[CONCLUÍDA]
Kim Taehyung é um jovem artilheiro, que é mais uma grande promessa do futebol. Aos dezenove anos ele é o jogador mais caro da história, o artilheiro da liga dos campeões e o único a sul-coreano a ganhar uma bola de ouro. A vida dele não...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Vinte bolas alinhadas, uma ao lado da outra, em uma linha perfeita, há exatos nove metros até o gol, e cada uma das bolas, as malditas vinte bolas, batem no ponto vermelho pregado no centro da rede. Eu retorno tudo outra vez, vinte bolas, alinhadas uma ao lado da outra, cada uma delas bate no centro do alvo vermelho, a última bate com tanta força que o alvo de papelão se rompe e cai no solo do ginásio vazio.
O ginásio deve ter sido em outros tempos um lugar de diversão, testemunhado jogos entre amigos de trabalho ou ligas infantis, que alugaram o lugar para jogar futebol, basquete ou qualquer outra merda, mas agora esse ginásio se tornou meu campo de guerra, e como todas as guerras, não é um lugar bonito para se estar. As altas paredes devem estar absorvendo toda a minha raiva e minha frustração é tão potente quanto os refletores.
Eu bato a ponta da chuteira contra a superfície da bola, que gira no ar, direto para dentro gol, tremendo a rede, as outras dezenove bolas seguem o mesmo caminho, certeiras, perfeitas, extremamente profissionais. Eu sou bom nessa droga, mas também sou bi, aparentemente as duas coisas não podem coexistir juntas.
Aqui irei eu mais uma vez, alinhar as vinte bolas.
Ergo o olhar, pronto para xingar o zelador, segurança, ou quem quer que seja que esteja abrindo a porta do ginásio. Eu quero ficar sozinho, bolas de futebol e um gol, são as únicas companhias que me interessam. O xingamento fica preso na ponta da minha língua quando vejo Jungkook parar sob o arco de metal, o mais velho hesitou, por meio segundo, ao apertar o saco de papel pardo que tem entre as mãos, porém acaba dando os passos para dentro da quadra vermelha.
— Oi, garotinho lindo.
— E aí, garotão? — pergunto, totalmente no automático, minha verdadeira concentração é terminar de alinhar as bolas.
— Você comeu hoje? — questiona, e ouço seus passos se aproximando de mim. — Eu te trouxe um lanche, sanduíche de frango e vitamina de morangos.
— Valeu, mas já comi. — barras de proteínas e água, essas têm sido minhas refeições nos últimos quinze dias, eu considero refeições, porque são as únicas coisas que meu estômago aceita.
O suspiro do Jeon é audível.
— Barras de proteína não contam... — a voz do meu namorado oscila. — Você vem dormir em casa hoje? Posso cozinhar para você. — sinto sua mão na parte de trás do meu quadril, um toque gentil e morno, que me faz dar dois passos para frente só para parar de senti-lo. — Estou com saudades, garotinho.
