04 - Anne

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Eu pensava que aquelas fotos em que uma paisagem de tirar o fôlego, onde existem lindos campos abertos com montanhas altas cobertas de neve ao fundo, floresta com árvores altas e frondosas tão verdes que você só consegue sentir o ar puro e o silêncio, fossem apenas ilustrações, que eram recriadas apenas em filmes. Mas aqui estou eu dentro dessas paisagens, o rancho de Richard é lindo demais e é incrível, eu estava me sentindo relaxada e alegre, fazia tanto tempo que não me sentia assim que tinha esquecido como é. Depois de passar pela parte baixa da mata, onde Richard disse que ia cavalos conseguem andar, passamos ao lado de um rio.

- Isso é muito bonito... - comentei.

- Você disse isso umas quatro vezes só essa manhã. - Richard respondeu sorrindo.

- Mas é a verdade...

Olhei para Richard e ele sorriu, desviei o olhar, Richard é lindo, do tipo que você se sente constrangida se ficar olhando muito tempo. Ficar ao seu lado ontem depois que tive o pesadelo foi como tomar um calmante, sua presença me deixou relaxada, tranquila e acima de tudo me senti segura, nem sei porque me senti assim com ele, afinal mal nos conhecemos.

- Está com fome? Trouxe lanche... Podemos parar um pouco aqui. - Richard falou.

- É uma boa ideia... - respondi, Richard desceu do cavalo e veio até mim.

- Vem, eu vou te ajudar a descer... Inclina seu corpo um pouco pra frente e traz a perna esquerda pra cá.

Fiz o que Richard mandou, senti suas mãos em minha cintura quando me ajudou a descer, são grandes e firmes e me causaram uma onda de calor pelo meu corpo. Mas assim que meus pés tocaram o chão, senti dores nas pernas e uma queimação, mal consegui ficar de pé.

- Você está bem?

- Minhas pernas estão doendo... Bastante.

Richard sorriu e me ajudou a andar, percebi que ele é forte também.

- Isso é normal para a primeira vez... Depois seu corpo acostuma. - ele respondeu.

Richard forrou o chão na beira do rio e pegou uma bolsa, tirou água e alguns sanduíches, começamos a comer em silêncio.

- Quem é você Richard? - perguntei e ele me encarou com uma sobrancelha erguida - É sério? Eu não conheço você, mas eu te contei muito sobre mim ontem.

- É justo... O que quer saber?

- Porquê esse rancho é tão grande? Quer dizer como você cuida daqui?

- É um negócio de família... Começou com meu tataravô, depois meu bisavô, que passou para o meu avô, que passou para o meu pai e agora eu... Eu fui criado aqui, aprendi tudo ainda jovem, como criar do gado, como manter as terras na família, como proteger esse lugar e enfim... Mas eu fui estudar administração na Columbia, morei em Nova York alguns anos e depois de formado abri uma empresa de marketing e voltei pra cá há uns três anos quando meu pai precisou.

- Uau... É realmente impressionante... Então é por isso que você é diferente. - comentei e ele me olhou curioso.

- Diferente? Como?

- Sei lá... Sua postura, sua forma de falar e conversar, é diferente de outros que eu conheci... Melhor.

Ele sorriu sem graça e mordeu um pedaço do sanduíche.

- Eu quase fui pra Nova York também... Estudar culinária, consegui uma bolsa e tudo mas com o que aconteceu com a minha mãe, não pude.

- Sinto muito. - ele respondeu, mas não pareceu surpreso com o que eu disse.

Destino do AmorWhere stories live. Discover now