19

2.4K 283 32
                                    

Melissa

Eu pego meu celular e ligo para o Felipe, mas ele não atende. No entanto, não desisto e ligo novamente.

"Alô", escuto uma voz feminina.

"Preciso falar com o Ret," eu digo.

"Desculpe, mas ele está ocupado agora," ela responde e desliga na minha cara.

Meu Deus, o que eu faço agora?

- CADÊ A VAGABUNDA? - escuto uma voz gritar e me encolho, abraçando meu filho.

- QUEREMOS SÓ A CRIANÇA - escuto outra voz gritar.

Começo a rezar baixinho e decido ligar para a polícia.

Eu: Meu filho, não, por favor - resmungo para mim mesma.

Atendem a ligação, mas quando eu ia falar algo, escuto vozes.

- Só falta o banheiro - escuto uma voz falar e começo a chorar mais ainda, abraçada nele.

A porta é arrombada e eles chegam perto, são três homens armados.

Um deles puxa o Heitor, e ele começa a chorar, fazendo-me chorar desesperadamente.

Eu:  Por favor, não levem meu filho! Devolvam ele para mim! Eu faço qualquer coisa, só me devolvam o meu menino! Por favor, por favor, eu imploro, eu imploro! - um dos caras me pega pelo braço e começa a me arrastar.

Heitor: MAMÃE - meu filho grita chorando.

Eu: A mamãe está aqui, filho - tento acalmá-lo - NÃO APERTA MEU FILHO, SEU INÚTIL - grito quando o cara aperta o braço do Heitor e sinto um tapa em meu rosto.

- Ninguém mandou você falar alguma coisa, vagabunda - fala, me amarrando na cadeira.

- Vamos, mano, já conseguimos a criança- em seguida eles saem.

Com o coração acelerado e as mãos tremendo, eu me concentrei nas cordas que me prendiam. Sentia as cordas apertadas ao redor dos meus pulsos e tornozelos, mas eu não podia desistir. Com rapidez, fiquei roçando as cordas e, depois de longos minutos, consegui me libertar dos nós que me mantinham presa. Um suspiro de alívio escapou dos meus lábios enquanto me livrava das cordas e me punha de pé. Era hora de ajudar meus amigos.

Com passos rápidos e mãos ágeis, fui liberando um por um, desamarrando-os das cordas que os mantinham presos.

Eu: Eles... levaram meu filho- falo, chorando.

Bruno: Calma amiga- diz, me abraçando e também emocionado.

Tia Carla: Vou chamar a polícia- corre até o quarto dela.

Permanecemos ali, abraçados, até a polícia chegar.

A tia Carla foi se comunicar com eles, pois eu estava muito abalada para explicar.

Eu: Meu celular-  peço, e Henrique vai pegá-lo.

Henrique: Tem uma ligação do pai do Heitor- informa, e peço para ele retornar e explicar o sequestro.

Henrique se afasta e começa a conversar pelo celular. Minutos depois, ele retorna.

Henrique: Ele disse que está vindo- relata, e eu concordo, me encolhendo no sofá.

Só quero meu filho de volta e não consigo nem imaginar o que podem estar fazendo com ele.

Menos de 10 minutos depois, Ret chega e cumprimenta os policiais. Assim que me vê, ele corre para me abraçar.

Ret: Vai ficar tudo bem. Não vou sossegar até achar nosso filho- fala, e eu concordo com um aceno de cabeça.

Observo Filipe se afastar e fazer uma ligação. Ele mostra estar alterado, o que me faz ficar apreensiva.

Filipe: É MEU FILHO, QUERO TODAS AS RODOVIAS FECHADAS- grita ao telefone e desliga.

Ele anda de um lado para o outro, fazendo mais ligações.

a porta da tia Carla está repleta de repórteres. A notícia já está no jornal e todos estão agitados. Filipe não está gostando da exposição, pois sabe que pode atrapalhar.

Há uma grande presença policial e de traficantes na rua, que está completamente fechada.

Enquanto Filipe faz suas chamadas, eu permaneço no sofá, rezando para que meu filho esteja bem.

De repente, vem à minha mente a ideia de acender uma vela e fazer uma prece, algo que nunca fiz antes. Eu faço isso automaticamente.

"Ofereço aos erês e peço para que cuidem do meu filho," rezo, de joelhos, pedindo proteção.

Observo Karol chegar e entrar na casa, ignorando os repórteres.

Karol: Amiga!- Ela corre e me abraça- Vai ficar tudo bem. Pedrinho está ajudando- diz, e eu fico sem entender quem é Pedrinho.

Eu: Pedrinho?- Pergunto.

Karol: Você logo saberá- responde. Em seguida, percebo que ela não veio sozinha.

Eu: Oi, prazer, melissa ou mel-  cumprimento a menina morena.

Karol: Que indelicadeza a minha. Essa é Rebeca, minha amiga. Rebeca, essa é Melissa- apresenta-nos. Nos abraçamos, e imediatamente simpatizo com ela.

Rebeca: Satisfação- diz, e eu sorrio de volta.

Ret chega e dá um tapa na cabeça da menina.

Ret: O que você está fazendo aqui, garota?- Pergunta, bagunçando o cabelo dela.

Rebeca: Sai!- Responde.

Ret: É assim que se fala com seu padrinho, Maria Rebeca?- Pergunta, sério.

Rebeca: Que Maria Rebeca, cara?-  Fala, irritada.

Eu: Para de irritar a menina, Filipe- intervenho, e ele dá um sorriso.

Cabelinho: Pai, achamos!- Entra gritando, e meu coração dispara.

Não revisei tá? Estou morrendo de sono aqui.

Recomeço - Filipe RetWhere stories live. Discover now