02 "A enfermaria"

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Durante o intervalo entre as aulas, seguimos para o refeitório

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Durante o intervalo entre as aulas, seguimos para o refeitório.

— O que acham de fazermos companhia para os nerds? — Um deles diz, enquanto servimos nosso lanche.

E assim fizemos. Todo o refeitório é dividido por grupos. Há o nosso, chamado, os populares, os garotos do time também se juntam a nós, e o grupo de nerds, que é para onde estamos indo agora.

Nos sentamos em uma mesa, quase vazia, mas que se esvaziou por completo assim que chegamos. E ao olhar para o lado, vejo-a, sentada sozinha, e pela sua expressão, ela não gostou que sentamos aqui.

Lysandra não fazia parte do grupo dos fracassados, e nem dos populares, mas sentar desse lado era uma forma de se manter distante de nós.

— Olha só. — Paul sussurra, após um garoto de óculos passar por nós, colocando o pé para que ele tropeçasse.

E por azar do destino, foi bem na hora em que Lysandra havia se levantado para sair. Com isso, a bandeja do garoto foi toda em cima dela.

Automaticamente ela nos olha, raivosa, e sai do refeitório em passos largos.

— Hoje é o meu dia de sorte. — Ele sorria, orgulhoso do que havia feito. — Dois coelhos com uma cajadada só.

— Como você é babaca. — Falo, mordendo uma maçã.

— Aprendi com o melhor.

No começo eu sentia pena dela, com as maldades que eu lhe fazia. Mas com o tempo eu aprendi a desligar essa parte, se tornando mais fácil fazê-la me odiar cada dia mais.

— Cara... O seu nariz tá sangrando. — Paul me olhava preocupado.

Olho para a maçã que comia, vendo está coberta por sangue, e não era pouco.

— Merda... — Me levanto, correndo para fora do refeitório, direto para o banheiro.

Após me lavar, saio, vendo Lysandra sair do banheiro feminino, com uma camiseta enorme, que julgo ser do irmão seu irmão. Ela não me viu, seguindo em direção ao ginásio

Em determinado momento da aula, me sinto zonzo, e com uma fraqueza repentina. Me levanto indo até a enfermaria, já que eu não sei o motivo de estar assim.

— Posso ajudar?

— Se puder, eu agradeço. — Me sento em um dos bancos. — Estou me sentindo zonzo.

— Deixe-me ver. — A senhorita Cora vem até mim, apontando uma lanterna minúscula em direção ao meu olho, em seguida mede a minha pressão.

— Sua pressão deu uma boa baixada, começou se sentir assim só agora?

— Sim. — Coloco a mão sobre a testa, sentindo minha cabeça girar.

— Vou ligar para os seus pais, precisa de repouso, ou até mesmo dá uma passada em um hospital só para chegar isso.

— Que ótimo...

Olhamos na mesma direção, após ouvir alguém bater na porta, e só me sinto ainda pior ao ver Lysandra entrar por ela.

Seu nariz sangrava, e o motivo desconhecido por mim, me intrigava.

— Licença... — Ela diz, constrangida com a minha presença. — Eu levei uma bolada no rosto, e o professor me mandou para cá.

— Senta aí. — Cora caminha até uma salinha, atrás de sua mesa.

O seu desconforto era visível, mas eu o meu era muito pior, me sentia frustrado com ela me vendo aqui.

— Você tem remédio pra dor de cabeça? E gelo.

Ver ela com o nariz cheio de algodão, e boca cheia de gelo me fazia querer rir. Ela não se importa de está esquisita, mas nota quando eu desvio o olhar, segurando o riso em vê-la assim.

Suas expressões a entregavam, sobre suas emoções. Lysandra era como um livro aberto.

Um livro que eu não queria ler.

Mas que muitas vezes me pegava espiando algumas páginas.

Antes Que Tudo Acabe - JoeWhere stories live. Discover now