AS COISAS FLUEM

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— Estão preparados? — O homem loiro abaixou o capuz, que cobriu totalmente suas feições, antes de vestir os óculos escuros para que nem ao menos seus olhos azuis ficassem visíveis

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— Estão preparados? — O homem loiro abaixou o capuz, que cobriu totalmente suas feições, antes de vestir os óculos escuros para que nem ao menos seus olhos azuis ficassem visíveis.

— Tudo pronto — respondi, também cobrindo o rosto com o capuz, mas sem me preocupar com disfarçar os olhos. Se eu ia correr algum risco, preferia enxergar com perfeição onde eu me meteria.

— Aqui tudo certo — confirmou o maior deles, já com a cabeça coberta, enquanto conferia se a pistola estava destravada e a enfiava na cintura.

— Só vamos! — exclamou, animadamente o 'Rato'. Ele era é o único daquele grupo a quem eu conhecia minimamente. Era ele quem vinha me arrumando trabalho, desde que eu saíra em liberdade condicional.

Em sincronia, descemos os quatro do veículo roubado e invadimos a loja de conveniência do posto de gasolina.

Nosso objetivo era agir o mais rápido possível. Era um trabalho sem muitos riscos, mas com faturamento baixo, principalmente porque o lucro seria dividido em cinco partes. Duas para o Rato, que liderava a equipe e uma parte para cada outro integrante do grupo.

O Rato e o grandão entraram na frente. Enquanto o grandão apontava a arma para o atendente do outro lado do balcão, Rato pulou a divisória e registrou uma compra, para abrir a caixa registradora, então pegou os trocados da parte de cima, tirou a gaveta e pegou as notas maiores escondidas embaixo.

Enquanto isso, o Loiro já tinha percorrido os poucos corredores da loja, procurando por clientes. Não havia nenhum. Mas, se ele encontrasse alguém, sua tarefa seria confiscar todos os celulares e reunir os clientes em um canto, para evitar que alguém quisesse bancar o herói. Mas, como não havia ninguém, ele apenas pegou uma garrafa de uísque e outras mercadorias úteis ou fáceis de vender.

Meu papel era mais simples, eu apenas deveria cuidar da porta e impedir que alguém chegasse e fugisse, causando confusão. Por sorte, ninguém chegou, aquele era um dia de sorte.

— É isso aí, pessoal. Vamos embora. — Anunciou o Rato, e assim como chegamos, partimos.

— Quanto deu? — perguntou o grandão, enquanto colocava o cinto de segurança.

— 6 mil — respondeu o Rato.

— Bom... — comentou o loiro, tirando o capuz e bagunçando os cabelos.

Enquanto isso, eu enfiava o carro em uma rodovia vicinal, onde tínhamos deixado o carro do Rato e também onde desovaríamos o carro roubado.

— Mas eu estou um pouco cansado desses roubos pequenos... quando é que a gente vai colocar em prática o plano do Piloto?

No caso, o 'Piloto' era eu.

— Vocês querem mesmo fazer isso? — perguntou o Rato. — Se der tudo certo, a gente nunca mais vai precisar fazer esses trabalhinhos de merda, mas se alguma coisa der errada, pode ser nosso último trabalho. Caralho... Vai ser nosso último trabalho, não importa o que aconteça. Vocês querem mesmo isso?

UM AMOR PRA RECOMEÇARWhere stories live. Discover now