Contornos do Amanhecer

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  Lisa acordou bem cedo, e a escuridão da noite ainda pairava sobre Paris. Através da janela do quarto do hotel, ela podia ver as primeiras luzes do amanhecer tingindo o céu de tons suaves de rosa e laranja. Ao seu lado, Min-ho repousava nu, a respiração tranquila e ritmada, um contraste com a agitação que haviam vivido. Lisa deslizou para fora da cama, envolvendo-se em seu casaco de lã, um abraço reconfortante em meio ao frio matinal.

  Ela caminhou até a varanda, o ar fresco da manhã acariciando sua pele. Paris despertava lentamente, a silhueta da Torre Eiffel recortava-se contra o horizonte clareando, um farol solitário na transição da noite para o dia. Lisa se permitiu um momento de paz, o coração ainda pesado com a realidade de sua situação, mas agora, por um breve instante, entregue à beleza da cidade que se estendia à sua frente.

  Voltando para o quarto, ela pegou o telefone e fez um pedido simples à recepção: um cappuccino, um café gelado americano e dois croissants. Sentando-se na poltrona, Lisa abraçou o calor da bebida que chegaria em breve, um conforto pequeno, mas significativo. Seu celular jazia sobre a mesa, a tela iluminada pelas notificações de chamadas perdidas. Seus pais haviam tentado entrar em contato, a preocupação deles palpável mesmo através da distância digital. Lisa hesitou, o desejo de ouvir suas vozes colidindo com o medo de arrastá-los para o perigo que a cercava. Com um suspiro, ela decidiu contra a conexão, contra o risco. Não hoje. Hoje, ela escolheu o silêncio, escolheu a segurança deles.

  Lisa ouviu uma batida suave na porta, um som discreto que rompeu o silêncio da manhã. Ela se levantou, os pés tocando o carpete frio, e espiou pelo olho mágico. O mordomo aguardava pacientemente com os pedidos que ela havia feito. Com um gesto acolhedor, ela abriu a porta e pediu que ele deixasse tudo sobre a mesa de jantar, sua voz ainda carregada pelo sono. Após entregar a gorjeta, ela observou o mordomo se afastar pelo corredor, seus passos ecoando suavemente. Lisa então pegou a bandeja, o aroma do café fresco e croissants quentes preenchendo o ar, e caminhou até a cama. Colocou a bandeja cuidadosamente e se inclinou sobre Min-ho, depositando um beijo leve em sua testa, o suficiente para despertá-lo.

Ele abriu os olhos lentamente, um sorriso se formando ao ver Lisa. "Bom dia," ele murmurou, sua voz rouca pelo sono, mas aquecida pela presença dela.

— Lisa: "com um sorriso suave" Bom dia, dormiu bem?

— Min-ho: "esticando-se na cama" Melhor impossível, e você?

— Lisa: "olhando para ele com carinho " Também. Eu pedi um café gelado americano pra você e um croissant. "Ela passou a mão pelo cabelo dele, um gesto de intimidade."

— Min-ho: Obrigado. "Ele sorriu, o olhar brilhando com apreço" Adorei a ideia de um café na cama, especialmente com uma companhia tão linda.

  Min-ho se inclinou para beijá-la, um gesto terno que fez o rosto de Lisa corar. Ela retribuiu o beijo, sentindo uma mistura de felicidade e timidez. Min-ho saboreou o croissant, sentindo o contraste entre o exterior crocante e o interior macio, enquanto o café gelado oferecia um choque refrescante que o fez sorrir. Lisa observou com um sorriso terno e compartilhou seu cappuccino, um gesto de intimidade e cuidado.

  Após o café da manhã, Lisa se levantou com uma graça tranquila e caminhou até o banheiro, onde preparou um banho de banheira. A água quente se encheu de bolhas, criando um refúgio acolhedor. Min-ho entrou primeiro, deixando o calor da água e a suavidade das bolhas aliviarem a tensão de seus músculos e pensamentos. Lisa se juntou a ele, sua timidez tingindo suas bochechas de um vermelho suave. Min-ho, percebendo sua hesitação, sorriu com carinho e a puxou para mais perto; ela se sentou de frente para ele. Min-ho olhou nos olhos dela, azuis como o céu claro de uma manhã de verão, e ela se perdeu na profundidade daquele olhar. Ela o beijou, e ele retribuiu com a mesma intensidade, ambos explorando seus sentimentos que agora fluíam livremente, sem barreiras para o amor que compartilham.

  Lisa emerge do banho, o vapor ainda dançando no ar, e se envolve em uma toalha felpuda. Ela estende outra toalha para Min-ho, que a aceita com um aceno de cabeça agradecido. Com movimentos deliberados, ela vasculha sua mochila, ainda intocada desde a chegada, e escolhe uma calça jeans e uma blusa de manga comprida adornada com estampas de rosas, completando o conjunto com uma touca e um casaco para enfrentar o frio lá fora.

  Min-ho, por sua vez, opta por uma calça de moletom confortável, uma camisa preta simples e um casaco cinza, vestindo-se com uma eficiência tranquila. Juntos, eles deixam o quarto, seus passos sincronizados os levando até o elevador. Min-ho pressiona o botão para o térreo e, enquanto as portas se fecham, ele lança um olhar para Lisa, sussurrando: "Você está linda". O elogio a pega de surpresa, um rubor suave colorindo suas bochechas, e ela responde com um sorriso tímido, segurando o braço dele em busca de conforto.

  Quando o elevador chega ao térreo, eles saem, e Min-ho, cavalheirescamente, abre a porta do carro para Lisa. Ela entra, e logo ele se junta a ela no veículo, iniciando a viagem em direção ao centro da cidade, um momento de normalidade em suas vidas tumultuadas.

  Ao chegarem ao centro, Min-ho manobra o carro para estacionar com precisão. Eles descem do veículo, e enquanto Min-ho examina o ambiente com um olhar vigilante, Lisa nota sua tensão. Ela toca seu braço suavemente e sussurra: "Está tudo bem, Min-ho, estamos seguros aqui." Ele assente, mas a cautela permanece evidente em seus olhos.

  Eles caminham até uma loja da Adidas, onde Lisa se deixa encantar pelas últimas tendências. Ela escolhe um conjunto esportivo e, ao sair do provador, Min-ho não consegue esconder um sorriso de aprovação. "Fica perfeito em você", ele comenta. Encorajado por Lisa, Min-ho seleciona algumas peças para si. As camisas e shorts que ele prova refletem seu estilo descomplicado, e Lisa, observando-o, sente uma onda de afeto.

  Enquanto Min-ho e Lisa percorriam as ruas de Paris, a cidade parecia abraçá-los com sua beleza atemporal. As risadas e conversas ao redor eram um lembrete da vida que continuava, apesar dos segredos que carregavam. Eles passaram por cafés cheios e lojas pitorescas, cada um oferecendo um vislumbre de normalidade que eles ansiavam.

  Ao se aproximarem do Sena, o reflexo do sol poente na água parecia acender o céu com fogo. Lisa parou, sua mão ainda na de Min-ho, e olhou para o horizonte. "É lindo, não é?" ela murmurou, uma ponta de melancolia em sua voz.

  Min-ho assentiu, seu olhar seguindo o dela. "É", ele concordou, "mas não tão lindo quanto você." Ele a puxou para perto, envolvendo-a em seus braços. Por um momento, o mundo ao redor desapareceu, e eles eram apenas dois corações batendo juntos contra o pano de fundo de uma Paris que prometia segredos e sonhos.

Amor perigosoWhere stories live. Discover now