Que Pena, Eu Tentei Tanto

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Taylor's POV | 09:32AMApril 29th, 2023Cornelia Street, New York

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Taylor's POV | 09:32AM
April 29th, 2023
Cornelia Street, New York

Observo meu rosto sem maquiagem, no espelho do banheiro. Aínda dá pra perceber uma pequena marca em ambas as bochechas, lembrando-me dos tapas que recebi do homem que um dia chamei de amor.

Pensar que terei que vê-lo, e que terei que tentar dialogar com ele sobre a situação de Theo, depois de tudo que aconteceu, é um pouco estranho e me deixa apreensiva, pois naturalmente, já não sei mais o que esperar dele.

Passo apenas o suficiente de maquiagem para cobrir o roxo das bochechas, e saio do banheiro.

Minha primeira intuição é passar no quarto de Theo para acordá-lo, mas logo desisto. Primeiro, porque é sábado, segundo, porque ele não vai falar comigo, e terceiro, por causa de tudo que aconteceu ontem.

Sem me importar se estou ou não com uma calça rosa, de tecido fino de pijama, e uma regata branca, me dirijo até a cozinha, meu cabelo preso em um coque desleixado.

Para minha surpresa, Theo já está acordado, e ao que tudo indica, até mesmo já tomou café.
Meu peito se parte ao pensar na dor que ele deve estar sentindo devido ao olho roxo.

Aproximo-me casualmente, e passo por ele, olhando meio de canto, bem no fundo esperando que haja algum arrependimento da parte dele pela forma como falou comigo ontem.

- Bom dia. - digo abrindo a geladeira, pegando uma garrafinha d'água. - Está com dor?

Ele não responde.
Por que ainda tento? Eu sabia que ele não responderia.
Me sinto uma boba por ter tentado, mas meus instintos maternos dizem que eu deveria fazer algo para ajudá-lo.

Antes que eu possa sequer me aproximar, Theo se levanta da mesa, pega seu prato e xícara e os põe na pia. Sem mais nem menos, ele se retira, indo em direção ao próprio quarto.

Suspiro, e caminho até o sofá. Me sento, pondo os pés pra cima do mesmo e pego meu celular.
Mas então, não consigo nem completar o ato de olhar para a tela do aparelho, pois ouço os passos dele voltando.

- Você quer companhia pra tomar café? - pergunta. Olho por cima do meu ombro, encontrando seu olhar. Há uma expressão brava e irritada em seu rosto, não condizendo com as palavras que acabaram de sair de sua boca.

Começo a morder a pele interior da minha boca, sem entender muito bem o motivo dele ter voltado, quase como se estivesse se obrigando a fazer isso.

Foi então que lembrei; O transtorno.

E então fez sentido. Theo não estava tentando uma conversa, não estava tentando resolver as coisas.
Ele só queria garantir que eu iria comer algo.

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