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TOM

É o dia do meu casamento.

Não é nada como imaginei, mas nunca passei muito tempo imaginando um casamento. Eu esperava que isso acontecesse eventualmente, mas nunca dei a mínima para isso.

Já namorei muitas mulheres – quando era conveniente. Sempre tive meus próprios planos, meus próprios objetivos.

Qualquer mulher tinha que se encaixar nisso, ou eu a soltaria assim que ela se tornasse mais problemática do que valia.

Na verdade, eu estava namorando alguém quando meu pai combinou tudo isso com os Gallo. Charlotte Harper e eu estávamos juntos há cerca de três meses. Assim que descobri que estava “noivo” liguei para ela para terminar. E eu senti... nada.

Eu realmente não me importava se visse Charlotte de novo ou não. Não há nada de errado com ela – ela é bonita, talentosa e bem relacionada. Mas quando termino com uma mulher, sinto o mesmo de quando jogo fora um par de sapatos velhos. Eu sei que vou encontrar um novo em breve.

Desta vez, o novo é Aida Gallo. E devo amá-la, cuidar dela e protegê-la até o fim de seus dias. Não tenho certeza se posso fazer qualquer uma dessas coisas, exceto talvez mantê-la segura.

Aqui está uma coisa que eu sei: não vou tolerar essa porra de absurdo quando nos casarmos. É como meu pai fala: ela precisa ser treinada. Não vou ter uma esposa selvagem e desobediente. Ela aprenderá a me obedecer, de uma forma ou de outra. Mesmo se eu tiver que reduzi-la a pó sob meus pés.

Eu sorrio um pouco, pensando em seu “dia de spa” ontem.

O objetivo disso, obviamente, era deixá-la pronta para esta noite.

Eu devo consumar o casamento, e eu não vou transar com uma maltrapilha bagunçada em chinelos e shorts jeans. Espero que ela esteja devidamente arrumada, da cabeça aos pés.

Eu amo a ideia de ela ser preparada, limpa e depilada de acordo com minhas especificações. Como uma bonequinha, construída do jeito que eu gosto.

Já tomei banho, limpei meu rosto e meu corpo, então agora é hora de colocar meu smoking. Mas quando verifico o gancho no armário onde espero que esteja pendurado, não há nada lá.

Chamo Marta, uma funcionária da casa.

— Onde está meu smoking?

— Sinto muito, Sr. Kaulitz, — diz ela nervosamente. — Fui buscá-lo na loja, como você disse, mas me disseram que o pedido havia sido cancelado. Em vez disso, uma caixa foi enviada aqui, da Srta. Gallo.

— Uma caixa?

— Sim, devo trazer isso?

Espero impacientemente na porta enquanto Marta sobe as escadas correndo, uma grande caixa de roupas quadrada nas mãos.

O que diabos é isso? Por que Aida está fodendo com meu smoking?

— Deixe isso, — eu digo para Marta. Ela pousa a caixa com cuidado no meu sofá.

Eu espero até ela ir embora, então eu abro.
No topo está um envelope, com a caligrafia bagunçada que só posso presumir pertencer à minha noiva. Eu rasgo, retirando um bilhete:

Querida noivo,

Foi tão gentil de sua parte ver toda a minha preparação pré-casamento ontem. Que experiência estimulante e inesperada!
Decidi retribuir o favor com um presente próprio – um pequeno pedaço da minha cultura para o dia do seu casamento.
Tenho certeza que você me dará a honra de usar isso em nossa cerimônia de casamento. Receio não poder dizer meus votos sem esta lembrança de casa.
Para sempre sua,

BRUTAL PRINCEWhere stories live. Discover now