Capítulo 20

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Fernanda

Levanto-me rapidamente do chão sem compreender por que Vini está aqui; ele se aproxima e me abraça. Tanto eu quanto Rodrygo ficamos perplexos, sem entender nada. Tento escapar do abraço forte do rapaz, em vão. O aperto dura alguns segundos antes dele me soltar e suspirar, aparentemente preocupado.

— Agora pode me explicar o porquê desse abraço do nada. — doou um passo para trás tentando manter um distancia entre nós.

— Eu tava preocupado. — ele vem até mim novamente e passa a mão em meu rosto.

— Preocupado com oque? —  tiro a mão do rapaz do meu rosto.

— Eu confrontei Júlia sobre oque ela te disse, ela saiu muito irritada da minha casa, então pensei que ela poderia tentar algo. — que mulher chata essa Júlia, puta que pariu.

—  Bom como você pode ver eu estou ótima, então agora se você não tem nada mais a dizer, me dá licença. — caminho em direção a porta e nem eu mesma sabia pra onde estava indo e nem o porque.

— Pra onde você está indo? — rodrygo me questiona ao me ver saindo pela porta.

— Preciso de um tempo, acho que vou para casa, me desculpe. — tento digerir tudo que isso que havia acontecido no dia de hoje, as ameaças de Júlia, o beijo do Rodrygo e agora Vinicius vir aqui por que estava preocupado comigo.

Não entendo o motivo desse comportamento. Não senti medo algum de Júlia tentar me prejudicar, pois assim como não sei quem ela é de verdade, ela também não me conhece. Sou paulista e uma coisa que não me assusta é mulher mimada que briga por homem. Cresci entre homens e sei que elas desse tipo não são valorizadas nem assumidas por eles.

Vini prometeu a Rodrygo que me acompanharia para onde quer que eu fosse e cumpriu, caminhando ao meu lado em silêncio, segurando as palavras que queria dizer, respeitando meu espaço. Após um breve momento, ele quebrou o silêncio.

— Você está bem? — ele me olha com um olhar de preocupação.

— Eu não sei. — suspiro.

— Eu tive uma ideia, vem comigo. — o moreno pega em meu braço me puxando para um lugar.

— Para onde você está me levando. — digo a ele, que me olha com um sorriso no rosto.

— Você vai ver. — ele continua me puxando enquanto passávamos por ruas que eu nunca havia visto antes.

Parando diante de uma escada, Vini cobriu meus olhos e eu o segui sem questionar, subindo os degraus com dificuldade até pararmos.

— Chegamos. — ele tira as mãos dos meus olhos, me mostrando a mais linda vista que eu vi na minha vida.

Sem conseguir articular palavras, virei-me e o abracei, sem entender exatamente o que estava acontecendo, mas ao abraçá-lo, as lágrimas vieram e desabei em choro. Senti suas mãos envolvendo meu corpo, correspondendo ao abraço e acariciando minha cabeça.

— Não precisa dizer nada, apenas deixa eu te acalmar. — diz enquanto acaricia meus cabelos.

— Por que você está aqui? — digo com a voz embargada.

— Porque.... eu... — ele trava tentando falar. — Você precisava de mim. — ele desiste que dizer oque estava falando antes.

— Obrigada por estar aqui. —  aperto o abraço de leve.

— Eu sempre vou estar. — ele diz em um tom baixo quase inaudível, em seguida me dá um beijo no topo da cabeça.

Assim que me tranquilizei, sentei-me em um banco nas proximidades e Vini juntou-se a mim, percebendo seu olhar atento, capaz de decifrar meus pensamentos de forma desconcertante. A única certeza que eu tinha era a necessidade de um lar, da presença do meu pai, o único capaz de compreender-me nos momentos de aflição.

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