Cap. 22

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O cheiro fresco da tinta encheu o ar, causando-me nauseas, enquanto mergulhava o pincel no líquido vermelho-carmim

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O cheiro fresco da tinta encheu o ar, causando-me nauseas, enquanto mergulhava o pincel no líquido vermelho-carmim. Aparentemente, meu pai gostou dessa cor horrorosa e a minha relutânca não teve a devida importancia. 

Passo o pincel na paredes externas do celeiro, ao mesmo momento que meu pai observa-me com um sorriso no rosto. 

— Então...você e a Victoria?— questiona, sem o menor pudor.

— Não existe eu e Victoria.

— Eu já tive a sua idade, Alex.

— E o que isso tem a ver com qualquer coisa? — Respondo, tentando focar na tarefa de pintura para não me deixar levar por uma conversa que sei que não levará a lugar nenhum.

Meu pai dá uma risada leve, como se achasse graça na minha resposta evasiva. Reviro os olhos, mas não digo nada.

— Só estou dizendo que entendo.— Meu pai dá uma risadinha e se aproxima, pegando outro pincel para ajudar. Parece que ele está determinado a ter essa conversa.

— Não há nada o que entender.— afirmo.

— Eu sei como é. Aqueles olhares, os suspiros, a implicância... — Ele pausa, olhando para mim com um brilho travesso nos olhos. — E eu sei que você implica com a Victoria da mesma forma que eu implico com sua mãe.

Reviro os olhos, frustrado com a insistência dele em trazer esse assunto à tona.

— Isso é ridículo, pai. Eu e a Victoria não somos nem amigos.

— E você costuma passar a noite fora com quem não é seu amigo?

Sinto meu rosto esquentar com a pergunta direta do meu pai. Ele sempre foi perspicaz, e parece que não vou conseguir escapar dessa conversa tão facilmente.

— Eu não... não é como você está pensando. — Gaguejo.

Meu pai apenas levanta uma sobrancelha, esperando por uma explicação melhor.

— Estavamos bebados e achamos uma boa ideia sair da festa. E aí, a gente acabou dormindo e só.  Não aconteceu nada.

— Claro, claro. "Não aconteceu nada." — ele repete, fazendo aspas com os dedos. — Bem, seja o que for que estavam fazendo, não precisa me contar.

— Pai... — Sinto meu rosto esquentar com a insinuação  direta de meu pai.— Eu...

— Victoria!—  A voz de meu pai corta meu balbuciar, e eu Giro rapidamente para ver o que é, e vejo Victoria se aproximando, carregando um balde de tinta. Ela sorri, timidamente, quando me vê e acena para nós dois.— Engraçado, estavámos falando sobre você.— Meu pai sorri de volta.

— Sobre o quê?— Victoria pergunta com uma curiosidade genuína, enquanto se junta a nós perto do celeiro.

Meu pai troca um olhar rápido comigo antes de responder, parecendo decidir como abordar o assunto.

Amor Sob Céu Aberto // Alex WalterWhere stories live. Discover now