Capítulo 15

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— Rubens, não acredito que ainda está dormindo – exclama Leslie.

A mulher teve que ligar mais de quatro vezes para que um deles atendesse, o que mais a irritou é que já passa das dez da manhã, era para estarem acordados desde as sete.

— Não estou – fala bocejando.

— Vocês não estou estão de férias, acho melhor começarem a trabalhar, não dá para esperar por mais tempo – fala nervosa.

— Como as coisas estão ai? Você disse que tinha uma prova – relembra-a, tentando tirar a responsabilidade de suas costas.

— Eu perdi o pen drive que tinha – assume, é possível sentir a revolta e a vergonha em sua voz.
Neste momento Rubens senta-se na cama com rapidez, ele não acredita que ela pode realmente ter cometido um erro, Leslie estava acima se qualquer coisa, ela nunca errava.

— Como isso aconteceu? - questiona preocupado.

— Não sei, estamos investigando, parece que alguém pegou – conta ainda revoltada.

— Eu não esperava por isso – confessa o detetive.

— Preciso que vocês assumam o controle ai, descubram algo, façam ela falar, preciso de algum andamento neste casa…

Sua voz é interrompida na cabeça de Rubens por um grito estrondoso vindo de dentro da casa, ele levanta apressado.

— Preciso ir – diz e encerra a ligação.

Leslie se sente incomodada, pois jamais viu esse cenário, ela perdendo a única prova que tinham e o Rubens a tratando como uma simples colega de trabalho.

O detetive desse a escada apressado, e na correria esquece de vestir suas roupas, mas só se dá conta disso quando todos encaram o seu corpo apenas de cueca.

— O que aconteceu aqui? - indaga envergonhado.

— Não vê esse absurdo, agora eles dormem juntos – diz Ágata.

— Foi apenas por isso que você gritou? - questiona.

— Só isso? Se eles se envolverem ele morre – conta desesperada.

— Não aconteceu nada ainda – informa Afonso.

Isis o encara preocupada, em sua mente aceitar o que ele propôs é algo fora de questão, mas  ao ver que ele ainda está cogitando isso sente-se completamente perdida.

— Não acredito que estão pensando nisso – fala Ágata.

— Eu não estou, não aceitei. Não aconteceu nada demais – diz Isis sentindo-se nervosa.

— Dormir juntos já é perigoso, imagina se tivessem se beijado ou algo mais intenso, você já era – exclama a amiga olhando para Afonso.

— Eu já a beijei – assume.

Todos ficam sem reação, Ágata, tenta conter sua irritação e frustração, por mais que finja estar tudo bem está claro em seu rosto que não gostou do que ouviu.

— Finalmente – diz Rubens.

Os outros três olham para o detetive, como se ele não estivesse entendendo qual o verdadeiro problema.

— E você está disposto a arriscar sua vida pelo trabalho? - questiona Ágata.

Isso mexeu completamente com Isis, e Afonso percebeu assim que olhou para ela. A menina em algum momento acreditou que ele realmente se interessava por ela, no entanto ouvindo sua amiga falar, as coisas faziam mais sentido agora, nunca seria por ela, eles se odiavam.

— Não é só por isso – fala irritado por ter tanta gente dando sua opinião.

— Se não é o trabalho o que poderia ser? - questiona com desdém.

— Estou apaixonado por Isis – afirma.

Ninguém estava preparado para essa confissão, Ágata se sente irritada, pois reconhece sua beleza, Isis sente o seu coração disparar e teme aceitar o que ele propôs, pois sente dentro de si que não pode negar nada a ele. Rubens sorri como se estivesse se divertindo.

— Finalmente alguém conseguiu fisgar o seu coração, aposto que a garçonete vai morrer de ódio quando saber – diz e sorri.

— Pensei que você não conseguiria ser mais idiota do que isso – fala Afonso.

— Isso é um absurdo, como pode ter se apaixonado por ela sabendo o risco que corre? Como pode aceitar morrer por isso – fala Ágata indignada.

— É um teste – explica.

— Eu não aprovo esse teste – garante.

— Eu não vou pedir opinião. Se Isis aceitar eu farei, e se eu morrer vai ter valido a pena – afirma.

— Você não vai falar nada? - questiona Ágata olhando com raiva em sua direção.

— Eu não aceitei – diz apenas.

A garota sente-se completamente perdida, o desejo dentro de si por este homem aumenta cada vez mais, desde que o viu naquele quarto quando o homem estava morto em sua cama ela sabia que sentia algo por ele, mesmo parecendo impossível existia um sentimento entre ambos e agora conforme isso ficava cada vez mais claro, o sentimento parecia aumentar dentro de si, é algo que não tem controle, apenas acontece.

Ágata sai de casa com raiva, Rubens sobe para se vestir deixando-os a sós novamente. Afonso se aproxima de Isis que ainda está sentada no sofá e coloca o seu rosto próximo ao dela, antes que a garota possa questionar ele beija seus lábios com intensidade.

Ela retribui o beijo e coloca suas mãos envolta do pescoço de Afonso, ele sobe em cima dela e faz o seu corpo ir deitando no sofá, a excitação aumenta dentro dos dois, quando as mãos dele começam a passear pelo seu corpo corpo e ela percebe o que está acontecendo o afasta com agilidade.

— Não faça isso – pede respirando fundo por conta do beijo.

— Viu como é fácil Isis, nos queremos, o nosso corpo quer, por quanto tempo pretende lutar contra esse desejo? - indaga.

— Eu não posso fazer isso com você – exclama.

— Essa decisão deveria ser minha. Eu estou disposto a morrer por isso se for preciso e não é por causa do trabalho, é por você – assegura.

— Até alguns dias atrás você me odiava – recorda-o.

— Eu nunca a odiei de verdade, desde o primeiro dia que a vi, a desejei e estar tão próximo de ti apenas aumenta o meu desejo – assume.

— Se eu o perdesse, não suportaria. Acha que é fácil o que aconteceu comigo? Tenho pesadelos todas as noites, e provavelmente agora também tenho alucinações, eu prefiro morrer – afirma.

O detetive a encara, tenta entender onde um dia viu tanta culpa ali, neste momento começou a duvidar de si, tinha algo atrapalhando o seu discernimento e tinha quase certeza que o seu problema era o sentimento que estava alimentando por ela.





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