Correr sempre foi algo que a acalmou, a floresta é sua casa e nunca seria diferente, pois é o lugar que mais se sente bem, se sente viva.
Isis caminha distraída, gosta de sentir a natureza, é o momento em que se sente verdadeiramente viva, respira fundo olhando para as árvores em um verde tão vivo que a faz suspirar.
Agora como os olhos fechados, a garota se concentra no som da natureza, aquele som capaz de acalmar tudo dentro dela. Saber que Afonso está disposto a tê-la intensifica ainda mais seus sentimentos e ao ver que ele aceita morrer apenas para ficar com ela por uma noite seu coração bate ainda mais forte.
Por um momento ela queria arriscar, isso é de fato a maior declaração de amor que já teve e esse sentimento de se sentir desejada é o que a move.
A menina ainda concentrada, sente um vento forte ao seu redor, suas braços abraçam o seu corpo no momento em que um sussurro a faz abrir os olhos.— Ele não.
Assim que Isis abre os olhos ela o vê, o homem que era para estar morto, como rosto tão próximo ao seu, sendo possível ver suas olheiras e sentir seu halito que possui um cheiro assustador.
Ela o encara com raiva e gruda sua mão em seu pescoço enforcando-o, a menina parece esquecer o seu tamanho e o levanta do chão, arremessando-o longe. O homem morto voa e bate em uma árvore, ele caí no chão e sente o seu corpo começar a tremer, enquanto isso a garota se aproxima lentamente.
— Acho que esta na hora de acabar com suas brincadeiras – diz quando está próxima a ele, o rapaz encara seus olhos e vê apenas escuridão, ela não está lá.
— O que quer? - indaga com medo.
— Que deixe a garota em paz – diz com a voz metálica.
— E se eu não fizer isso? - questiona reunindo sua coragem.
— Se não fizer isso meu caro, seu castigo será a eternidade – ameaça.
Um grito ao longe, faz a garota despertar e assim que ela o vê em sua frente, sente-se apagar.
Afonso não estava com vontade de sair de casa naquele dia, principalmente após saber que haviam perdido a única prova que tinham.Ele se sentia exausto, principalmente agora que seus sentimentos estavam confusos, não conseguia identificar o homem que chegou naquele lugar com tanta vontade de fazer justiça e agora tudo o que desejava era estar com a mulher que queria prender.
O detetive estava tomando um café na lanchonete quando viu a garota passando pela cerca e indo em direção a floresta, sem compreender o que estava acontecendo, pois ela parecia amedrontada demais para sair de casa e agora se dirigia para um lugar isolado, ele pagou a conta e resolveu ir atrás dela.
A menina caminhava a passos largos, como se soubesse exatamente onde estava indo, ele a chamou, no entanto a garota não o ouvia, quando um grito saiu de sua garganta Isis olhou para trás e assim que o viu começou a correr, em desespero e sem compreender o que estava acontecendo o rapaz começa a correr atrás dela.
Os galhos das árvores o atingem diretamente, mas isso não o abala Afonso corre ainda mais rápido, contudo em uma distração ele escorrega e caí no chão, neste momento chama-a novamente, mas seu corpo o impulsiona a rolar morro abaixo.
Quando finalmente para, levanta sentindo-se tonto, passa a mão pelo rosto sentindo alguns arranhões e olha para os lados, surpreende-se quando vê Isis caída perto de uma árvore.
Ele corre até ela, sem compreender o que está acontecendo. Agacha ao seu lado e coloca sua cabeça em seu colo, em desespero acaricia o seu rosto.
— Isis, por favor, acorde – suplica sentindo-se completamente perdido.
Ela continua estática, o detetive passa a mão pelo seu rosto, ansiando para vê-la abrir os olhos, e quanto mais isso demora de acontecer, mais o medo o invade.
Ao longe, ele não observa, mas seu amigo o está observando, tentando entender como o homem que um dia tanto admirou foi se apaixonar pela mulher que ele amava. Quando o homem finalmente se vai, um vento leve passa pelo casal.
Isis respira profundamente e seus olhos se abrem devagar, ela olha para Afonso e pisca algumas vezes, fazendo com que sua vista se acostume com a claridade.
— O que aconteceu?- questiona o detetive desesperado.
— Eu não sei, não me lembro de nada – murmura sentando-se.
— Eu fiquei desesperado, pensei que iria perdê-la – fala o homem, seu olhar apenas confirma suas palavras.
Isis o encara, sem saber o que dizer, ela se lembrava de estar ouvindo o som da natureza, contudo não sabe como foi parar em frente a essa árvore nem o motivo de estar desmaiada.
Sem pensar o homem aproximasse da garota e beija seus lábios, Isis retribui o beijo sabendo que não consegue mais ficar longe dele, é como se algo dentro de si dominasse tudo o que sente, e por mais que lutasse contra, jamais poderia lhe dizer não.
Quando finalmente se afastam, seus olhares mostram que desejam muito mais do que um único beijo, ele a ajuda a levantar e lhe abraça, quando se separam é como se tudo ficasse bem pelo simples motivo de estarem juntos.
— Venha, vamos voltar para casa – ordena o detetive.
— Sim, eu o acompanharei, de qualquer forma aqui já esta fazendo frio – fala e acaricia os próprios braços.
Afonso tira a sua jaqueta e coloca e a ajuda a vesti-la, quando vê que está mais aquecida acaricia o seu rosto e beija sua testa. Ele nunca havia se sentido tão protetor com alguém, agora tudo o que desejava era cuidar da garota, neste momento não se importava se ela é de fato culpada de algo ou não, deseja apenas vê-la bem e fora de perigo.
Eles caminham em silêncio, é um momento em que as palavras não fazem mais diferença, elas simplesmente não importam mais, a necessidade de dizer algo desaparece apenas para sentia alguma coisa.
E neste momento em que caminham lentamente de mãos dadas, tudo o que querem sentir é que pertencem um ao outro.
🖤💣
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Oculto
Mystery / ThrillerIsis Florence é uma jovem de 25 anos, possui uma beleza impressionante causando inveja em pessoas que nem ao menos conhece. É uma modelo renomada e está sempre disposta a participar de eventos, independente do fundamento. Contudo, em um momento cruc...