar bilhetinhos para ela será punido e também servirá como exemplo.

Foi pra isso que eles me enviaram. De todos, quem menos tem problemas com sangue sou eu. Não que eles tenham algo contra, apenas eu sou o cara que limpa a sujeira.

"Será que vamos demorar? Eu não comi nada antes de sair." Raj quebra o silêncio na floresta e continuo calado.

Não sei por quê Luke mandou esse bundão comigo. Talvez esteja testando sua coragem, Raj tem muito a aprender ainda. Ele foi aceito recentemente da fraternidade e está se adaptando ao grupo, só que não suporto mais suas reclamações.

Sua irmã é uma puta gostosa e Aaron está comendo a safada bem de baixo do seu nariz. Nós temos uma regra de não nos metermos nas brigas internas, então mal posso esperar isso estourar bem em sua cara. A vadiazinha parece ser uma boa garota, toda comportada e recatada, isso é como a criptonita de Aaron. Ele adora as falsas santas.

Eu sou como Leo, prefiro focar minhas energias em outras coisas e deixar as bucetas pra me divertir sem me importar a quem elas pertencem. Posso ser um canalha, mas elas sabem muito bem onde estão se metendo.

"Merda! Mamãe pediu para eu dar uma olhada em Kali, parece que ficaram sabendo sobre a gravação no banheiro feminino."

"Seus pais se preocupam demais..." Digo olhando entre as árvores, esperando qualquer movimento, olho para o relógio em meu pulso e vejo que já passou do horário marcado.

Esse filho da puta tá de brincadeira.

"Preciso mijar." Raj anuncia e eu rolo meus olhos e tento manter a paciência para não quebrar os seus dentes.

"Então vá!" Digo demonstrando meu cansaço. "Só faça isso na direção certa do vento, não quero ficar sentindo seu cheiro podre."

Observo ele desaparecer entre as árvores usando a lanterna de seu celular na noite escura. Me encosto sobre uma pedra onde há nomes de casais gravados com juras de amor.

Idiotas.

Jamais entenderei o ato de gravar nomes em lugares que poucas pessoas irão ver. Papai declarou o seu amor a mamãe em uma música e todos cantam ela até hoje. Ganhou prêmios e ficou conhecido no mundo todo, é assim que se demonstra seu apreço a alguém.

Se não for para ser exagerado e escandaloso, não faça.

Duvido muito que eu viva o que eles tem, a única coisa escandalosa que tenho são os gritos de Jenna quando quero descarregar em alguém.

Mantenho minha posição aguardando o filho da puta, nunca mais trago esse verme comigo.

Eu não tenho paciência para ser babá e Luke sabe muito bem disso, o arrombado deve estar se divertindo com a minha tortura.

Estou pensando em alguma forma de me vingar, o som de arbustos se mexendo me faz suspirar, Raj demorou mais do que devia.

"Pensei que você tinha ido mijar..."

A única resposta é o silêncio. Estreito meus olhos na escuridão entre as árvores tentando identificar onde Raj está, mas não vejo nenhum rastro. Só pode estar fodendo comigo.

"Raj! Anda logo, mocinha." Grito daqui mesmo, sem querer invadir a floresta e encontra o indiano com o pau em sua mão.

Reviro os olhos conforme o tempo passa e nada de sinal dele, estou prestes a entrar entre as árvores quando escuto um grito vindo do meio das árvores, exatamente na direção que Raj entrou.

"Eu não vou cair nessa, cara! Fui eu quem inventei essa trollagem."

O som das arvores se movendo com o vento gelado e grilos é tudo o que escuto. De boa, se ele quer levar uma surra essa noite irei entregar a ele.

Apresso meus passos na mesma direção de onde veio o grito, pronto para encontrar Raj e os outros caras rindo da minha cara. Eu comecei fazendo esse tipo de pegadinha quando descobri que alguns deles realmente tinha medo de fantasias de Halloween e virou uma brincadeira interna entre todos nós. 

"Raj quando eu encontrar você..." Paro de falar assim que vejo o corpo caido no chão. "Quem combinou isso com você? Luke? Não, isso tem cara de ser Leo, aquele sádico! Levante desse chão..." Me aproximo mais do idiota que ainda finge estar caído.

Percebo que algo não está certo quando vejo o sangue escorrendo ao lado de sua cabeça. Meu coração acelera e sinto o sangue correr entre minhas veias. Só pode ser sangue falso...

Me abaixando do seu lado, toco em seu corpo completamente desacordado. Merda.

Me levanto em um salto e busco meu celular no meu bolso traseiro, o número da emergência aparece na tela, não demora muito para eu escutar a atendente do outro lado.

" 191, qual a sua emergência?"




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