1. JOHNNY BLACK

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"Se alguém me perguntasse como tive coragem de matar um homem a sangue-frio, a única coisa que iria dizer era que não sei. Só foi meu instinto de defesa, aquele desgraçado estava drogado e me atormentando enquanto comia, todos do restaurante me olham, aquele homem está no chão jorrando sangue... Minha roupa está vermelha do sangue dele, mas não consigo sentir nada, minhas emoções morreram junto daquele desgraçado de merda.
Com certeza, a polícia deve estar a caminho do restaurante, tem um homem morto a sangue-frio e está cheio de testemunhas que presenciaram um assassinato."

- Tem duas pessoas mortas naquele restaurante, precisamos correr mais rápido Kauan.
- Mas eles já estão mortos, e somos da perícia, o que podemos fazer?
Jonathan o fuzilou com os olhos pensando "cala a boca, que você só fala merda."
- Sério isso, Kauan?
- Desculpe-me, senhor...
A polícia havia fechado tudo, os dois homens estavam deitados um ao lado do outro.
- Vítimas? - Jonathan perguntou ao passar pela faixa amarela.
- Henrique Teixeira. É a vítima, o da esquerda, que foi golpeado com uma faca no pescoço e no coração. E o outro é Johnny Black, o assassino.
Jonathan andou até Johnny Black no chão, puxou o pano que o cobria e se assustou com o que viu...
- O que houve, senhor? - Kauan perguntou, se aproximando...
Ele não respondeu, ainda se assustou ao perceber que os dois tinham uma certa semelhança, como se fossem irmãos... Mas não havia possibilidade alguma, ele é filho único. Como encontraria alguém parecido com si próprio?
Johnny abriu os olhos.
Jonathan se assustou e caiu sentado gritando:
- Ele está vivo... O assassino está vivo.
A polícia correu e cercou o homem.
- Você está cercado, se tentar correr você morre. - Um dos polícias disse com a arma apontada para o assassino.
Ele estava com a visão turva e com a mente em outro lugar...
- Se abaixe devagar, e não acontecerá nada com você.
Por algum motivo sem explicação, Jonathan começou a se aproximar do homem.
- Senhor, não tem autorização para se aproximar dele, pare agora. - O policial disse.
Mas foi em vão, ele não o ouviu e apenas continuou.
- Senhor, o que está fazendo? Está louco? - Indagou seu parceiro tentando o impedir, mas não valeu de nada também.
Jonathan chegou perto dele, e o olhou nos olhos, bem lá, no fundo... Johnny, confuso, deu umas piscadas.
- Você se parece comigo.
- Quem é você, Johnny Black?
As luzes se apagaram...
As luzes do restaurante estão todas escuras... Não dá para ver mais nada, o único som que se ouviu naquele ambiente apagado foi um grito.
Mas não houve qualquer tipo de grito, foi um agonizante, e no outro momento foi a porta se abrindo...
- Alguém está fugindo... - Disse um dos polícias.
A luz voltou.
Johnny Black não estava mais no restaurante.
Há sangue, sangue escorrendo sobre as pernas de Jonathan.
- Jonathan... - Gritou Kauan correndo para segurar o amigo que estava desmaiando.
Jonathan está ferido... Com uma faca em seu abdômen. Ele está bem mal.
Kauan gritou pedindo ajuda, e que alguém ligasse para o hospital.
Ele está perdendo muito sangue, e Kauan tem medo do pior acontecer com seu parceiro e amigo.

"Não, não sou um assassino.
Eles são culpados, aquele homem estava me atormentando, foi impulso. O outro? Precisava fugir, não sou culpado para ir preso... Foi legítima defesa. E quem é ele, quem é aquele homem que precisei ferir para fugir?
Ele se parece comigo, mas qual a possibilidade?
Tem algo de errado, alguma coisa está errada nessa história. Não posso ser preso, sem antes descobrir quem é ele. E sem antes provar minha inocência, quem vai acreditar em uma pessoa presa? Ninguém...
Preciso de ajuda"

TRÊS VIDASWhere stories live. Discover now