No dia seguinte, cheguei atrasado a escola, graças a uma série de exames que fui submetido logo de manhã.
E a cada dia que passa, me sinto cada vez pior, achei que esse tratamento fosse para me sentir melhor e não um lixo como venho me sentindo. Meus medicamentos já fizeram até com que o meu cabelo começasse a cair, me obrigando a raspa-los.
Após o intervalo, já me sentia enjoado de tudo o que eu havia ingerido, tendo que ir direto para a enfermaria.
Cora me fez deitar em uma maca até que a minha fraqueza passasse, e após alguns minutos, já não aguentava mais ficar naquela posição, me levantando e sentando em uma das cadeiras.
Observo pela janela, alguns alunos sentados no gramado do lado de fora. Quando ouço o barulho da porta se abrindo.
Me viro rapidamente, colocando o meu gorro que eu havia tirado quando cheguei, de volta a cabeça. E ao vê-la na minha frente, podia sentir o meu sangue ferver de raiva.
Ela estava me espionando? O que droga ela acha que é para fazer isso?
- Ah... Eu só vim pedir um remédio... - Percebendo a minha raiva ela tenta se justificar, mas isso não era o suficiente para mim.
- O que acha que está fazendo, garota? - Aperto o seu braço fortemente, não contendo a minha raiva.
Era a última pessoa que eu queria que me visse nesse estado, ela estava se metendo onde não devia nem pensar em se meter, e eu faria de tudo para mantê-la longe.
- Por que vem tanto aqui? - Mesmo percebendo a minha atitude, ela pergunta, me olhando nos olhos.
- Não é da sua conta. - Respondo entre dentes.
Por que ela tinha que ser tão curiosa?
- O que está acontecendo aqui? - Cora aparece, com um semblante confuso, e aproveitando o momento, Lysandra se solta do meu aperto, correndo para fora.
Ela estava começando a desconfiar de algo, e eu sabia como tirá-la de uma vez do meu caminho.
•••
- O que tem em mente? - Paul pergunta, após me entregar uma mochila repleta de tinhas spray.
- Serei criativo. - Dou de ombros, pegando uma das tintas.
E após alguns minutos, estava feito, era só questão de tempo para que todos se juntassem em volta da pichação, e logo, Lysandra iria entender o recado, e não se meteria novamente no meu caminho.
- Não sabia que gostava dessas coisas, princesinha. - Falavam ao me verem Lysandra se aproximar.
- O que...? Não fui eu quem fez isso. - Ela olhava surpresa para as pichações no muro do colégio, com a assinatura do seu sobrenome que se destacava entre diversas palavras pesadas.
- O que está acontecendo? - Edward, o seu irmão, aparece logo em seguida.
- Parece que tem alguém querendo nos prejudicar. - Apenas observava ela falar com ele.
- Que rebelião toda é essa?
E pelo visto deu mais certo do que pensei, chamaram até a diretora.
- Veja com seus próprios olhos. - Paul responde, sorrindo.
- Quem fez esse vandalismo nas paredes da escola?
- Acho que o nome diz claramente quem foi. - Me aproximo também, fazendo questão de olhar para ela, para que entendesse o recado.
- Vai a merda, não fomos nós! - Edward responde irritado.
Foder os dois de uma só vez não poderia ser mais satisfatório para mim.
- E por que tem o seu sobrenome aqui? Isso é um tanto quanto narcisista. - Paul debocha ao meu lado.
- Vamos embora daqui Lysandra, não vamos pagar por uma coisa que não fizemos. - Ele segura seu braço, o soltando, quando ver a expressão de dor que ela faz. - O que foi? Quem fez isso?
Olho na mesma direção que ele, vendo o braço de Lysandra com umas pequenas marcas esverdeadas, no mesmo lugar onde eu havia apertado mais cedo.
- Seu filho da puta, pra mim já deu! - Com isso, o seu irmão vem pra cima de mim, me acertando em cheio na boca.
- É só o que sabe fazer? - Sorrio, sentindo o gosto de sangue na boca, e acerto um soco em seu rosto, pegando em seu olho direito.
A adrenalina corria solta pelo meu corpo, estava pronto para enfrenta-lo. Pela primeira vez em tanto tempo, o principezinho finalmente havia me enfrentado.
- Vamos lá, agora deixarei o outro igual. - O provoco, me referindo ao seu outro olho.
Mas antes que eu pudesse fazer alguma coisa, minha visão fica branca por alguns segundos, e toda a adrenalina que estava sentindo se vai. Aproveitando o momento, Edward, acerta outro soco em meu rosto, fazendo com que a pouca energia que ainda tinha em meu corpo fosse embora, e ficasse desacordado na hora.
A última coisa que sinto antes de apagar, foi o meu corpo cair como um saco de batatas no chão.
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Antes Que Tudo Acabe - Joe
RomanceJoe Mallory, o valentão da Escola. Confronta seus próprios sentimentos ao tentar esconder o que sente por Lysandra, fazendo com que ela o odiasse. Mas tudo isso muda após a recém descoberta de uma doença.