04 - My boy was a montage

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Natasha

Steve ainda tremia na maca do hospital, enrolado em um cobertor térmico prateado. Eu segurava sua mão, acariciando seu braço. Era como se ele estivesse congelado mesmo, porque não reagia quando ninguém falava com ele.

Mesmo já estando melhor, ele ainda tremia descontroladamente.

Meu braço tinha sido costurado e estava enfaixado, Steve estava sem o uniforme molhado e já tinha sido atendido, mas não funcionava.

  - Ei. Olha pra mim.

Levantei seu rosto, fazendo-o mover os olhos para mim.

  - É só passado.

Steve relaxou um pouco os ombros, mas ainda tremia.

  - Está tudo bem. Eu estou aqui.

Ele assentiu.

  - Quer saber, eu tenho uma ideia. Vem comigo.

Levantei Steve, puxando-o pela mão para fora da ala médica. Andamos até o quarto dele e entramos. Steve se sentou na cama, enquanto fui até o banheiro e enchi sua banheira com agua quente.

Quando estava saíndo fumaça, eu puxei Steve pelas mãos e o ajudei a tirar sua camisa. Ele entrou, com a calça de moletom mesmo, e se sentou.

Steve respirou fundo, finalmente parando de tremer.

Puxei um banquinho e me sentei. Acariciei seu cabelo, enquanto ficamos em silêncio ali, Steve descansava, lentamente se recuperando na água quente.

Ficamos ali por bastante tempo.

  - Obrigado, Nat.

  - Só estou retribuindo.

Steve deu um sorriso triste, e o silêncio voltou. Me apoiei na banheira, fazendo companhia a ele.

  - Como está seu braço? - sussurrou, sua voz ainda trêmula.

  - Foi só um arranhão.

  - Você levou um tiro.

  - Já estou acostumada.

Steve deu um sorriso leve.

  - Muitos dos meus pesadelos, eu estou preso no gelo. Estou lá, vendo todos que eu gosto morrerem. Esquecerem de mim. O tempo passa mas estou preso lá. Mas eu nunca saí.

Ouvi em silêncio.

  - Ainda sinto que estou lá, as vezes.

Eu assenti. Absorvi suas palavras com cuidado, pensando.

  - Quando eu saí da KGB... - sussurrei. - Comecei a trabalhar pra SHIELD porque queria redimir tudo de ruim que eu tinha feito. Com o tempo, eu percebi que nunca seria o suficiente. Tanto pra mim, quanto para as pessoas. Deus não iria me perdoar - brinquei.

  - Eu acredito em Deus - murmurou Steve. Eu olhei para ele, não sei porque eu estava surpresa. - Ele é misericordioso. Você deveria ser também.

Senti lágrimas acumulando nos meus olhos, e sorri.

  - Obrigada, Steve.

  - Sempre que precisar.

  - Vou te deixar descansar, e entregar as informações pro Fury.

  - Você pegou a caixa? - perguntou, só agora se lembrando dela.

  - Claro que sim.

Me afastei dele, indo até a porta e lancei um último olhar antes de sair.

Midnight Rain - RomanogersDonde viven las historias. Descúbrelo ahora